quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Apego ao texto

Janeiro comecei meu trabalho na agência com todo o gás. Foram três revistas para fechar, ao mesmo tempo, em menos de um mês: ImplantNews, PerioNews e OrtodontiaSPO. Além do trabalho da redação, ainda tive de me ocupar de revisão, como já comentei aqui em post anterior, por causa das férias da minha colega de departamento.

Toda essa correria se justificava pelo fato de que no final de janeiro teria início o Ciosp, o Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo, já em sua 28ª edição, que reúne anualmente, no Anhembi, quase 70 mil cirurgiões-dentistas e estudantes, além de 200 expositores, entre estes a agência para a qual trabalho e que publica aquelas revistas que citei no começo.

Isso não me afetaria tanto se não fosse por outra pressão que sofri nos últimos dias e que me afastou um pouco deste blog. É que o prazo de entrega do segundo trabalho da pós em Jornalismo Literário terminava no dia 1º de fevereiro e eu nem havia decupado as três fitas com as entrevistas para o perfil que pretendia escrever sobre o jornalista e professor Álvaro de Moya, considerado como um dos maiores estudiosos em histórias em quadrinhos no Brasil e organizador do livro Shazam! Este, reúne ensaios de vários autores que discorrem sobre diferentes aspectos das HQs. O principal deles é o histórico, com descrição ou menção dos principais quadrinhos do mundo.

Corri o mais que pude e por fim consegui dar conta de tudo. A última etapa foi a redação do perfil que, sabe Deus como, escrevi na tarde do último dia da entrega. Tanta correria, no entanto, teve suas consequências, porque o texto foi com alguns errinhos, percebidos no dia seguinte, quando fiz uma nova leitura da matéria. Apesar disso, senti-me satisfeita com o resultado, porque foi o primeiro perfil que fiz e acho que não me sai mal.

O que senti, na verdade, foi um grande desejo de continuar escrevendo o texto, buscando melhorá-lo cada vez mais, para mim, pelo menos, porque o orginal – e o que vai valer mesmo para a nota – já tinha enviado.

Escrevi aqui que quando termino a leitura de um livro, ainda me sinto envolvida pela história e pelos personagens muitos dias depois, como se fosse difícil abandoná-lo. E é difícil mesmo! Afinal, a convivência no período de leitura é intensa e aquele livro fez parte da minha rotina, da minha vida, dividimos a viagem de ida e volta do metrô até o trabalho e casa, ficou na minha cabeça, foi dormir e acordar comigo, isso quando não participou também dos meus sonhos, me entreteu nas salas de esperas, enfim tivemos um convívio forte. Então, deixá-lo de lado até engrenar outro, não é uma tarefa fácil.

E, agora, com o perfil concluído, percebi que o mesmo apego também acontece na escrita. Já entreguei o meu trabalho do curso, mas não consigo deixar de pensar nele, nem em como modificá-lo, em como aprimorá-lo. Vou corrigindo, reescrevendo, remexendo, acrescentando coisas que deixei de lado, eliminando frases a mais, substituindo palavras que não se encaixaram direito. Não sei com que finalidade, mas o fato é que está difícil deixar esse personagem por completo, acho que isso deverá durar mais alguns dias ainda, quem sabe...

Porém, nem tudo está perdido. Acho que, inconscientemente, espero ver a matéria retrabalhada circulando por aí, em outra oportunidade. Se a minha nota for boa, ou seja, acima de 9, é provável que eu seja convidada a enviá-la para o site da instituição, onde poderá ser publicada. É uma primeira batalha – e tanta – a ser ganha. Só que depois disso, uma nova começa. É que o professor responsável pelo site não é o mesmo que irá dar a nota final e, mesmo que ela seja satisfatória, ainda caberá a ele decidir se colocará o texto no ar ou não.

Bom, sem precipitações e antecipações. Mas, seja como for, publicada ou não, pouco me importa, o que vale mesmo é que fiz um perfil, o primeiro, e gostei do resultado final, ainda que esse final não termine nunca e que venha se transformando e se modificando constantemente, a cada dia e sempre.

3 comentários:

  1. quanta coisa queria escrever pra ti!

    é verdade,o livro é nosso companheiro e amigo de todas as esperas,principalmente! nos atrasos do metrô...fico feliz de estar acompanhada de um livro,sei que nem sentirei o tempo passar!

    e quando a gente escreve nossos textos nunca ficarão perfeitos,sempre o retocaremos,li que a Clarice Lispector não revisava seus textos,concluía e enviava á editora.

    e eu ficarei na torcida pelo seu trabalho,adoraria poder ler seu texto,deve estar maravilhoso!!

    ficarei na torcida !!
    beijos!!!

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  2. Oi Cecília,
    Realmente qdo termino um livro fico dias pensando nele.
    Estou aqui torcendo para que seu trabalho seja aprovado e colocado nesse site.
    Bjs.

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  3. Bem vinda ao lar. Esperarei seus textos ansiosamente.

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