Desde 2008,
o mês de julho ganhou um significado bastante especial para mim. É um período
mais do que esperado, eu diria até que reverenciado, sagrado mesmo, e não é só porque
saio de férias do trabalho, mas sim porque é neste mês que acontece a Festa
Literária Internacional de Paraty, destino certo e inevitável do meu mais que
merecido descanso profissional.
Acho que é
mais ou menos aquilo que o jornalista Ángel Gurría-Quintana, especialista em
literatura em Cambridge e colaborador assíduo do jornal The Financial Times escreveu em abril no blog da Flip: “Não é fácil
explicar para qualquer um que nunca tenha ido para a Festa que este evento não
tem comparação com qualquer outro existente até então. Poderia descrever o encanto
dos debates, claro – mas como passar aquela sensação de estar no meio da Mata
Atlântica e da bela cidade colonial?”
É, de fato,
não dá pra explicar, só quem esteve lá, uma vez que seja, sabe o que estamos
falando, e da vontade em participar, sempre, desse congraçamento literário. Detalhe,
Gurría-Quintana esteve em todas as edições da Flip, desde 2004, porque, segundo
ele, a festa mudou, definitivamente, seu calendário. Eu arriscaria dizer que o
meu também.
Minha
natureza, embora seja jornalista, é mais introspectiva, mais na minha, calada,
só observando. Mas se tem um lugar onde consigo me sentir em casa, à vontade,
aberta e falante, este lugar é Paraty. Comprovei isso em 2008 quando estive lá,
pela primeira vez, para participar da Flip, um sonho antigo.
Naquele ano,
ver e ouvir o escritor inglês Neil Gaiman, criador de Sandman, ter um livro dele autografado e receber seus cumprimentos
afetuosos é algo que não tem comparação, isso depois de quatro longas horas na
fila para vê-lo de perto. Considero esse, o meu ponto alto daquela Flip – e
acho até que de todas as edições das quais participei –,além, é claro, das muitas
amizades que fiz, algumas das quais preservo até hoje.
Por essa boa
estreia, em 2009 resolvi repetir a dose. Mais calejada e sem as surpresas de
marinheira de primeira viagem, a Flip daquele ano não deixou a desejar e de ter
seu encanto. Afinal, o reencontro com amigos da edição anterior e o encontro
com novos companheiros de festa, já eram motivos suficientes para tornar a
participação muito especial.
Mas ainda teve
mais, claro, com as presenças de Gay Talese, o mestre do jornalismo literário; Chico
Buarque, que dispensa comentários, com direito até uma passada de mão... (pelo
seu ombro!); Fábio Moon e Gabriel Bá, os premiados quadrinistas brasileiros; e,
o melhor de tudo, a mesa inesquecível com o escritor português António Lobo
Antunes que, ao lado de Humberto Werneck, deu um show à parte, divertindo e encantando
a plateia.
Já em 2010
foi a vez de me deslumbrar com Isabel Allende, a escritora chilena, autora de
livros como A casa dos espíritos; Salman
Rushdie, o escritor indiano, que trouxe seu filho Mica, para lançar o livro Luka e o fogo da vida, inspirado nele; Robert
Crumb, o quadrinista underground; Azar Nafisi, a escritor iraniana, autora de Lendo Lolita em Teerã; enfim, um time de
primeira, completado pela presença de escritores brasileiros como o poeta
Ferreira Gullar e o saudoso Moacyr Scliar.
No ano
seguinte por pouco não fui à Flip, pois as minhas férias precisaram ser
adiadas, mas ainda assim dei um jeitinho de ir, pelo menos no final de semana.
Afinal, era tempo mais do suficiente para ver, conseguir o autógrafo e ainda
tirar uma foto ao lado de Joe Sacco, o jornalista e quadrinista maltês, que faz
reportagens em quadrinhos, como Palestina.
E, da mesma forma, do escritor
brasileiro João Ubaldo Ribeiro.
Para 2012,
as minhas expectativas são muitas, pois o homenageado desta edição, que é a 10ª
é o poeta Carlos Drummond de Andrade. Além disso, estou ansiosa para ver, ouvir
e tentar chegar perto para o autógrafo de Jonathan Franzen, autor de livros
como As correções, que estou lendo; Jennifer
Egan, a autora do premiado A visita cruel
do tempo; Alejandro Zambra, jovem escritor chileno de Bonsai; Enrique Vila-Matas, escritor espanhol, cujo livro Bartleby
e companhia, li recentemente; e Rubens Figueiredo, autor brasileiro, que
escreveu títulos como O passageiro do fim
do dia.
Com certeza,
são mais emoções por vir e boas, muito boas lembranças para guardar.
Ainda vou contar minhas Flip´s também :)
ResponderExcluirFeliz com sua visita, comentário, inspiração e incentivo.
Aproveite bastante por nós duas esse ano, ano que vem, quem sabe nos encontramos por lá ;]
Quem sabe na 6º nos vemos:
ResponderExcluirhttp://blogdtina.blogspot.com.br/2012/07/dia-04-de-julho-eu-fiz-um-post-sobre.html#comment-form
Na sua 6º e minha 1ª e primeira de muitas meninas que estão animadas com a ida em 2013.
ExcluirQueríamos dicas de estadia, compra de entradas e outras cositas mas.
Meu e-mail é: tinabaucouto@gmail.com
Obrigada desde já :)
Tina, agradeço sua visita ao meu blog, por comentar e seguir. Sim, logo a Flip 2013 estará aí, espero que seja a minha 6ª e a sua primeira. Nos encontraremos por lá. E pode deixar que passarei pelo seu blog e te escrevo para falar mais sobre a Flip. Bjs.
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