Depois
de um período de “molho” e de “balanço” retomo os posts do blog (já estava com saudades) para mais uma jornada de
comentários, histórias e observações de leituras e acontecimentos do mundo da literatura.
Assim, como já é de praxe, inicio falando de algumas comemorações literárias que
ocorrerão neste ano.
2015
é um ano citado na literatura: é o período em que se passa o conto Runaround, de Isaac Asimov. Na trama, dois
dos seus personagens mais recorrentes, Gregory Powell e Michael Donovan, são os
únicos humanos em Mercúrio. O conto foi escrito em 1941 e publicado pela
primeira vez em 1942. Uma boa oportunidade para ler... ou reler. Ele faz parte da
coletânea de contos publicados em Eu,
Robô.
O
ano oferece ainda mais chances para se aventurar e conhecer, ou revisitar,
obras de peso da literatura mundial. Em 2015, alguns romances e novelas
comemoram 100 anos de publicação, como é o caso de Triste Fim de Policarpo Quaresma, do escritor brasileiro Afonso Henriques
Lima Barreto.
O
obra de Lima Barreto é um romance do período do Pré-Modernismo. Policarpo
Quaresma é um fanático major nacionalista, ingênuo e idealista, cuja vida
tragicômica retrata as estruturas sociais e políticas brasileiras durante a
Primeira República e o governo de Floriano Peixoto.
A Viagem (The Voyage Out) é outro romance que
chega ao seu centenário. É o primeiro romance publicado por Virginia Woolf e
foi escrito num período de extrema fragilidade da autora. O tema da obra enfoca
o rito de passagem para a maioridade, no qual Rachel Vinrace, a protagonista,
parte para a América do Sul, numa viagem de autodescoberta.
Considerada
como novela, A Metamorfose, de Franz Kafka,
também completa 100 anos em 2015. É uma das obras mais importantes de toda a
história da literatura, em que o famoso caixeiro-viajante, Gregor Samsa, se
transforma em um inseto monstruoso, mostrando o trágico, grotesco e cruel da
condição humana.
Vale
ainda lembrar outros romances centenários, como O arco-íris, do escritor inglês D. H. Lawrence; Servidão Humana, do britânico Somerset
Maugham; O Espantalho de Oz, da obra “O
mágico de Oz”, de Frank Baum; e Los de
Abajo, do mexicano Mariano Azuela.
E
falando em centenários, 2015 marca ainda os 100 anos de nascimento de
importantes escritores, como o brasileiro José J. Veiga. Nascido em 2 de
fevereiro, J. J. Veiga foi escritor do realismo fantástico. Entre suas obras
estão Os Cavalinhos de Platiplanto, A
Hora dos Ruminantes e A Máquina
Extraviada.
Em
10 de junho, Saul Bellow, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1976,
deverá ser lembrado pelo seu centenário. Escritor judeu, nasceu no Canadá e se
naturalizou cidadão estadunidense, Bellow é autor de As Aventuras de Augie March e Herzog,
entre outros.
Em
outubro é a vez de lembrar dois expoentes da literatura: Antônio Houaiss,
tradutor, crítico literário, filólogo, lexicógrafo e ensaísta brasileiro, que
nasceu em 15 de outubro, e Arthur Miller, dramaturgo norte-americano, cujo
centenário será no dia 17. O primeiro é muito conhecido pelo Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa,
e o segundo pelas peças Morte de um
Caixeiro Viajante e As Bruxas de
Salém.
Já
em 12 de novembro será comemorado o centenário de nascimento de Roland Barthes,
crítico literário, sociólogo, filósofo e semiólogo francês. Barthes usava a
análise semiótica em revistas e propagandas, dividindo o processo de
significação em dois momentos: denotativo (percepção simples, superficial) e
conotativo (sistemas de códigos).
Finalmente
em 27 de novembro, Adonias Filho, jornalista, crítico, ensaísta e romancista
brasileiro faria 100 anos. É autor de obras como Renascimento do Homem e Luanda
Beira Bahia, entre outras.
Vale
lembrar que há cem anos Fernando Pessoa “matava” Alberto Caeiro, o mais ingênuo
dos heterônimos criados por ele (há ainda Álvaro de Campos e Ricardo Reis) e
também do próprio autor. Caieiro era um poeta ligado à natureza, que despreza
todo tipo de pensamento filosófico por considerar que este obstrui a visão. Era
um antimetafísico.
E,
para encerrar as festividades literárias em 2015, no dia 23 de abril, quando se
comemora o Dia Mundial do Livro e do
Direito do Autor, a cidade sul-coreana de Incheon receberá o título de Capital Mundial do Livro 2015,
ostentando-o e realizando uma série de atividades voltadas à literatura até
2016.
Bons
ventos literários para este ano.
Lendo este post, tive algumas ideias para um projeto que estou pensando para meus alunos do 3o ano médio.
ResponderExcluirQue bom.
ExcluirDepois se quiser divulgar é só falar. Abs
Olá Cecilia, boa tarde!
ResponderExcluirVocê poderia postar autores e obras em destaque neste ano? Centenários e outras comemorações?
Olá. tive alguns contratempos nesse início de ano, mas vou fazer isso. Abs.
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