sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Feliz 2011



Amigos, um ótimo 2011 para todos nós.

Cortar o tempo

“Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez,
com outro número e outra vontade de acreditar
que daqui para diante vai ser diferente”.

Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Leituras de 2010/2011

Este foi um ano positivo para minhas leituras. Não tanto na quantidade – neste quesito, ainda estou a dever –, mas sim na qualidade e na disposição. Está certo que derrapei em algumas leituras, demorei, adiei, ainda assim acho que me sai bem e no final me sinto satisfeita. Além de tudo pude expressar – e dividir – muitas das minhas impressões aqui no blog e isso sem dúvida é uma grande vitória.

Tinha planejado ler quase 30 livros este ano. Fiquei nos 22 – há períodos em que li menos, isso acontece. Além disso, muitos daqueles livros que tinha planejado ler, acabei cedendo o lugar para outros que surgiram pelo meu caminho, indicado por amigos, pela crítica, por sugestão de outros livros. Ler é assim, uma leitura vai puxando outra, e mais outra, e ainda outra. E, quando vemos, acabamos saindo daquela rota que tínhamos estabelecido no início. Não importa. O que vale é prosseguir nas leituras. E, depois, acredito no momento certo para ler este ou aquele livro, e se me abstive de alguns daqueles que planejei é porque ainda não era a hora da sua leitura. Outros se fizeram mais urgente para entrar na minha história em 2010.

Se um Viajante numa Noite de Inverno, é um exemplo. Ele não estava na minha lista, afinal já o tinha lido outras duas vezes, mas uma amiga falou dele e tive vontade de lê-lo novamente. As releituras sempre trazem algo novo, como algum detalhe que passou despercebido da primeira vez. Acho que não perdi meu tempo, porque gostei ainda mais do livro.

Outro foi Marcelino Pedregulho, que eu nem conhecia, mas uma amiga tinha ele em mãos e me ofereceu para ler. Era pequeno, com ilustrações e pouco texto, mas com uma mensagem de que dificilmente irei esquecer. Rimbaud, por sua vez, era outro que não constava da minha lista, só que depois que um amigo pediu para falar dele no blog, senti-me na obrigação de ler mais sobre o poeta e, admito, valeu a pena.

Coração de Tinta era um livro que constava da minha lista geral, mas não na de 2010. Ganhei-o no meu aniversário e senti forte atração em lê-lo de imediato. Foi uma das melhores leituras deste ano.

Os demais, tenho certeza, não vou me esquecer tão cedo, afinal, eles me acompanharam por todo o ano e fizeram meu dia a dia melhor. Portanto, vale a pena citá-los, ao lado dos já mencionados. Os 22 lidos são:

1. Nunca Subestime uma Mulherzinha - Fernanda Takai
2. Uma Mente Inquieta - Kay R. Jamison
3. O Vento nos Salgueiros - Kenneth Grahame
4. O Ano do Pensamento Mágico - Joan Didion
5. O Livreiro de Cabul - Asne Seierstad
6. Sobre Alice - Calvin Trilin
7. Emília no País da Gramática - Monteiro Lobato
8. O Lugar Escuro - Heloisa Seixas
9. Coração de Tinta - Cornelia Funke
10. Lolita - Nabokov
11. Lendo Lolita no Teerã - Azar Nafisi
12. O Vampiro de Curitiba - Dalton Trevisan
13. O Poder da Mensagem - Hélio Ribeiro
14. Cinderela de Saia Justa - Chris Linnares
15. Marcelino Pedregulho - Sempé
16. Livros - Ilha Deserta - Vários
17. Blecaute - Marcelo Rubens Paiva
18. A Ilha de Nim - Wendy Orr
19. Se Um Viajante Numa Noite de Inverno (releitura) - Ítalo Calvino
20. Rimbaud - A vida dupla de um rebelde - Edmund White
21. A Mulher que Matou o Peixe - Clarice Lispector
22. Trégua - Mario Benedetti

Para 2011 decidi não fazer lista para ler este ou aquele livro. Claro tenho uma lista dos livros que quero ler e que só faz crescer, mas não quero me determinar a nada. Dentre aqueles que estão lá listados vou pinçando aos poucos, à medida que termino um ou outro livro. Acho que será mais honesto e prazeroso, depois, dou espaço para as novidades e as recomendações que surgirem à minha frente. Este será o meu desafio.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Boas Festas!

"É isto que amo na leitura: uma pequena coisa o interessa num livro, e essa pequena coisa o leva a outro livro, e um pedacinho do que você lê nele o leva a um terceiro. Isso vai em progressão geométrica - sem nenhuma finalidade em vista, e unicamente por prazer".
- A sociedade literária e a torta de casca de batata -
Mary Ann Shaffer, Annie Barrows.

Boas festas amigos, que em 2011 possamos compartilhar muitas leituras juntos. Beijos!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

O eterno rebelde

O psicólogo americano Howard Gardner disse certa vez em uma entrevista que “está demonstrado, por meio de extensas pesquisas, que a fase em que a experiência causa mais impacto ao cérebro é até os 20, 25 anos de vida. As pessoas podem até ficar mais sábias depois disso, mas não mais inteligentes.”

Em outra reportagem sobre a precocidade dos gênios, li que “o estudo da explosão precoce da inteligência avançou muito. Hoje se sabe que talentos musicais e matemáticos tendem a desabrochar mais cedo. A habilidade matemática de altíssimo desempenho carrega em si outro mistério. Ela exige do cérebro, além de enorme dose de racionalidade, um poder de processamento bruto que tende a se esgotar com a idade. Por essa razão, todas as grandes descobertas matemáticas foram feitas por gênios antes de eles completarem 30 anos.”

Tomando por base estas informações e guardadas as proporções pode-se entender, por exemplo, porque o poeta francês, Jean Nicolas Arthur Rimbaud, ou simplesmente Rimbaud, até os 20 anos escreveu o que mais tarde seria considerada uma das maiores influências da poesia moderna e se tornado o precursor do surrealismo.

Rimbaud era um menino exemplar, estudioso, amante da leitura e dos livros, até se tornar um rebelde sem causa na adolescência, um libertino por assim dizer, que aos 17 anos começa a viver uma tórrida e tempestuosa relação amorosa com o também poeta Paul Verlaine. E que, no auge da sua criação literária, aos 20 anos, desiste da literatura e se embrenha numa aventura errante pela África traficando armas. Sua morte prematura, aos 37 anos, fez surgir o mito e o reconhecimento pela sua obra literária.

Essa trajetória rápida, intensa e tumultuosa da vida do poeta pode ser vislumbrada no ensaio bibliográfico de Edmund White, Rimbaud: a vida dupla de um rebelde, editado pela Companhia das Letras. O interessante, na obra, foi constatar as idas e vindas de Rimbaud à casa materna, apesar da sua rebeldia e boemia. No final, ele sempre recorria à família, extraindo dali sua força e energia necessárias para as novas empreitadas que seu espírito aventureiro almejava realizar. Além do seu amor pelos livros, mesmo depois de renegar sua veia poética.

“Embora tivesse dado as costas de vez à literatura, Rimbaud permanecia obcecado por livros. Tal como os dois comoventes mas absurdos autodidatas do ‘romance tragicômico’ de Flaubert, Buvard e Pécuchet, Rimbaud queria aprender tudo de cada área de conhecimento prático. Fez vir da França livros sobre metalurgia, hidráulica, funcionamento de barcos a vapor, arquitetura naval, mineralogia, como instalar um depósito de madeira, um guia de bolso sobre carpintaria, alvenaria e assim com diante... Ele, que tinha desejado transformar o mundo por meio da alquimia da linguagem, estava agora reduzido a estudar as verdadeiras técnicas práticas. E, no entanto, o objetivo – saber tudo e controlar tudo – permanecia o mesmo.”

Quanto à sua criação, poemas como “Uma estadia no Inferno” e “Iluminações”, só ganharam o mundo literário graças à intervenção de Verlaine, como relata esta passagem do livro:

“Verlaine, apesar da falta de contato com Rimbaud, permaneceu fiel a seu gênio. Em 1883, publicou três livretos chamados Les poetes maudits sobre Rimbaud, Mallarmé e Tristan Corbière. Todos os três, hoje reconhecidos entre os maiores de seu tempo, eram desconhecidos quando Verlaine decidiu escrever sobre eles. O texto dedicado a Rimbaud era especialmente corajoso, já que deve ter trazido à tona os escândalos do passado: o julgamento, a prisão, suas relações imorais com Rimbaud, o divórcio. Amargurado e furioso com Rimbaud nos anos de 1875 a 1880, Verlaine agora só falava dele com afeto e admiração. No panfleto, Verlaine reproduzia vários poemas de Rimbaud, que muitos do meio literário parisiense estavam lendo pela primeira vez. Ficaram estupefactos. Conforme escreveu Edmond Lepelletier, ninguém tinha lembranças muito favoráveis do garoto que tinham conhecido quinze anos antes. Tudo o que recordavam eram seus modos grosseiros e que se tinha em alta conta: ‘As citações feitas por Verlaine foram como uma revelação’. Sem os esforços de Verlaine, Rimbaud seria apenas uma nota de rodapé na história de um movimento literário esquecido, o Zutismo.”

Da sua obra não li muita coisa, mas o que vi impressiona bastante, como o poema “O barco ébrio”. Mas confesso que tive certa dificuldade na leitura da biografia, dada a complexidade da alma de Rimbaud, seus humores terríveis, sua indisciplina exagerada, seu egocentrismo exacerbado, seu inconformismo predominante. Sua importância para a poesia moderna, no entanto, ultrapassa a falta de empatia com sua pessoa, e ganha cada vez mais adeptos.
Um deles é meu amigo Alexandre, que chamou minha atenção para a poesia de Rimbaud. Ele inclusive, está obcecado pela criação do poeta, tanto que até se inspirou em escrever um pequeno conto poético sobre sua vida, o qual transcrevo abaixo:

Divino Profano

Na companhia errada, envolto a cólera me busco, encontro o profético fluxo que não nega sua apressada cavalgada.
Olho para os lados, me vejo lá dentro. Viajo em pensamentos andarilhos guiado por um brilho; depois me volto escandalizado.
Encaro a realidade, abominável; malhada há tempos.
Como num refluxo, jogo fora todo mal do mundo nas mãos dos deuses utópicos e dos políticos que, cinicamente, já não sabem se mentem ou se consentem.
Por fim, desvendo o oráculo que contradiz a existência; não o revelo a todos, porém afirmo ao sábio estúpido que se não temes o mundo jamais será profundo e seguirá confuso eternamente à marcha dos dementes que caminham imundos como porcos doentes
.

É Rimbaud, há mais de 150 anos de sua morte, inspirando novas gerações. E isso não é pouco.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Numa ilha deserta cercada de livros

Em A Ùltima Tempestade, o diretor Peter Greenaway tranpôs para a tela do cinema a saga de Próspero, duque de Milão exilado em uma ilha distante com sua filha e seus livros, pelo seu próprio irmão, que lhe toma o ducado para aliar-se ao reino de Nápoles. A história é uma adaptação de A Tempestade, peça escrita por William Shakespeare, que fala sobre vingança, amor, conspirações, livros, natureza humana.

Lembrei-me muito desse enredo quando estava lendo Livros – Ilha Deserta, publicação da PubliFolha, na qual sete autores – Bernardo Ajzenberg, Carlos Heitor Cony, Contardo Calligaris, Manuel da Costa Pinto, Maria Rita Kehl, Moacyr Scliar e Nina Horta – enumeram 10 livros que levariam para uma ilha deserta. Há ainda um epílogo, sobre Robinson Crusoé, o maior de todos os náufragos, escrito pelo artista plástico Nuno Ramos.

A lembrança do livro de Shakespeare foi pura intuição, mas não a encontrei em nenhuma lista. O que é interessante notar em Livros – Ilha Deserta é conhecer a escolha de cada autor. Alguns foram guiados pela emoção da infância, outros pela companhia que os livros podem proporcionar – e acalentar – num momento de solidão, e ainda aqueles pautados pelas grandes obras da literatura universal.

Das listas de cada um, gostei particularmente da escritora Maria Rita Kehl, porque ela ter se baseado principalmente na sua infância, época em que a existência das ilhas desertas despertam a imaginação das crianças para aventuras incontáveis, longe dos adultos, com um enorme espaço à disposição. Foi nessa época, também, que ela queria ser o personagem dos seus livros prediletos. Mas aí, uma curiosidade interessante: segundo Maria Rita, os melhores personagens, os que viviam as histórias mais interessantes, as aventuras mais perigosas, eram sempre meninos. Dessa forma, entre os sete e os 13 anos, ela afirma ter sido um menino, como Tarzan, Mowgli, Robin Hood, Pedrinho, Tom Sawyer, Peter Pan, Ivanhoé e por aí vai.

“Quem me salvou para a vida de menina foi Emília, a heroína atrevida e esperta das histórias de Monteiro Lobato. Emília era desnaturada, tinha coração de pano, língua solta e nenhum medo. Dava gosto imaginar que eu era Emília. Mais tarde, quando tentava me conformar com meu destino de mulher, encontrei Helena Morley, a autora adolescente de Minha vida de Menina, e Jô March, a personagem com vocação literária de Little Women.
Se não me foi dado viver a vida fascinante dos meninos, que eu pudesse algum dia virar escritora e inventar outras vidas, outras histórias, outras aventuras que me consolassem da vidinha urbana e comportada destinada a uma reles moça de família de classe média paulistana.”

Maria Rita não poderia ter sido mais feliz nas suas escolhas. Assim, fiz minha listinha também. Foi difícil, porque tive de deixar livros queridos de fora, mas acho que no final consegui fazer uma boa seleção. Procurei me pautar na afeição e na emoção que cada livro deixou em mim, só que nas diferentes fases da minha vida, desde a adolescência até a vida adulta atual. São leituras que me são caras e que tenho certeza me fariam boa companhia numa ilha deserta.

1. Memórias Póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis
2. Vidas Secas – Graciliano Ramos
3. Fogo Morto – José Lins do Rego
4. Juca Mulato – Menotti Del Picchia
5. O Pequeno Príncipe – Antoine de Saint-Exupéry
6. Cem Anos de Solidão – Gabriel Garcia Marques
7. Palestina – Joe Sacco
8. Os Irmãos Karamazov - Dostoiévski
9. A Revolução dos Bichos – George Orwell
10. Harry Potter e a Ordem da Fênix – J. K. Rowling

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A hora do Recreio

A linha do pensamento é algo extraordinário, inimaginável mesmo. Ela faz a gente dar voltas e mais voltas, tantas que, sem querer, acabamos parando longe, muito longe, bem distante daquela centelha inicial. Esta semana, por exemplo, estava comentando com uma amiga que dificilmente vou dormir depois das 23 horas e, por isso, não costumo assistir televisão até muito tarde, o que às vezes me faz perder alguns programas bons. Depois, pensando nisso, lembrei-me da velha expressão dormir com as galinhas, que significa “deitar-se cedo, logo ao anoitecer, como fazem as galinhas”. Acho que é mais ou menos isso o que faço.

E como um pensamento vai puxando outro, minha cabeça voltou ao tempo e lembrei de uma historinha que era mais ou menos assim:

"Era uma vez uma galinha que tinha três pintinhos, todos muito sapecas. Eles gostavam muito de brincar e de assistir televisão. Um dia, ao anoitecer, a mãe deles os chamou para dormir, mas como estavam assistindo a um programa divertido resolveram ficar mais um pouco acordados. A hora foi passando, mamãe galinha dormiu, mas os pintinhos nem pestanejaram e continuaram com a TV ligada, até que os programas foram ficando cada vez mais tenebrosos. Assustados, os pintinhos correram para se abrigar nas asas da mamãe, mas como ela já estava dormindo, as asas estavam fechadas e eles não puderam se aninhar, ficando ao relento. Somente na manhã seguinte, quando ela acordou, é que os pintinhos conseguiram se acalmar. E desde aquele dia, nunca mais ficaram assistindo TV até tarde."

A historinha, que tem lá seu fundo educativo, foi lida na minha infância na revista Recreio uma das primeiras publicações voltadas para o público infantil. De certa forma ela me marcou, já que até hoje me recordo perfeitamente dela. Na época também gostava de assistir TV até tarde, especialmente filmes de terror, depois ia dormir morrendo de medo. Não é à toa que a historinha tenha mexido comigo.

Mas o fato é que lembrando disso, recordei-me da revista que acompanhou a minha infância. Esperá-la chegar às bancas era uma ansiedade só. Não sei ao certo se a revista era mensal ou semanal, só sei que era superdivertida, alegre, recheada de conteúdo bacana e útil. A cada edição trazia uma novidade legal para ler, escrever, sonhar, pintar, desenhar, recortar, montar, colar (nada dos adesivos de hoje, usávamos cola mesmo). Era bastante instrutiva e repleta de surpresas nas páginas coloridas.

Publicada inicialmente em maio de 1969, pela editora Abril, a revista Recreio circulou ininterruptamente até 1981, tendo lançado grandes autores infanto-juvenis, como Ruth Rocha e Ana Maria Machado, e ilustradores como Renato Canini e Izomar Camargo, entre outros.

O projeto foi retomado em 2000, como um periódico semanal, trazendo ainda unidades de coleções grátis. Pelo que vi, ainda mantém o mesmo padrão de qualidade, com jogos interativos, passatempos, curiosidades, diversão e informação. E o que é mais importante, valorizando e incentivando o processo de aprendizagem infantil.

Recreio. Fez parte da minha infância. Esperio que faça parte da infância de muitas crianças.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Mais incentivo à leitura

Li agora pouco, no blog da Lia, http://www.queromoraremumalivraria.blogspot.com/ , uma notícia veiculada pelo site Folha.com sob o título “Brasil fica em 53º lugar em prova internacional que avalia capacidade de leitura”. O comparativo foi feito com 65 países por meio da avaliação de estudantes com 15 anos pelo Pisa – Programa Internacional de Avaliação de Alunos. (Veja matéria aqui

É lamentável, mas está claro, por essa avaliação, que os estudantes brasileiros não vem sendo incentivados à leitura e que há muito que se fazer nesse campo da educação no país. Há que se trabalhar muito mais nesse sentido, incrementar as bibliotecas, capacitar os funcionários, incluir programas de leituras, orientar os pais a estimular os filhos à leitura, e muito mais.

Apesar do quadro sombrio, realizações da iniciativa privada merecem registro e devem servir de exemplo para outras ações semelhantes. É o caso da Fundação Itaú Social que está distribuindo livros infantis para pessoas físicas que se cadastrarem em seu site - http://www.lerfazcrescer.com.br/ - até o final do ano.

A ideia é fazer com que as pessoas leiam – e releiam – os livros para seus filhos, sobrinhos, netos, alunos e depois repassem-os para outras pessoas fazerem o mesmo. As obras fazem parte da Coleção Itaú de Livros Infantis, composta de quatro volumes – O Jogo da Parlenga, Bem-te-vi, Os Três Porquinhos e Lobisomem –, que serão enviados às casas das pessoas, em todo o Brasil, que preencherem o cadastro.

No site você encontra também dicas para promover a Contação de Histórias para crianças, sejam da sua casa, da comunidade, da escola ou de entidades sociais.
Que iniciativas como essa sejam cada vez mais frequentes em nosso país!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Livros que ganhei

A gente dá, a gente recebe.

Minha prima Luci, que mora em Porto Alegre, enviou-me de lá, via correio, um lindo presente: dois livrinhos para me deleitar e devorar. Tarefa que será das mais fáceis – e das mais prazerosas também – visto que a temática das obras tem tudo a ver comigo. Ela acertou em cheio.

Um deles é Jornalismo e Literatura, do escritor Antonio Olinto, publicado pela Já Editores. Trata-se de um ensaio publicado pela primeira vez em 1955, pelo então Ministério da Educação e Cultura, mas que se mantém atual nos dias de hoje, tanto que foi adotado nas escolas de Jornalismo. Fala sobre essa interação do jornalismo com a literatura e todas as suas nuances.

Olinto é um dos mais traduzidos romancistas brasileiros, sua obra abrange poesia, romance, ensaio, crítica literária, análise política, literatura infantil e dicionários. Faleceu há um ano, em setembro de 2009.

O outro livro, Massinha é massa, do economista e cartunista Juarez Freiner Rodrigues, é pura diversão. Por meio de cartoons, Juarez faz um mergulho na alma humana, colocando, em doses rápidas, pensamentos que muitas vezes nos passam despercebidos em virtude da correria do dia a dia. São desenhos e ilustrações simples, mas que conseguem passar toda a carga emocional do autor.

Os livros foram comprados na 56ª Feira do Livro de Porto Alegre, que aconteceu de 29 de outubro a 15 de novembro último. Fiquei morrendo de vontade de participar, mas por causa do trabalho não tinha como ir, então minha prima resolveu dar um jeito de me passar um pouco o clima da festa, enviando não só os livrinhos, mas também o programa oficial, com todas as informações, folhetos e marcador de página. Um verdadeiro tesouro. Lindo, não?