Ao ler Uma Mente Inquieta, de Kay Redfield Jamison, autoridade internacional em doença maníaco-depressiva e uma das poucas mulheres catedráticas de medicina em universidades norte-americanas, é impossível não se deixar tocar pela narrativa e, ao mesmo tempo, procurar conhecer mais sobre as doenças que podem manifestar-se em uma mente humana.
Blogs sobre livros e literatura existem vários. Todos muito bons e, como boa leitora, sou fã incondicional da maioria deles. Mesmo assim, arrisquei-me em criar um. Neste blog quero falar não só de livros, mas também da leitura que faço deles e do ato de ler. Não só. Quero ainda abrir um espaço para minhas observações, da vida, do cotidiano, das pessoas. É uma forma de registrar as minhas impressões e compartilhá-las. A quem se dispuser a ler, espero que aprecie, comente e divulgue.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Quando a mente adoece
Ao ler Uma Mente Inquieta, de Kay Redfield Jamison, autoridade internacional em doença maníaco-depressiva e uma das poucas mulheres catedráticas de medicina em universidades norte-americanas, é impossível não se deixar tocar pela narrativa e, ao mesmo tempo, procurar conhecer mais sobre as doenças que podem manifestar-se em uma mente humana.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Leitura e cães: tudo a ver
Pois é, no início deste ano, em um consultório, enquanto esperava minha vez de ser atendida, li, com surpresa e satisfação, uma pequena matéria na revista Vida Simples que falava dessa interação entre homem e animal, criança e cão. Os benefícios que essa relação proporciona à saúde emocional do ser humano são mais do que comprovados, só que, agora, essa parceria está indo mais além, estendendo o seu alcance para a escola, por exemplo.
Bom, pelo menos é isso o que a respeitada ONG sueca Iahaio (Associação Internacional da Interação Humano-Animal) sugere, por acreditar que a presença regular de cães encoraja as crianças no desenvolvimento escolar. A entidade, inclusive, realizará, neste ano, uma conferência sobre o assunto, na cidade de Estocolmo (http://www.iahaio2010.org/).
E não é tudo. A prática já vem sendo utilizada na escola primária Saint Michael, situada na cidade de Bournemouth, na Inglaterra. Ali, alunos de sete e oito anos levam seus labradores, yorkshires e vira-latas para a sala de aula, onde lêem em voz alta para eles. Segundo uma das idealizadoras da iniciativa, o interesse pela leitura aumentou na escola, uma vez que “ler para os cães dá às crianças confiança e estímulo à comunicação”.
Cães e leitura. A combinação não poderia ser melhor. E vou mais longe, acho até que essa interação poderia extrapolar ainda mais, alcançando o trabalho, por exemplo. Já vi matérias sobre experiências nesse sentido, mas ainda são um pouco tímidas. Quem sabe mais para frente essa prática, de levar cães, ou qualquer animal de estimação, não se torne um hábito frequente, afinal, seria uma forma de humanizar os ambientes corporativos e empresariais, dando mais leveza, criatividade e bom humor ao trabalho. Eu bem que iria gostar.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
A poesia no metrô
Pego de um pau. Esforços faço. Chego
A Consciência Humana é este morcego!
Entretida nas leituras dos poemas, deixei passar alguns trens até me decidir pelo embarque. Afinal, já estava perto de casa, não havia motivo para tanta pressa e, depois, queria saber se aqueles textos já estavam ali há um tempo ou se eram recentes, porque apenas naquele momento é que os havia percebido.
* A foto acima é do site do metrô
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
O paraíso perdido
De belíssima arquitetura, a Biblioteca Britânica é uma das maiores do mundo, contando com um espaço para leitura com capacidade para abrigar 1.200 leitores. Das jóias raras e valiosas do seu acervo, destaque ainda para o caderno de anotações de Leonardo da Vinci, a gravação de um discurso de Nelson Mandela e a Carta Magna.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
A liberdade está nos livros
Eu me mantinha a distância da discussão, só escutando, mas quando ouvi aquilo fiquei indignada!
– Ele só não irá se você não o incentivar – consegui falar.
– Mas ele não precisará mais ir a bibliotecas para fazer pesquisas, com fazíamos antigamente. É isso o que eu quis dizer.
– Mas eu, por exemplo , não vou a bibliotecas para fazer pesquisas, vou para ler e emprestar livros.
Na hora não me ocorreu, mas eu também podia ter acrescentado que, se ele frequentasse bibliotecas, saberia que elas não se ocupam apenas de pesquisa e leitura, mas também da promoção de diversas atividades como contação de histórias, workshops, oficinas, palestras e cursos, além de outras destacadas intervenções. Privar o filho disso é impedi-lo do contato social e da aquisição de diversos meios culturais.
Ainda bem que nem todo mundo pensa como ele, caso contrário, o acontecimento de ontem não teria tido a menor importância.
A notícia, no entanto, não é nova. Alguns blogs e sites, muito bons, por sinal, como o Orelha do Livro (http://www.orelhadolivro.com.br), da querida Mariana Sanches, já comentaram, mas eu, apaixonada que sou por livros, não poderia deixar de citar a inauguração da Biblioteca São Paulo, que fica no lugar onde antes funcionava a Casa de Detenção do Carandiru, hoje Parque da Juventude.
De arquitetura moderna, colorida e ousada, onde foram acomodados 30 mil livros, 80 computadores, CDs, DVDs, jornais e revistas, além de sete kindle, a biblioteca pretende ser um centro de estímulo à leitura. E, para tanto, o quesito acessibilidade foi amplamente pensado e projetado. No local há mesas reguláveis, adaptáveis a qualquer tamanho de cadeira de rodas, e folheadores automáticos de páginas para pessoas com restrições motoras. Aparelhos que convertem livros normais em Braille ou em áudio também serão disponibilizados a deficientes visuais.
* A foto é do site http://www.flickr.com/photos/mjsilva/4337774189/in/set-72157623248060267/
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
O livro na Avenida
Quando eu era criança, lembro que na época do Carnaval eu e minha irmã pedíamos aos nossos pais que comprassem serpentinas, confetes, máscaras, martelinhos, apitos e bisnagas para brincarmos a festa de momo no quintal e no portão de nossa casa. Era um tempo muito gostoso, em que tínhamos, frequentemente, a companhia de amigos e vizinhos.
Depois, já adolescente, comecei a ir em matinês divertidíssimas no salão do movimento de jovens da igreja Santo Antonio do Pari, no bairro onde morava. Era um ambiente saudável, cuja animação ficava a cargo dos próprios participantes do movimento, todos amadores, por sinal, mas que não deixavam a peteca cair, em nenhum momento. Além disso, gostava de acompanhar os desfiles pela TV, improvisando, à minha maneira, os requebros e as evoluções no chão da minha sala.
Carnaval sempre foi uma paixão para mim. Assim, na fase jovem, morando em Indaiatuba, no interior de São Paulo, entrei em um bloco e fui realizar meu desejo de desfilar pelas ruas da cidade. A emoção foi tanta que repeti o feito por mais seis anos seguidos: quatro ainda no bloco e dois em uma das escolas de samba do município.
O mundo do “Era uma vez” dá passagem para o universo infantil, sem esquecer o Pequeno Príncípe, é claro, e haverá referências ao suspense e a ficção. Fechando o desfile, serão exaltados a filosofia e os caminhos do autoconhecimento, com as páginas de um futuro ainda a ser escrito.
Para quem teve oportunidade de ir aos ensaios da escola, além de acompanhar de perto todos os preparativos do desfile, ainda pode preencher um dos quadros de uma grande palavra cruzada montada em um painel gigante, uma parceria entre Salgueiro e Ediouro.
O melhor de tudo, no entanto, é que, além de brindar o público com um espetáculo belíssimo na Avenida, a escola e a editora distribuirão livros para a plateia durante o desfile. Iniciativas dessa natureza são mais do que bem-vindas, principalmente por mostrar a importância do livro nas nossas vidas e estimular o gosto pela leitura. E nada melhor do que uma festa popular para isso.
Se estiver no Rio de Janeiro durante o Carnaval ou for para lá nesses dias, e tiver uma oportunidade, acho que vale a pena conferir o trabalho do Salgueiro. E se quiser cantar junto, aqui vai a letra do samba para já ir aprendendo.
Histórias Sem Fim (Samba Enredo 2010)
Composição: Josemar Manfredini, Brasil do Quintal, Jassa, Betinho do Ponto e Fernando Magaça
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Para não esquecer de Salinger
– O quê?
– Conheces aquele poema: Quando Duas Pessoas Se Encontram no Centeio. É um poema de Robert Burns.
– Eu sei que é um poema de Robert Burns – respondi. Mas, é claro, não sabia. – Pensei que era Quando Duas Pessoas Se Procuram no Centeio – disse eu. – Ando sempre a pensar em dois miúdos que brincam num grande campo de centeio, ou, melhor, milhares de miúdos, e não há por ali uma única pessoa crescida a não ser eu. E eu estou mesmo à beira de um grande precipício. O que tenho a fazer é agarrar os miúdos que estão já à beira do precipício, isto é, quando estão distraídos e andam a correr por ali. É nessa altura que eu apareço para os salvar. Gostava de fazer isso o dia inteiro. Seria apenas o vigia do campo de centeio. Sei que é uma parvoíce, mas seria a única coisa que me agradaria. Mas sei que é uma parvoíce.”
Há uma semana morria, aos 91 anos, em New Hampshire, nos Estados Unidos, o escritor J. D. Salinger, criador de um dos personagens mais instigantes da literatura mundial: Holden Caulfield, o jovem perdido de O Apanhador no Campo de Centeio. O livro, lançado em 1951, quando Salinger tinha 32 anos, marcou toda uma geração do pós-guerra, vendeu mais de 60 milhões de cópias e ainda hoje fascina milhares de leitores.
A obra narra um fim de semana da vida do jovem Holden Caulfield. Estudante de um internato para rapazes, onde levou “bomba” em quase todas as matérias, ele acaba voltando mais cedo para casa. No caminho, Holden se prepara para a bronca que fatalmente levará dos pais e pensa na sua vida, no mundo e no que poderá lhe acontecer no futuro. Encontra-se com algumas pessoas das quais gosta, procurando, inconscientemente, retardar, o mais que pode, o confronto com a família.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Apego ao texto
Isso não me afetaria tanto se não fosse por outra pressão que sofri nos últimos dias e que me afastou um pouco deste blog. É que o prazo de entrega do segundo trabalho da pós em Jornalismo Literário terminava no dia 1º de fevereiro e eu nem havia decupado as três fitas com as entrevistas para o perfil que pretendia escrever sobre o jornalista e professor Álvaro de Moya, considerado como um dos maiores estudiosos em histórias em quadrinhos no Brasil e organizador do livro Shazam! Este, reúne ensaios de vários autores que discorrem sobre diferentes aspectos das HQs. O principal deles é o histórico, com descrição ou menção dos principais quadrinhos do mundo.