quarta-feira, 21 de maio de 2014

TAG - Conhecendo a blogueira


Fui indicada pela Eva Maia, do blog Falando de Livros, para uma TAG que tem como objetivo falarmos um pouco sobre nós mesmas, das nossas preferências, daquilo que somos. E para isso temos de:

- dizer 11 fatos sobre nós (qualquer coisa);

- responder a 11 perguntas feitas pela pessoa que nos tagueou (no caso eu);

- indicar 11 blogs para responder à TAG e

- elaborar 11 perguntas aos indicados.


11 fatos sobre mim:

1. Sou paulistana e amo minha cidade.

2. Quando eu era criança queria ser escritora.

3. Tornei-me jornalista. Ao invés de escrever ficção, escrevo sobre a vida real. Mas continuo gostando de ler ficção.

4. Sou palmeirense, desde criancinha.

5. Sempre gostei de ler, mas minha vida como leitora foi modificada por três livros, em três fases: Fogo Morto, de José Lins do Rego (aos 15 anos); Palestina, de Jose Sacco (aos 40 anos); e Harry Potter, de J. K. Rowling (aos 45 anos).

6. Amo literatura brasileira, clássica, moderna, contemporânea.

7. Tenho um gosto bem eclético para livros, mas gosto sobretudo de romances e fantasias.

8. Na adolescência li muitos romances regionalistas, mas continuo gostando do gênero e sempre que posso volto a eles.

9. Tenho por desafio literário ler Ulysses, de James Joyce, e Guerra e Paz, de Tolstói.

10. Sou apaixonada por quadrinhos e fã do trabalho de Will Eisner, Joe Sacco e dos gêmeos Gabriel Bá e Fábio Moon.

11. Minha vida não se resume só a literatura. Gosto de viajar, de sair com os amigos, de cinema, teatro, exposições e, claro, música, sobretudo MPB.

Minhas respostas às perguntas solicitadas:

1 - Por que quis ser blogueiro (a)?
Como jornalista eu tinha dificuldade de me colocar no texto, sempre escrevi objetivamente. Quando comecei a fazer a pós em Jornalismo Literário, senti essa necessidade, então foi uma forma de exercitar a escrita, falar de mim e de minha paixão pela literatura.

2 - Qual tipo de livro mais gosta de ler?
Gosto de romances, do gênero romance, que contam uma boa história.

3 - Qual autor(es) favorito(s)?
Brasileiros: Machado de Assis, José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Cristovão Tezza, Eliane Brum.

Estrangeiros: Dostoiévski, Jorge Luis Borges, J. M. Coetzee, Neil Gaiman, J. K. Rowling, Mario Vargas Llosa, Mia Couto.

4 - Qual foi o primeiro livro que te marcou como leitor?
Fogo Morto, de José Lins do Rego.

5 - Qual o livro que menos gostou?
As Valkírias, de Paulo Coelho.

6 - Qual seu personagem favorito?
Gosto de vários, mas principalmente do capitão Vitorino Carneiro da Cunha, de Fogo Morto.

7 - Qual frase de algum livro você gosta de citar?
“...se é que há esperança, a esperança está nos proletas”, de 1984, George Orwell.

8 - Qual livro você gostaria de mudar o final?
Acho que todos que li acabam como deveriam acabar. Mas... “Harry Potter e as Relíquias da Morte”. Não propriamente o final, acredito que terminou bem, mas retiraria aquele 19 anos depois ou tentaria modificá-lo.

9 - Qual livro você gostaria que virasse filme?
Nenhum, sempre prefiro mais ler.

10 - Qual escritor de sucesso você não gosta de ler?
Paulo Coelho.

11 - Gosta de emprestar livros?
Sim, sempre. Sem medo de ser feliz.

Blogs tagueados:

Não vou taguear nenhum blog. Deixo em aberto pra quem quiser responder. Aqui vão as perguntas:

1 - Qual foi o primeiro livro que leu?

2 – Que gênero literário você gosta de ler?

3 - Quais seus autores preferidos?

4 - Que livro gostaria de ter escrito?

5 – Se conseguisse se definir, que livro você seria?

6 – Cite um personagem inesquecível.

7 – Em que livro – ou história - você moraria?

8 – Qual livro fez você chorar? E qual fez você rir?

9 – Que livro marcou sua vida?

10 – Qual adaptação literária para o cinema ficou melhor do que o livro?

11 – Além de literatura, quais outras paixões você tem?


Bom, é isso. Espero que tenham apreciado minhas respostas e, com elas, me conhecido um pouco mais.

domingo, 11 de maio de 2014

Em nome da mãe

“Em nome do pai” inaugura o sinal-da-cruz. Em nome da mãe inaugura-se a vida. (pág. 10).

E é sobre a vida, esse mistério que é a vida, por meio da Maternidade que Em nome da mãe, livro de Erri de Luca, publicado pela Companhia das Letras,em 2007, se centra. Com a palavra Maria – Miriam, na versão hebraica –, a mãe do Menino Jesus – Ieshu –, que vai contar os nove meses entre a Anunciação, na aldeia de Nazaré, à Natividade, em Belém.


Muito se sabe sobre a história de Maria, quando da Anunciação e o Nascimento de Cristo, mas o período da gestação, da dimensão humana da Maternidade, quase nada se conta. O autor, estudioso dos textos bíblicos, por meio de seu conhecimento, mas principalmente da sua sensibilidade, se propõe a desvendar, mas sem compromisso com conceitos teológicos e filosóficos.

A história tem início no final de uma manhã do mês de março, quando Maria é surpreendida por um vento que entra pela janela, e a voz de um anjo faz a Anunciação. Tocada pela graça, ela se apressa em contar a José (Iosef), seu noivo que, depois da estranheza do primeiro momento e por ser homem justo, não só crê na história, como enfrenta a comunidade judaica para proteger Maria e o filho que ela carrega (pelas leis, uma mulher grávida antes do casamento, e ainda de outro homem, deveria ser apedrejada), mas para isso, ele pede que ela lhe conte tudo, palavra por palavra, como foi dito.

Os homens dão tanta importância às palavras, para eles são tudo o que conta, que tem valor. Iosef queria conhecê-las para poder guardá-las, relatá-las. Logo imaginou as consequências legais. O anúncio quebrara nosso compromisso. Eu estava grávida de um anjo que chegara, antes do compromisso. Eu estava grávida de um anjo que chegara, antes do casamento. Por isso ele pedia outras palavras, para citar na assembleia, em busca de uma defesa perante a aldeia.

Enfrentando todos, os dois mantêm o compromisso do casamento em setembro, e vão tocando suas vidas. Mas ele perde o emprego na oficina onde trabalhava como ajudante, tendo de montar seu próprio negócio e contar com seu talento para os trabalhos que surgirem. E ela, vítima de acusações e intrigas, segue tranquila, sem se deixar intimidar.


As mulheres cuspiam depois que eu passava por elas. Eu saía para a função do sábado. Diante e seus insultos, endireitava mais a coluna, estufava mais a barriga...

... Estar grávida, crescer feito a lua, contar as semanas como para o transvasamento do vinho, não ter as regras, tudo era uma pureza que me inebriava de alegria...

Em setembro, ao término dos trabalhos nos campos, realizaram-se as bodas. Enfim, casados! Porém, José promete não tocá-la até que o filho nasça. Assim, a vida vai se encaminhando até que chega dezembro e, próximo ao nascimento, José e Maria têm de ir a Belém para o recenseamento, de forma que ela terá de dar à luz sozinha, sem o auxílio de parteiras e da mãe, que ficaram em Nazaré.

A viagem é difícil, mas por fim chegam a Belém. A cidade está cheia por causa do recenseamento e não há hospedaria vaga. José consegue lugar em uma estrebaria, onde poderá abrigar a mulher grávida. Ela diz que o menino nascerá naquela noite, mas não sente medo, sua mãe lhe dera instruções e ela sente que poderá fazer o parto sozinha, uma vez que pelas leis judaicas, o homem não pode participar desse momento.

Senhor, Adonai, a tua frase dirigida à nossa mãe Eva: “Com dor darás à luz filhos” não me amedronta. É correta a hora dos empurrões para fora, do esforço. Será preciso bastante esforço para arrancar o menino de mim. Estamos muito bem, nós dois, num só corpo. Bendito o esforço que nos impõe.                                                  


É tocante o momento do nascimento de Cristo, quando Maria tem de fazer o esforço para ter seu filho, tendo como assistência o jumento no qual viajara e um boi. Mas a melhor parte é depois, quando ela, já com o menino no colo, resolve não chamar José (que ficou do lado de fora do estábulo) de imediato. Era noite, e Maria disse ao marido que pela manhã teria o menino, assim, aproveita esse momento único com o filho para tê-lo só para ela e pensar na sua jornada, sonhar com seu futuro, com uma vida comum. Depois se lembra do Anúncio e roga a Deus que esqueça dele, que não se faça notar, que seja um homem simples, mas sabendo que a hora chegará em que terá de entregá-lo ao serviço de Deus. Então pede que isso não aconteça antes dos 30 anos. Muito mãe, muito lindo.

Erri de Luca é napolitano de origem judaica, estudou iídiche e hebraico, traduziu o Eclesiastes e o Livro de Ruth, mas não é religioso. Foi dirigente do grupo de extrema esquerda Lotta Continua, caminhoneiro e pedreiro. Escreveu seu primeiro livro Non ora, non qui, aos 39 anos, publicando depois outras obras como Aceto, arcobaleno (Prêmio France Culture, 1994), Três cavalos (Berlendis & Vertecchia Editores, 2006) e Montedidio (Prêmio Femina Étranger, 2002).

quarta-feira, 7 de maio de 2014

15 livros

Vi essa postagem no Facebook de um colega e resolvi postar aqui no blog.
Vamos lá então à lista dos 15 livros:

1 - Um clássico da literatura brasileira:
Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis

Pensar em clássico é sempre pensar em Machado, pelo menos para mim, e Memórias Póstumas é o meu preferido.

2 - Um clássico esquecido da literatura mundial:
O Vento nos Salgueiros, Kenneth Grahame

Não sei se está mesmo esquecido, mas quase não veja nada sobre esse clássico da literatura infanto-juvenil que, aliás, é fascinante.

3 - Um livro do seu autor favorito:
Fogo Morto, José Lins do Rego

Sempre, sempre, sempre. Foi este livro e a escrita de Lins do Rego que me tornaram, na adolescência, uma leitora assídua.

4 - Um livro de contos:
O Aleph, Jorge Luis Borges

Não sou muito de ler contos. Não é que eu não goste. Gosto, mas prefiro romances, com uma história só. Mas O Aleph me fisgou do início ao fim. Muita coisa eu não entendi, mas achei primoroso. Foi o primeiro livro de Borges que li. Amei.

5 - Um livro que não foi te indicado por ninguém:
A Casa de Papel, Carlos Maria Dominguez

Geralmente leio por indicações, venham de onde vierem. Mas A Casa de Papel chamou minha atenção na primeira Primavera dos Livros que aconteceu em São Paulo. Vi o pequeno (só no formato e no número de páginas) livro em uma prateleira e me encantei com a capa e, claro, com o título. Dei uma rápida espiada e não consegui largar mais. Um livro que fala sobre livros, e da paixão por eles e por bibliotecas. Muito bom.

6 - Um livro com mais de 500 páginas:
As Correções, Jonathan Franzen

Haja fôlego para ler As Correções, com suas 584 páginas. E foi preciso mesmo ter fôlego, pois, apesar de ser uma história interessante, a leitura não fluía tão facilmente. Precisei dar um tempo e prosseguir na leitura mais para frente. Valeu a pena. Uma história e tanto.

7 - Um livro de poesia:
Pra viver um grande amor, Vinicius de Moraes

Acho que vou gostar sempre, sempre e sempre. Os poemas do livro vivem rondando minha cabeça mesmo depois de tanto tempo que li, reli e re-reli.

8 - Um livro escrito por alguém com menos de 40 anos:
Livraria Limítrofe, Alfer Medeiros

Uma leitura descontraída, em que a paixão por livros, leitura e livraria estão no centro da narrativa. Muito bom de ler, e melhor ainda de sonhar e viajar por suas páginas.

9 - Um livro escrito originalmente num alfabeto diferente do seu:
Os Irmãos Karamazóv, Dostoiévski

Já li duas vezes e estou tentada a uma terceira vez. Sempre descobrimos coisas novas nas releituras e, Dostoiévski, com sua literatura russa, é claro, sempre tem algo de diferente a nos dizer.

10 - Uma graphic novel:
Palestina, Joe Sacco

Fiquei arrebatada quando li Palestina e descobri as reportagens em quadrinhos. Sou fã incondicional do trabalho de Sacco e cheguei a fazer uma monografia na pós-graduação sobre seu graphic novel.

11 - Um livro publicado pela 1ₐ vez este ano:
Meus Desacontecimentos, Eliane Brum

A escrita de Eliane Brum me arrebata e esse seu Meus Desacontecimentos despertou em mim lembranças há muito esquecidas. Imperdível.

12 - Um livro de não-ficção:
O Anjo Pornográfico, Ruy Castro

Trata-se da biografia de Nelson Rodrigues, das que li a melhor. Tive outra opinião do dramaturgo depois de ler esse livro. Sem falar na escrita de Ruy Castro, extremamente envolvente.

13 - Um volume de alguma trilogia ou série:
Harry Potter e a Ordem da Fênix, J. K. Rowling

Da saga do bruxinho, este é o livro que mais gosto. Fiquei totalmente entregue quando o li, sofri, chorei, me encantei. Acho que Rowling se superou nesse livro.

14 – Um livro que algum amigo te enche o saco para ler:

Tenho uma amiga que gosta do Nicholas Sparks e, vez por outra, ela fala para eu ler um livro dele. Nenhum em específico. E eu sempre prometo que vou ler, porque não posso dizer que não gosto se não li, mas até ler... venho adiando.

15 - Um livro escrito por uma autora:
Infâmia, Ana Maria Machado


Este é um dos melhores livros que li em 2013. Gostei muito do desenvolvimento da história e da prosa de Ana Maria Machado em um livro adulto.