quinta-feira, 30 de junho de 2011

As surpresas de uma noite de autógrafos

A era digital vem revolucionando o dia a dia das pessoas, facilitando trabalhos e tornando acessível uma série de informações. Era natural que chegasse também ao mundo da literatura, com o surgimento do livro digital e sua disseminação entre os leitores, sobretudo os mais jovens.

Fã incondicional do livro impresso, não descarto a possibilidade de ler em tablets, quem sabe..., mas quando penso que não comprar livro impresso significaria furtar-me daquele encontro agradável entre o autor e o leitor que acontece sempre nos lançamentos e eventos literários, então me refreio. Já pensou deixar de participar daquela euforia, misturada à paciência, de entrar numa fila para conseguir uma dedicatória do seu autor favorito na obra por ele escrita, e de conhecer outros leitores? Acho que em tablets isso é algo inconcebível, não consigo imaginar uma solução, mas com certeza haverá uma saída. Afinal, há espaço para os dois formatos.

Foi exatamente nisso que pensei quando, na última terça-feira fui ao lançamento do livro Uma Duas, da jornalista e escritora Eliane Brum. Conhecida por escrever sobre fatos e personagens da vida real, com precisão, intensidade e muita sensibilidade, Eliane faz sua primeira incursão pelo mundo ficcional, e a julgar pela crítica e impressões de quem já leu ou está lendo, o romance tem tudo para conquistar o leitor.

Uma Duas narra a relação entre uma mãe e uma filha, a beleza e a aridez desse convívio. Desse confronto, as duas percebem aquilo que cada uma tem da outra. É uma reflexão sobre relacionamentos e família.

Publicado pela LeYa, editora portuguesa criada em 2008 e que vem alcançando o mercado brasileiro, o livro de Eliane foi impresso em belíssimo papel, com diagramação diferenciada, com destaque para o texto com letras na cor vermelha, com alguns capítulos em tons mais claros, e outros mais fortes. Creio ter um sentido essa diferenciação, mas isso só lendo para descobrir, o que farei assim que terminar A elegância do ouriço.

Autora de A vida que ninguém e O olho da rua, ambos narrativas da vida real, baseados em reportagens realizadas e que li com voracidade e emoção, Eliane é ganhadora dos prêmios Esso, Vladimir Herzog e Rei da Espanha. Em 2007 recebeu o Jabuti por A vida que ninguém e concorreu como finalista ao reconhecimento em 2009 por O olho da rua.

Colunista do site da Revista Época e cronista do site Vida Breve, Eliane tem ainda em seu currículo Coluna Prestes – O avesso da lenda, livro-reportagem que recebeu o Prêmio Açorianos de Literatura como autora revelação. E também os documentários Uma vida Severina e o recém-lançado road movie Gretchen Filme Estrada, ambos como codiretora. (Será que deixei de mencionar algum?)

A noite de lançamento de Uma Duas em São Paulo aconteceu na Livraria Cultura, que fica no Conjunto Nacional da Avenida Paulista, centro financeiro e cultural da cidade. Em meio a prateleiras repletas de livros e ao lado do café existente no interior da bela e grandiosa loja, o espaço reservado para Eliane autografar, conversar e se deixar fotografar com seus leitores propiciava um charme a mais àquela atmosfera literária.

Eu estava na fila, aguardando a minha vez chegar. À minha frente havia um grupo de jovens que ostentavam Uma Duas e mais dois livros de Eliane para ela autografar; atrás de mim, uma mulher parecia compenetrada na leitura do romance, que já iniciava ali mesmo. Nessas horas, costumo ficar na minha, uma por conta da minha timidez, outra porque não gosto de incomodar ninguém, mas não sei por que tive o ímpeto de me dirigir a essa mulher e não resistindo mais observei:

– Já começou a ler...

– É, enquanto espero na fila, estou aproveitando - ela respondeu e continuou:

– É a segunda vez que pego a fila. Ela já autografou o meu livro, somos amigas e temos um amigo em comum em Portugal. Assim resolvi comprar outro exemplar e enviar a ele, por isso estou na fila novamente. Você também é amiga dela?

Não. Apenas admiradora - respondi.

Depois disso a conversa prosseguiu e fiquei sabendo que Odele conheceu Eliane por causa da história da sua filha, Flávia, uma jovem que vive em coma vigil há 13 anos, desde que sofreu, aos 10 anos de idade, um acidente na piscina do prédio onde morava. Ao nadar, a menina teve seus cabelos sugados pelo sistema de sucção, ficando presa no ralo da piscina.

– Lembro-me desse caso, exatamente por causa da sucção – disse.

– É saiu nos jornais na época. E em 2007 eu fiz um blog dedicado à minha filha e sua luta pela vida. A Eliane viu, entrou em contato comigo e fez uma matéria linda, que foi publicada na Revista Época, em novembro de 2009 ( http://virou.gr/kBE6af ). Depois, ficamos amigas.

Continuamos a falar da filha, do acidente, do blog ( http://www.flaviavivendoemcoma.blogspot.com/  ) e do trabalho de Eliane, até chegar a nossa vez no autógrafo. Quando já estávamos perto, um rapaz que estava à minha frente pediu para eu fotografá-lo ao lado de Eliane. Disse que sim, bastava me entregar a câmera e explicar onde apertar. Odele, por sua vez, que também estava com sua máquina em mãos, me mostrou a foto que tirara com Eliane, e como eu estava sem máquina, ela se ofereceu para fazer uma foto minha com a escritora, que depois me enviaria por e-mail.

E assim foi. Fiz a foto do rapaz e depois Odele fez a minha com Eliane. Na dedicatória, ela escreveu no livro: “Minha versão do abismo”. Cumprimentei-a, despedi-me de Odele e sai de lá radiante, com Uma Duas aconchegado em meu peito. Foi uma noite agradável, uma noite de lançamento, uma noite em que estive perto da autora, ganhei um autógrafo no livro, conheci outros leitores e ainda comecei uma nova amizade. 

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Por que você lê?

Walcyr Carrasco é um autor de telenovelas de sucesso e escreve textos belíssimos, como a crônica “Um livro, uma vida”, publicada nesta semana na revista Veja São Paulo ( http://migre.me/57WGW ). Nela, Walcyr fala da importância que Reinações de Narizinho, o livro de Monteiro Lobato, teve na sua vida e na decisão de se tornar escritor.

Ele tinha 12 anos quando o livro lhe fora emprestado e, depois de “devorá-lo”, sentiu que um mundo novo se abria para ele. A partir daí, leu outros títulos da coleção e não parou mais.

A crônica me fez lembrar que, recentemente, no blog Fio de Ariadne ( http://fio-de-ariadne.blogspot.com/ ), da Vanessa, li um post que exibia no alto a pergunta: “Por que você lê? Hein?” e lançava o desafio aos seus seguidores para que respondessem a questão em um tipo de blogagem coletiva.

Salvo exceções, que infelizmente ainda hoje existem – e como existem –, aprendemos a ler quando crianças, mas nem todos se tornam leitores contumazes quando adultos.

Quando aprendi a ler, perto dos sete anos de idade, lembro-me do quanto o mundo das letras descortinou-se à minha frente. Assim, toda e qualquer palavra escrita não escapava aos meus ávidos olhos e me punha, pacientemente, a decifrá-la com fascínio e prazer.

Meus primeiros companheiros nessa aventura, quando ler tornara-se mais presente na minha rotina, foram revistinhas e suplementos infantis, clássicos da Disney e histórias em quadrinhos. Destes até o primeiro romance que li, A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, aos 11 anos, foi um passo natural, mas o verdadeiro mundo da leitura, essa que se faz por querer e por deleite, só se materializou na minha vida muito tempo depois, quando eu tinha 15 anos. E o grande propulsor nesse caminho foi Fogo Morto, o romance regionalista de José Lins do Rego.

Talvez eu já gostasse de ler, afinal, em casa, meu pai sempre estimulava a leitura comprando jornais, revistas e mantendo uma biblioteca extensa na nossa sala de estar, mesmo que os livros fossem mais didáticos, centrados no mundo da História e da Filosofia. A vontade ler, no entanto, só passou a ser percebida, em mim, depois do romance de Lins do Rego.

Depois desse livro tive vontade de ler outros do autor e mais outros no mesmo estilo, até que fui apresentada a uma biblioteca escolar, quando fazia o 2º grau, que me encantou, sobretudo pela bibliotecária do local, uma mulher extremamente capacitada e apaixonada pelos livros. E essa mistura entre livros e biblioteca foi fundamental para me firmar como leitora. E, mais, decisiva para escolher a profissão de Jornalista, que queria exercer, por aliar a leitura à escrita, outra de minhas paixões.

Hoje, cada vez mais convencida da importância da literatura e do quanto ler é prazeroso, prossigo lendo, ampliando meus horizontes, alimentando minha imaginação, fazendo amigos e espantando dissabores, porque ler também é terapêutico e muito saudável.

Agora mesmo estou lendo – ainda no início – A elegância do ouriço, da romancista francesa Muriel Barbery, cujo um dos personagens, Renné, a zeladora do prédio onde se passa a história, é uma mulher de meia-idade, pobre e sem muitos atrativos, mas extremamente culta. Em uma passagem ela conta sua infância difícil, a falta de relacionamentos por causa das diferenças sociais e do quanto sua vida era insignificante, até que uma professora chamou-lhe pelo nome e aquilo foi uma revelação – dela mesmo – para ela. E como, a partir daquele momento, sua vida foi redirecionada por um objeto lenitivo.

Já que minha fome não podia ser aplacada no jogo de interações sociais que eram inconcebíveis por minha própria condição – e compreendi isso mais tarde, essa compaixão nos olhos de minha salvadora, pois algum dia já se viu uma menina pobre penetrar na embriaguez da linguagem e nela se exercitar junto com os outros? – ela o seria nos livros.”

Realmente ler é muito prazeroso – e terapêutico. Por isso eu leio. E você?

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Para sempre, filho!

Curitiba é uma bela e estruturada cidade, onde o moderno se mistura com o tradicional. Metrópole com leves toques de província. Urbana, mas acolhedora e aconchegante. Foi essa a impressão que tive, quando visitei a capital paranaense há pelo menos 30 anos. É isso mesmo – 30 anos. Tempo demais, mas que não apagou aquela bonita visão que tive da cidade.

De lá para cá, Curitiba cresceu, ampliou seus alcances com planejamento, tornou-se ainda mais bela e acabou ficando bem mais presente na minha vida, quer seja pelos amigos que fiz e que moram na cidade, quer seja pela excelente safra de autores que detém. Dentre estes, o poeta Paulo Leminski e os escritores Dalton Trevisan, Miguel Sanches Neto (que mora na cidade, embora tenha nascido em Bela Vista do Paraíso, interior do Paraná) e, é claro, Cristovão Tezza, 59 anos, catarinense de nascimento, mas curitibano de coração desde os oito, quando veio morar com a família na cidade.

E é dele que li, recentemente, O filho eterno, um misto de romance, autobiografia, memórias e ensaio pessoal, publicado em 2007 pela Editora Record, e que levou inúmeros prêmios (veja relação abaixo), sendo, inclusive, eleito como o livro da década pela Revista Bravo!

Todo esse know how, a boa acolhida por parte da crítica e as indicações de amigos foram um estímulo a mais para ler a obra. Mas confesso que fiquei estupefata – do início ao fim –, pois o livro extrapola – e muito – todas as previsões. É muuuuuuuuuuuuito bom! Emocionante, sem ser piegas; apurado sem ser pedante; verdadeiro sem ser cruel.

Com uma escrita primorosa, recheada de referências e lembranças, que esmiúçam detalhes da sua alma e de seus pensamentos, Cristovão Tezza expõe, com coragem, a história – sua história – de um pai que tem um filho com a Síndrome de Down. Com coragem porque não omite seus sentimentos com relação a esse, que vão desde o choque ao receber a notícia, passando pela rejeição e desejo – com alívio – que seu filho não viva muito tempo, até a adaptação e a consciência da importância do filho na sua vida.

À primeira vista, o livro pode parecer contar a história de crianças acometidas com a Síndrome de Down, quando na verdade é a história de um homem, do pai, diante dessa situação e de seu amadurecimento com relação ao distúrbio e à vida. Isto porque, na época em que seu filho nasceu, década de 1980, a síndrome era vista com bastante preconceito que lhe atribuíam a denominação de “mongoloide”, um termo que custou muito a cair em desuso.

Neste ponto, achei significativa a passagem:

“... O que ele quer resolver agora não é o problema da criança, mas o espaço que ela ocupa na sua vida. E esses contatos medonhos do dia a dia: explicar. Já viu na enciclopédia que o nome da síndrome se deve a John Langdon Haydon Down (1828 – 1896), médico inglês. À maneira da melhor ciência do império britânico, descreveu pela primeira vez a síndrome frisando a semelhança da vítima com a expressão facial dos mongóis, lá nos confins da Ásia; daí ‘mongoloides’. Que tipo de mentalidade define uma síndrome pela semelhança com os traços de uma etnia? O homem britânico como medida de todas as coisas. O príncipe Charles, aquela figura apolínea, será o padrão da normalidade racial, e ele começa a rir no escuro, acendendo outro cigarro. E como essa denominação durou mais de um século, como algo normal e aceitável?”

No livro, Cristovão vai entremeando a narrativa do nascimento e crescimento do filho – e as dificuldades e aprendizados inerentes a eles – com as lembranças de sua trajetória, suas sensações diante das intempéries, sua juventude hippie, seus estudos em Portugal, seus inúmeros livros escritos – e não publicados –, sua experiência como relojoeiro que lhe garantiram a paciência necessária para enfrentar os problemas, seu casamento, a chegada do segundo filho, uma menina, enfim, seus fracassos e vitórias, erros e acertos, tendo sempre o filho como espelho – ou reflexo, o que dá no mesmo.

É o aprender a “duras penas”, como se costuma dizer. E mais do que isso, é constatar que um filho é mais do que uma extensão da gente. Um filho, é para sempre.

Poderia terminar aqui, se não fosse um fato curioso. Quando terminei o livro, tive vontade de fazer aquilo que o filósofo alemão, Schopenhauer, colocou em seus ensaios sobre a leitura: ler uma segunda vez, porque só “entendemos bem o começo quando conhecemos o fim”. Mas ao anotar os trechos que marquei no livro para repassá-los no meu outro blog, o Leituras que não Esqueço ( http://www.leiturasquenaoesqueco.blogspot.com/ ), me deparei com esta passagem:

“Vai pondo na gaveta as cartas de recusa das editoras e engolindo em seco as derrotas dos concursos literários, mas nada disso o incomoda de fato. É como se uma ponte dele negasse o confronto desigual – melhor baixar a cabeça discreto, e tentar uma outra esquina do labirinto. O mundo é muito mais forte, impressionante e poderoso do que ele. À medida da província entranha-se na sua alma. Talvez fosse o momento de reler Nietzsche, começar de novo, mas ele não tem mais tempo. Ouve pela primeira vez rodar a engrenagem poderosa do tempo, e um discurso pó de ferrugem já transparece nos objetos que toca. Finalmente, o tempo começa a passar.”

E pensei, porque de fato o tempo é implacável. Quem sabe mais para frente eu releia O filho eterno. Por enquanto, há uma fila enorme na estante esperando a sua primeira vez.

Prêmios

Prêmio Jabuti - melhor romance
Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) - melhor obra de ficção
Prêmio Bravo! - Livro do Ano
Prêmio Portugal-Telecom de Literatura em Língua Portuguesa - 1º lugar
Prêmio São Paulo de Literatura - Melhor livro do ano 2008
Prêmio Zaffari & Bourbon, da Jornada Literária de Passo Fundo - Melhor livro do biênio 2007/2008.
Prêmio Charles Brisset, melhor livro de 2009, concedido à edição francesa (Le fils du Printemps) pela Associação Francesa de Psiquiatria.

sábado, 18 de junho de 2011

Sobre viagens e partidas

A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa. Quando o visitante sentou na areia da praia e disse:

“Não há mais o que ver”, saiba que não era assim. O fim de uma viagem é apenas o começo de outra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na primavera o que se vira no verão, ver de dia o que se viu de noite, com o sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre.

Texto de José Saramago, escritor português que partiu em sua viagem definitiva há um ano.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Passando a vida a limpo

A semana passada deparei-me com uma notícia na internet que me emocionou muito. Tratava-se da “lista de desejos” de uma menina inglesa com câncer terminal, que colocou em seu blog 17 coisas que pretendia fazer antes de morrer, atraindo assim a atenção de mais de 230 mil visitantes.

Com 15 anos, Alice Pyne tem linfoma há quatro anos e, segundo a reportagem, “seus médicos consideraram que não há mais tratamentos possíveis” para ela. Assim, a menina resolveu “documentar o tempo precioso com sua família e amigos, fazendo coisas que quer”. E ainda listou 17 desejos, embora saiba que muitos deles não poderão se concretizar, como nadar com tubarões, viajar ao Quênia e ser treinadora de golfinhos. Mas decidiu registrá-los.

No blog, Alice também alerta para a importância das pessoas tornarem-se doadoras de medula para ajudar pacientes que precisam de transplantes.

A história de Alice lembrou-me de outra, que conheci quando li Claro como o Dia, uma espécie de autobiografia, talvez mais um ensaio pessoal ou livro de memórias, de Eugene O´Kelly, um executivo de sucesso que descobre, em 2005, ter apenas três meses de vida por conta de três tumores no cérebro, já em estados avançados. Ele tinha então 53 anos, e estava no auge do sucesso.

Três anos antes, O´Kelly se tornou presidente mundial da KPMG, uma das maiores empresas de contabilidade dos EUA, chegando a comandar 20 mil funcionários. Depois do impacto inicial da notícia, ele usou seus talentos e conhecimentos como executivo para fazer da morte um acontecimento positivo.

Assim, começou a programar detalhadamente a sua partida, com a produção de um livro de memórias, em inglês Chasing Daylight, que pode ser traduzido para o português como “Em busca do amanhecer”, em parceria com Corinne, sua esposa, e o escritor Andrew Postman.

Quando o livro foi lançado no Brasil, em 2006, com o título de Claro como o Dia – Como a certeza da morte mudou a minha vida, eu logo me interessei em ler. E não me arrependi. Longe de ser dramático ou piegas, o livro mostra como a morte pode ser uma experiência positiva para as pessoas.

Em seus últimos três meses, O´Kelly faz uma revisão da sua vida, balanceando os erros e os acertos e lembra que ao longo da caminhada construiu inúmeros relacionamentos, e que estes deveriam ser encerrados, assim como começaram. Dessa forma, ele elaborou uma lista com 1.000 nomes de pessoas que conheceu e com quem se relacionou para entrar em contato antes da sua partida. Como não seria possível estar presente em todos os encontros, alguns – mais distantes talvez em afetividade – receberam cartas ou telefonemas. Os mais próximos foram reservados para encontros ao vivo, procurando fazer destes algo bastante especial.

Fez caminhadas, passeios pelos parques e museus, frequentou restaurantes preferidos, priorizou o que era importante. Enquanto isso, O`Kelly se submetia ao tratamento com radioterapia, dispensando a quimio, para poder estar mais lúcido e disposto nesse período, embora isso tenha acelerado mais a morte. A despedida final, depois das filhas, foi ao lado da mulher Corinne.

O último capítulo do livro foi escrito por ela, que criou posteriormente um fundo para auxiliar pacientes com câncer.

Publicado no Brasil pela Nova Fronteira, o livro tem parte da sua renda destinada ao INCA – Instituto Nacional de Câncer.

Como já tinha lido essa história há um tempo, precisei resgatar as lembranças dela nestes últimos dias, e não pude deixar de me emocionar outra vez, lembrando também da menina Alice, razão deste post. Afinal, são histórias fortes, humanas, de pessoas comuns, e que fazem toda a diferença quando resolvem transformar suas vidas em algo profícuo para todos.

* Para ler a matéria sobre a menina Alice Pyne e conhecer sua lista de desejos acesse http://t.co/56MnuFv
O endereço do blog dela é http://alicepyne.blogspot.com/

quarta-feira, 15 de junho de 2011

#SarauLetras365 - os resultados


Ainda no clima do I S@rau Literário via Twitter - #sarau354 -, que, aliás, foi um grande sucesso, venho novamente falar sobre o acontecimento, desta vez para divulgar os resultados “oficiais”, informados por Renan O. Pacheco, um dos organizadores do evento.

Segundo ele, foram:

♣ Mais de 3.000 tweets com a hashtag #SarauLetras365 durante as duas horas de duração;
♣ 2.316 tweets literários (excluindo os RTs, comentários e tweets de terceiros);
♣ 324 participantes;
♣ 24 estados brasileiros foram representados, mais o distrito federal e ainda dois participantes que tuitaram do exterior;
♣ O S@rau ficou nos Trend Topics Brasil praticamente do começo ao fim do evento.

Quer saber mais sobre o S@rau e conferir o e-book com todos os tweets? Então leia o post do Renan em seu blog “Brincando de Poeta” neste endereço http://brincandodepoeta.blogspot.com/2011/06/resultados-do-i-sarau-literario-via.html

Confira também a reportagem veiculada no Youtube com os organizadores - http://t.co/31h2bxx

E aguardem a segunda edição!

Se os links não abrirem, acesse a produção na hashtag #SarauLetras365 no Twitter.

* A imagem acima foi retirada do blog do Renan e ilustra a página do Twitter no dia do S@rau.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

No s@rau virtual

O conceito de “aldeia global” foi criado no final dos anos de 1960 pelo sociólogo canadense Marshall McLuhan, a partir da ideia de que o progresso tecnológico reduziria todo o planeta à mesma situação que ocorre em uma aldeia, ou seja, um local onde todos estariam integrados a tudo e a todos.

A televisão era, na época, o meio pelo qual a comunicação de massa se propagaria internacionalmente. E, de fato, durante muito tempo foi assim, mas ainda sem aquele alcance de “aldeia global” como pretendia Marshall. Isso só começou a se tornar realidade há pouco mais de dez anos, com o advento da Internet e o avanço tecnológico do celular, e, mais recentemente, com a popularização desses meios.

E foi exatamente nisso que pensei no início da noite do dia 11 último quando, em frente ao computador de casa, participei do I S@rau Literário via Twitter, uma iniciativa dos estudantes de Letras, Renan O. Pacheco (@renanop) e Daniele Freitas (@Daniele_SF), com o apoio da advogada e tuiteira Giselle Zamboni (@gisellezamboni).

A analogia não poderia ser diferente, afinal em pouco mais de duas horas, a hashtag (palavras-chave antecedidas pelo símbolo "#", que designam o assunto o qual está se discutindo em tempo real no Twitter), no caso #letras365, reuniu mais de 140 tuiteiros, que postaram mais de 3.000 tuítes, sem contar os retuítes, e chegou a ficar nos Trending Topics ou TTs, aquela lista em tempo real dos assuntos mais postados no Twitter pelo mundo todo e que geralmente estão ligados às celebridades, à política ou outros temas de alcance geral.

A ideia era simples. Bastava entrar no twitter e postar criações literárias próprias, ou retuitar aquelas que estavam sendo postadas, sempre acompanhadas da #letras365. Logo, um turbilhão de tuítes foram sendo postados, entre eles as minhas modestas criações e retuítes, como

Noite. Eterna escuridão, que reflete a minha solidão. #letras365

Sentir só no silêncio com você é mais triste do que sentir a solidão do silêncio sem você. #letras365

entre outras. Realmente foi uma experiência única, diferente, em tempo real, num congraçamento de ideias e criações literárias de maneira que eu ainda não tinha visto – e participado.

O resultado dessa experiência será agora condessado em um e-book que os organizadores do Sarau estão preparando. Logo mais teremos informações mais completas e precisa, além de toda produção feita no S@rau disponível para compartilhamento.

É aguardar para ver. E que outros venham.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Viva a língua portuguesa

Sempre fui uma apaixonada pela língua portuguesa, pelas suas variantes e características, seu vocabulário rico e intenso e sua gramática complicadíssima, mas ao mesmo tempo fascinante. Talvez por isso tenha tanta dificuldade em aprender línguas estrangeiras.
 
Quando fiz o 1º grau, até tive um pouco de francês, e cheguei a gostar do idioma, mas foi tudo muito rápido, sem profundidade, e o pouco que aprendi esqueci, só me lembro de uma ou outra palavra, exceto o hino, que até hoje me recordo.

Com o inglês, a história é outra. Já perdi a conta de quantos cursos e escolas ingressei, sempre retomando o aprendizado do início, o que me garantiu, é verdade, uma boa base. Consigo, por exemplo, ler alguns textos e entender o contexto de outros, mas falar é um pouco mais complicado, tanto que acabei desistindo de tentar, bom... pelo menos por enquanto.
 
Por outro lado, minha vontade de me aperfeiçoar e mergulhar no idioma português é ainda maior, pois, por mais que você estude sempre há o que aprender e melhorar, ainda mais com as constantes mudanças na língua, haja vista o novo acordo ortográfico, que entrou em vigência em 2009, mas que ainda causa certo estranhamento.
 
Conhecida como “a língua de Camões”, em homenagem ao grande poeta português Luiz Vaz de Camões, autor do épico Os Lusíadas, entre outras obras, e cujo aniversário de morte é celebrado hoje, 10 de junho, o português é a sexta língua mais falada do planeta (depois do chinês – mandarim, hindi, espanhol e inglês e bengal) e a segunda mais utilizada no Twitter, a rede social e servidor para microblogging, que se tornou febre entre os internautas.

No mundo, mais de 250 milhões de pessoas falam o português, sendo esta a língua oficial dos seguintes países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste, além de uma entidade dependente: Macau.
 
Esses dados me fazem lembrar de uma conversa que tive com uma colega de trabalho há pelo menos dez anos. Ela era (acho que ainda é, se bem que não a vejo há um bom tempo) uma apaixonada pelas línguas estrangeiras, sobretudo o italiano, e a gente sempre acabava “discutindo”, no bom sentido, sobre as belezas dos nossos idiomas preferidos, até que em dado momento ela me disse:
 
– O idioma português vai desaparecer com o tempo.

Fiquei chocada e não consegui responder na hora, mas pensei comigo: O português é falado em vários países. E o italiano, onde é falado além da Itália? Não quis polemizar, não tinha conhecimento suficiente e, afinal, sou descendente de italianos, não tenho nada contra o povo e o italiano é uma das línguas berço da civilização, mas hoje sei que no ranking das línguas mais faladas no mundo, ela não figura entre os dez primeiros.
 
E em São Paulo, cidade brasileira com o maior número de falantes do português no mundo, existe um espaço cultural em que a língua portuguesa está mais viva e presente do que nunca. Trata-se do Museu da Língua Portuguesa, inaugurado em 2006 para valorizar e difundir o idioma por meio de exposições permanentes e temporárias, apresentações artísticas e culturais e realização de cursos, palestras e seminários. É um lugar que vale a pena ser visitado, revisitado, “vasculhado” e garimpado. Há muito o que se ver e aprender por lá.

E já que hoje é dia de lembrar Camões, por ocasião do seu falecimento, e – por tabela – Dia da Língua Portuguesa, deixo aqui um dos poemas mais famosos do grande poeta, que remete à minha adolescência, quando fui apresentada à literatura portuguesa:

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
 
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
 
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

terça-feira, 7 de junho de 2011

Circo e velhice

Uma das lembranças mais gostosas que tenho da infância era quando meu pai me levava, junto com minha irmã, para os espetáculos de circos. Adorava, por exemplo, ver os equilibristas, malabaristas, contorcionistas e palhaços darem seus shows naquele grande picadeiro. E quando entrava os animais então, nossa, era puro fascínio!

Claro que naquela época ainda não havia a consciência dos maus tratos que os animais sofriam nos circos, mas quando isso se tornou mais evidente, toda aquela magia perdeu um pouco do encanto. Mas, ainda assim, ficaram algumas lembranças que só a infância bem vivida pode proporcionar.

Por isso, quando meses atrás vi no cinema o trailer do filme Água para Elefantes fiquei ansiosa para assisti-lo, mas, antes da estreia, resolvi ler o livro, escrito por Sara Gruen, e conhecer melhor a história.

A leitura terminou há algum tempo, o filme estreou, não fui ver nas primeiras semanas, acabei perdendo o interesse, ele saiu de cartaz e acho que não verei em DVD.

O livro? Ah, sim, o livro é envolvente, cativa, prende a atenção, enfim, é puro entretenimento. E só.

A história gira em torno de Jacob Jankowski, no começo do livro já um senhor que vive numa casa de repouso. Boa parte de sua vida ele guardou em segredo o fato de ter trabalhado em circo. Quando jovem,ele era um estudante de Veterinária, prestes a se formar, quando uma tragédia pessoal mudou o rumo da sua vida: seus pais morreram em um acidente de carro e, transtornado, Jacob deixa a faculdade, larga tudo e parte sem rumo até entrar no trem do circo Irmãos Benzini, o Maior Espetáculo da Terra.

Os conhecimentos em Veterinária garantem-lhe um trabalho no circo como cuidador dos animais. Ali, ele pena nas mãos de August, o treinador dos bichos, e se apaixona pela mulher deste, Marlena, a estrela do circo, e pela elefanta Rosie. Esta, a princípio, um animal incapaz de aprender, mas que se revela um bicho esperto ao longo da trama.

De fato, é uma história envolvente, que fala da vida em circo, animais, amor e, sobretudo, de velhice. Não pude deixar de notar isso e, por vezes, me senti deprimida em alguns trechos da trama, como este:

Tenho 90 anos. Ou 93. Uma coisa ou outra.
Quando temos cinco anos, sabemos até os meses de nossa idade. Mesmo por volta dos 20 sabemos quantos anos temos. Tenho 23, dizemos, ou talvez 27. Mas quando chegamos aos 30, algo estranho começa a acontecer. A princípio, é um mero sobressalto, um instante de hesitação. Quantos anos você tem? Ah, eu tenho – você começa confiante, mas depois para. Ia dizer 33, mas não é essa a sua idade. Você está com 35 anos. E isso o incomoda, pois você fica imaginando se não é o início do fim. Claro que é, mas ainda faltam décadas para você admitir isso.”

E a trama segue por esse caminho, entremeando a vida de Jacob na casa de repouso – e suas considerações sobre a velhice –, com as lembranças da juventude, quando ele trabalhava no circo, e as descobertas que essa vida lhe proporcionava.

Quanto ao relato dos animais, claro, me emocionei e fiquei encantada com a maioria deles. Mas sofri também – e chorei – ao ver a forma como eram tratados (talvez seja por isso que não quis assistir ao filme) pelo treinador, com violência e sem o menor cuidado. Sem falar que fiquei admirada – e indignada – ao saber que o circo – e acho que a maioria deles deveria ser assim, num passado longínquo – comportavam ursos, girafas e outros animais de grande porte. Bichos que nem cheguei a ver – graças a Deus – nos áureos tempos em que frequentava circos.

A autora, Sara Gruen, é uma escritora nascida no Canadá, mas com dupla nacionalidade, canadense e estadunidense. Segundo pesquisa na internet, seus livros tratam principalmente de animais e ela é uma incentivadora de numerosas organizações de caridade que apoiam os animais e a vida destes em seu habitat natural.

Menos mau.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Lembrando Kafka

“Numa manhã, ao despertar de sonhos inquietantes, Gregor Samsa deu por si na cama transformado num gigantesco inseto. Estava deitado sobre o dorso, tão duro que parecia revestido de metal, e, ao levantar um pouco a cabeça, divisou o arredondado ventre castanho dividido em duros segmentos arqueados, sobre o qual a colcha dificilmente mantinha a posição e estava a ponto de escorregar. Comparadas com o resto do corpo, as inúmeras pernas, que eram miseravelmente finas, agitavam-se desesperadamente diante de seus olhos.

Assim começa A Metamorfose”, uma das mais aclamadas obras do escritor tcheco, Franz Kafka, cujo aniversário de morte é lembrado hoje, 87 anos depois. O início do livro, aliás, é um dos mais belos e impactantes da literatura universal, prendendo a atenção do leitor – e preparando-o – para a história de um indivíduo acuado por uma sociedade cada vez mais individualista e alienante.

Li A Metamorfose há um bom tempo, mas sua trama ainda ecoa na minha cabeça, como um dos contos mais claustrofóbicos que conheci. Recentemente, ele voltou ao rol das minhas leituras quando me deparei com a “transposição” da obra para os quadrinhos, com roteiro e arte assinados por Peter Kuper, cartunista norte-americano, que mesclou o estilo underground americano ao expressionismo alemão.

Com traços firmes, manchas e letras que invadem as imagens, tendo como pano de fundo o clima sombrio que caracteriza o conto, Peter fez um belo trabalho de diálogo com a obra kafkiana. Os desenhos são expressivos e intensos, traduzindo fielmente toda a carga dramática da história.

No conto, Gregor Samsa é um caixeiro-viajante que precisa trabalhar para ajudar financeiramente os pais e ajudá-los a saldar suas dívidas. Sentindo-se tragado pelas agruras da vida e da profissão, ela acorda em uma manhã transformado em um horrível inseto, semelhante a uma barata. Nesse estado ele passa por diversos estágios que vão da praticidade da situação, escorrega no psicológico e desembocam no sentimental.

Repudiado pela família, que sente aversão pela sua metamorfose, Gregor vê sua vida e a vida deles se transformarem. É uma história que retrata o homem moderno e desesperado frente a uma sociedade cada vez mais absurda e alheia ao ser humano.

Franz Kafka morreu um mês antes de completar 41 anos e, apesar de jovem, foi um dos maiores escritores de ficção da língua alemã do século XX. Dele ainda “li” O Castelo, quer dizer, cheguei até a metade do livro e, como o autor que não terminou a obra, não atingi o fim da história.

Esse livro, lançado depois de sua morte, conta a história do agrimensor K., chamado por um conde de um local não especificado para prestar seus serviços. Já na cidade, K. tenta de todas as maneiras entrar no castelo onde tem de fazer o serviço, mas não consegue, ficando apenas nas imediações do local. É uma história inquietante, mas ao mesmo tempo estranha e confusa, uma vez que os personagens se desmentem, contando várias versões para o mesmo fato. O autor não concluiu a obra e o seu final ficou aberto, mas não cheguei a ele, acabei abandonando a leitura. Quem sabe um dia ainda volte a ela.

E para terminar, gostaria de fazer uma menção a outro escritor, que não tem nada a ver com Kafka, mas que no dia hoje é lembrado pelo 110º aniversário do seu nascimento: José Lins do Rego, um dos romancistas regionalistas mais prestigiosos da literatura nacional, e um dos meus escritores brasileiros favoritos. Uma lembrança que eu não podia deixar de mencionar. Sobre ele e sua obra escrevi um post no ano passado. Para quem se interessar aí vai o link: http://leituraseobservacoes.blogspot.com/2010/10/pelo-ciclo-da-cana-de-acucar.html

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Domínio Público

Já perdi a conta de quantas vezes recebi um e-mail - desses sem fundamento que circulam pela internet e que a gente não sei por que acaba caindo – informando que o Portal Domínio Público ( http://www.dominiopublico.gov.br/ ) está prestes a acabar por falta de acessos.

O fato é que o Portal persiste na rede – e com acessos, desde 2004, quando foi lançado. O problema é que muita gente compra a informação, sem checar, e o circo está armado com a propagação da notícia, sobretudo via redes sociais.

O Portal Domínio Público é mantido pelo Governo Federal e se propõe compartilhar conhecimentos de forma isenta, colocando à disposição livros e outros tipos de obras grátis para baixar, muitos deles com seus direitos autorais vencidos ou cujos detentores dos direitos tenham deles aberto mão.

No menu Estatísticas é possível verificar as 50 “Obras mais acessadas” em cada tipo de mídia (som, imagem, texto e vídeo), além constatar os “Indicadores” que informam o quantitativo mensal do número de visitas, obras cadastradas e e-mails recebidos. Só para ter uma ideia, em janeiro deste ano, o Portal recebeu 424.320 visitas e 567 e-mails. Nada mau para quem está “ameaçado” pelos boatos de fechar há bom tempo.

O blog Livros e Afins, do Alessandro Martins, chegou a fazer um post ( http://livroseafins.com/download-baixar-livros-gratis/ ). sobre o assunto destacando o ranking das dez obras mais procuradas no Portal, entre elas A Divina Comédia, de Dante Alighieri, Poemas de Fernando Pessoa, Dom Casmurro, de Machado de Assis, e O Eu profundo e os outros Eus, também de Fernando Pessoa, o poeta, aliás, tem mais obras no ranking.

Considero o Portal uma excelente iniciativa, que permite o acesso, gratuito, a livros e outras obras de forma legal ou sem ferir os direitos autorais. Uma ideia que merece ser destacada e divulgada para que a população possa usufruir desse benefício ao alcance das nossas mãos.

* Este post faz parte da sexta blogagem coletiva proposta pelo blogueiro Alessandro Martins, por meio do seu blog Livros e Afins. Um pouco atrasada, eu sei, mas sem deixar de manifestar.