sábado, 24 de julho de 2010

Ensaio Pessoal


Olha aí o meu Ensaio Pessoal, aquele que produzi como Trabalho de Conclusão de Curso, da Pós-graduação em Jornalismo Literário, publicado no site do TextoVivo.
O título foi alterado – o original era "O ano da reconstrução - um ensaio pessoal sobre medo, doença e desemprego –, mas o editor do site preferiu aproveitar um dos intertítulos do trabalho e colocá-lo na chamada. Gostei da mudança, acho que deu mais força.
Para quem quiser saber mais é só seguir o link www.textovivo.com.br . Depois me falem o que acharam. Críticas são muito bem-vindas.
Se quando acessarem não estiver mais no destaque da página, é só clicar em autobiográficas e procurar clicar no título.


quinta-feira, 8 de julho de 2010

Um espaço dedicado aos livros

Quando meus sobrinhos eram crianças, eu aproveitava a época para "curtir" alguns programas considerados infantis. Foi assim que conheci o Parque da Mônica, que funcionava no shopping Eldorado, com direito a participar das brincadeiras e de alguns brinquedos, visitei uma exposição de Dinossauros também no mesmo shopping, e assisti a diversos filmes, como He-Mann e Free Willy, além de peças de teatro, como O Menino Maluquinho, voltadas para a gurizada. A desculpa era sempre levar Fernando e Luciana para esses passeios, mas no fundo eu buscava dar vazão ao meu lado criança e saboreava cada um deles com enorme prazer.

Por fim meus sobrinhos cresceram, tornaram-se adultos, e os programas infantis foram escasseando sempre mais, até tornarem-se impraticáveis. Mas, vez por outra eu transgrido essas regras e me infiltro, mesmo sozinha, em um desses passatempos de criança, seja para não perder de todo a inocência e ainda estimular minha imaginação, seja por puro deleite mesmo.

Em uma dessas incursões, fui a um local que há muito ansiava por conhecer, e por razões óbvias, já que tem tudo a ver com uma das minhas paixões mais frequentes: a literatura. Esse lugar? A Cidade do Livro, um espaço cenográfico tematizado que fica no bairro de Santa Terezinha, zona norte de São Paulo, onde as crianças se divertem e aprendem noções de cidadania, saúde, meio ambiente, ética e, é claro, a importãncia dos livros e da leitura.

Logo na entrada, o visitante se depara com a Livraria da Cidade, onde as crianças – e os adultos, por que não? – podem manusear, folhear e ler alguns livros, enquanto a visita e o espetáculo em si não começa. Ali, o visitante não consegue ter uma noção da amplitude do espaço, só descoberto mais tarde, após um grande portal, ao fundo da livraria, se abrir para que as pessoas entrem na Cidade.

Grande, extemamente grande é o seu interior. Lá, ficamos conhecendo a Prefeitura e o prefeito da Cidade, um grande incentivador do livro e da leitura; a Vila do Saber, o cantinho onde a Vó Cotinha conta suas histórias; a Bicholândia, oficina de atividades manuais e que traz informações sobre os animais com a personagem Dina, uma simjpática dinossaura; o Lava Rápido, local onde se aprende sobre higiene pessoal e recebe-se dicas de economia de água com o Limpolvo; o Castelo das Delícias (parece um castelo mesmo), um amplo espaço destinado ao lanche (incluso nas atividades e no pacote) e à coleta seletiva do lixo; e a Praça do Papel, onde fica a árvore falante Filó que, com uma televisão acoplada ao seu tronco, "fala" sobre desenvolvimento sustentável.

Os passeios duram em média 2 horas e meia e são exclusivos para escolas e grupos nos meses letivos. Em algumas ocasiões – julho / dezembro / janeiro –, a Cidade abre suas portas ao público em geral, como é o caso deste mês, sempre aos sábados. E o visitante ainda leva para casa o Kit Leitor, contendo livro de atividades e brindes (para crianças de 3 a 8 anos), além de certificado de participação.

Quando se sai de lá a gente tem a nítida impressão de ter vivido, em uma tarde, num mundo à parte, em um mundo mágico, onde os livros reinam absolutos, soberanos e plenamente "satisfeitos" por cumprir o seu papel na sociedade.


Se quiser saber mais sobre a Cidade do Livro, acesse http://www.cidadedolivro.com.br/

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Cidade literária




Paraty é um lugar mágico, encantador, cultural e efervescente. Desde que fui à cidade, em julho de 2008, para participar da Flip, não consigo tirar aquela cidade da minha mente e do meu coração. Tanto que voltei lá em 2009 e estou prestes a ir este ano novamente. Já não consigo mais imaginar minhas férias de julho e minha vida sem aquele esplendor da Festa Literária de Paraty. Por isso, quando soube que em 2010 a Flip aconteceria em agosto, por causa da Copa do Mundo, mudei a data das minhas férias, para não correr o perigo de perder a festa.

Estou, assim, em contagem regressiva. De hoje até a data da abertura oficial falta pouco menos de um mês. Os ingressos já foram postos à venda e, como já era de se esperar, logo no primiero dia quatro das principais mesas estão esgotadas, entre estas três que eu queria justamente participar: Isabel Allende, Robert Crumb e Salman Rushdie. Mas não desanimo não, sei que de uma forma ou de outra vou ver e lutar para conseguir um autógrafo.

Este ano a Flip está particularmente repleta de boas e interessantes mesas, com autores que valem a pena uma corrida até lá. Já vi que vou gastar muito para assistir a todas que quero, mas o que é a vida sem a literatura, sem o fascínio dos livros, sem a proximidade com seus ídolos das letras?

Gilberto Freyre, o mais literário dos pensadores sociais brasileiros e autor de obras como Casa Grande & Senzala, é o grande homenageado da Flip 2010, que acontecerá de 4 a 8 de agosto. Várias mesas foram preparadas para discutir a obra do escritor sociólogo, entre estas a que contará com a presença do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, autor do prefácio da edição mais recente daquele livro de Freyre.

Dos autores que espero ver e assistir às mesas, além daqueles já citados acima, estão Patrícia Melo e Lionel Shriver, esta autora do premaido romance Precisamos falar sobre o Kevin; Azar Nafisi, que escreveu Lendo Lolita no Teerã; e Robert Darnton, diretor da Biblioteca da Universidade Harvad, e autor do livro A Questão dos livros: passado, presente e futuro, uma coletênea de artigos que são uma delcaração de amor à palavra impressa, mesmo àquela impressa numa tela.

E como se todo esse potencial ainda não bastasse – se é que isso é possível – a Flip conta também com as atrações da Flipinha (crianças), Flipzona (adolescentes) e Casa da Cultura, além de proporcionar momentos indescritíveis em meio às suas ruas de calçadas irregulares: manifestações populares, teatro, apresentações poéticas e muita, mas muita amizade mesmo. Pessoas queridas que conheci ali, de diferentes localidades do Brasil, como Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte, Santos, Itatiaia e São Paulo, e que mantenho vínculos até hoje.

Mais que uma cidade literária, Paraty é mesmo um lugar mágico.


Informações sobre a Flip, acesse http://www.flip.org.br

* A foto da paisagem é de Vera Albuquerque; a da tenda dos autores é de Walter Craveiro.