quinta-feira, 30 de dezembro de 2021


Ainda em meio à pandemia da Covid-19, mas renovada as esperanças com a vacina, esperava ler mais este ano, a exemplo de 2020, já que continuo em casa. Mas não foi isso o que aconteceu, pois li exatamente a metade dos livros que li o ano passado. Talvez o cansaço do isolamento e as desilusões com a situação do país tenham me desanimado um pouco, mas sinto que em grande parte problemas com a minha visão sejam a razão principal para o meu afastamento das leituras. E isso é algo que terei de resolver em 2022.

Com relação aos Clubes de Leitura – Traçando Livros e Café Literário -, que permaneceram on-line, não consegui participar como eu queria, pois não me adapto a discussões virtuais. Mas acompanhei o calendário e li alguns dos livros debatidos. Espero que em 2022, se assim a “normalidade” permitir, as discussões possam ser presenciais para que eu consiga estar mais presente.

Desejo ainda para o próximo ano avançar na leitura dos livros que tenho em casa, seguir minha lista e, principalmente, conseguir ler, com uma visão melhor.

Vamos então à minha Retrospectiva Literária 2021. 


O primeiro livro que li no ano:


Solo para Vialejo,
de Cida Pedrosa.

Vencedor do Prêmio Jabuti de Livro do Ano em 2020, esta pequena joia poética de Cida Pedrosa abriu minhas leituras do ano. Foi um belo e inspirador começo.


A fantasia que me encantou:

Quarteto Mágico, de Murilo Rubião, J.J. Veiga, Victor Giudice e Campos de Carvalho.

Reunindo o melhor da safra brasileira de escritores do Realismo Fantástico, esse livro encanta pelos contos mágicos, um melhor do que o outro.


O clássico que me marcou:


O Quinze, de Rachel de Queiroz.

Foi uma releitura - e que releitura prazerosa! Ou melhor: reveladora. Isso porque da primeira vez que li não cheguei a gostar do livro, mas, lido agora, há pouco mais de 20 anos, foi uma feliz surpresa. Amei demais!.


O livro que mexeu com minhas lembranças:

Dublinesca, de Enrique Vila-Matas.

Que delícia de livro! Me transportei para Dublin, cidade que visitei e me marcou profundamente. Revi lugares, revivi momentos e, principalmente, me deletei com as referências a James Joyce e seu Ulysses. Que viagem magnífica e repleta de boas lembranças!



O livro que me impressionou:

A Vegetariana, de Han Kang.

As resenhas e os comentários lidos eram extremamente favoráveis e aguçaram minha curiosidade, mas o livro foi além e me tocou de uma tal forma que até eu me surpreendi. Dividido em 3 atos, confesso que os dois primeiros foram estranhos e inusitados, mas o terceiro, perturbador e impressionante, foi um soco no estômago. Me rendi.

 

A melhor HQ:

O Jogo das Andorinhas, de Zeina Abirached

Graphic novel repleta de lembranças da autora sobre a Guerra Civil Libanesa. Muito tocante e linda.

 

O livro que me fez refletir:


O Avesso da Pele, de Jeferson Tenório;

Forte e atual, esse livro fala de dor, racismo, pertencimento, família, afetos... Mas o destaque são os personagens, que se mostram sem pudor, com suas fraquezas, manias e falhas. Muito bom, muito a refletir.

 

O melhor livro-reportagem:

Holocausto Brasileiro, de Daniela Arbex

Livro intenso e dolorido, mas extremamente necessário para conhecer as atrocidades cometidas no Hospital Colônia, em Barbacena (MG), entre 1903 e 1980. Nesse período, 60 mil pessoas morreram por descaso, abandono e maus tratos. Uma extraordinária reportagem investigativa sobre o maior hospício do Brasil.



O livro que me decepcionou:

A Vida Mentirosa dos Adultos, de Elena Ferrante.

Existem alguns autores que tenho vontade de ler pela repercussão e importância literária, no entanto acabo derrapando em suas leituras. É o caso de Elena Ferrante. Tentei ler “A Amiga Genial”, mas não avancei e acabei deixando o livro, não sem prometer que voltaria a ele, um dia, quem sabe... Mas esse, A Vida Mentirosa dos Adultos, consegui chegar ao final e me decepcionei. Não gostei do livro, e olha que ela usa um recurso que eu adoro: falar de lugares, ruas, pontos de referência em cidades do mundo. Isso me faz ter vontade de conhecer esses locais, mas apesar de citar bastante, o interesse não aconteceu. E achei chato. Mas não desisti dela, ainda volto para conferir outras histórias.

 

O livro que li por indicação:

A Vida Mentirosa dos Adultos, de Elena Ferrante

Foi indicado por uma amiga, pena que não gostei muito, mas valeu.


O livro que me fez chorar:


Torto Arado, de Itamar Vieira Jr.

Livro lindo e emocionante, tem um estilo bem apurado, chegando ao ponto de provocar uma leitura mais vagarosa para apreciar cada palavra, cada linha, cada detalhe, cada cena. Chorei de emoção e de encanto. Mereceu todos os prêmios que ganhou.


O livro que me surpreendeu:

Garota, Mulher, Outras, de Bernardine Evaristo

Que livro incrível. As recomendações eram boas, mas a leitura foi além. São 12 personagens, 12 mulheres tão diversas, mas com conexões entre si, buscando sua identidade, lutando contra o racismo, falando sobre gênero, reconectando laços afetivo. E ainda com um belo e emocionante final.


O livro que devorei – e adiei:

Torto Arado, de Itamar Vieira Jr.

Livro que provocou um misto de emoções, quanto mais lia, mais queria ler, mais avançava, mas ao mesmo tempo retrocedia para adiar o seu final. Leitura impressionante.



A capa mais bonita:

Tina Respeito, de Fefê Torquato.

Desde que vi a capa dessa HQ eu fiquei apaixonada. Amei pelo que representa.


A frase que não saiu da minha cabeça:

Sobre a terra há de viver sempre o mais forte, de Torto Arado, de Itamar Vieira Jr.

E assim meu amor por esse livro foi selado.

 

Personagem do ano:

Belonisia, de Torto Arado

Uma das protagonistas do livro – a outra é Bibiana -, Belonísia encanta e surpreende após um acidente que envolve sua irmã, afetando-a para toda vida. Enquanto Bibiana vai embora de casa por causa de um amor, Belonísia fica e revela todo o seu amor à terra. Seu amadurecimento é visível e tocante.


Livro mais longo:


Garota, Mulher, Outras, de Bernardine Evaristo, com 496 páginas


Livro mais curto:

Seu Plano era Cruzar o Oceano, de Renata Rossi, com 24 páginas

Livro infantil lindo.

 

O melhor livro nacional:

Torto Arado, de Itamar Vieira Jr.

Todos os elogios ao livro

 


O último livro que li:

A Criança em Ruinas, de José Luis Peixoto

Se comecei o ano com poesia, tinha de fechar 2021 com poesia também, mas o melhor é que não foi proposital.

Inspirador!

 

O melhor livro que li em 2021:

Torto Arado, de Itamar Vieira Jr.

Li Torto Arado no início do ano, e ali já sabia que esse seria o melhor livro que li no ano. Não importava que ainda tivesse um ano inteiro para outros livros, porque seria difícil superá-lo. E estava certa.

Simplesmente maravilhoso!

 

Li em 2021... 28 livros, exatamente a metade do que li o ano passado.

Destes, a maioria foi no gênero da ficção, fiz 2 releituras, li 3 HQs e 17 livros escritos por mulheres.

 

A minha meta literária para 2022 é:

Ler, ler e ler.

 

Os 10 livros mais amados deste ano:

- Torto Arado, de Itamar Vieira Jr.

- O Avesso da Pele, de Jeferson Tenório

- O Quinze, de Rachel de Queiroz

- A Vegetariana, de Han Kang

- Garota, Mulher, Outras, de Bernardine Evaristo

- Sula, de Toni Morrison

- De Amor e de Sombras, de Isabel Allende

- Tudo de Bom Vai Acontecer, de Sefi Atta

- Dublinesca, de Enrique Villa-Matas

- Holocausto Brasileiro, de Daniela Arbex


E que venham mais e belas leituras em 2022.

Feliz Ano Novo a todos!