terça-feira, 3 de julho de 2012

Minha 5ª festa na 10ª Flip

Desde 2008, o mês de julho ganhou um significado bastante especial para mim. É um período mais do que esperado, eu diria até que reverenciado, sagrado mesmo, e não é só porque saio de férias do trabalho, mas sim porque é neste mês que acontece a Festa Literária Internacional de Paraty, destino certo e inevitável do meu mais que merecido descanso profissional.
Assim, não consigo mais dissociar uma coisa da outra, ou seja, férias de Paraty. Eu até já tentei mudar o mês ou o rumo, mas sempre acabo me rendendo aos encantos desse espaço de tempo e, é claro, de Paraty e de sua festa literária.

Acho que é mais ou menos aquilo que o jornalista Ángel Gurría-Quintana, especialista em literatura em Cambridge e colaborador assíduo do jornal The Financial Times escreveu em abril no blog da Flip: “Não é fácil explicar para qualquer um que nunca tenha ido para a Festa que este evento não tem comparação com qualquer outro existente até então. Poderia descrever o encanto dos debates, claro – mas como passar aquela sensação de estar no meio da Mata Atlântica e da bela cidade colonial?”
É, de fato, não dá pra explicar, só quem esteve lá, uma vez que seja, sabe o que estamos falando, e da vontade em participar, sempre, desse congraçamento literário. Detalhe, Gurría-Quintana esteve em todas as edições da Flip, desde 2004, porque, segundo ele, a festa mudou, definitivamente, seu calendário. Eu arriscaria dizer que o meu também.
Minha natureza, embora seja jornalista, é mais introspectiva, mais na minha, calada, só observando. Mas se tem um lugar onde consigo me sentir em casa, à vontade, aberta e falante, este lugar é Paraty. Comprovei isso em 2008 quando estive lá, pela primeira vez, para participar da Flip, um sonho antigo.
Naquele ano, ver e ouvir o escritor inglês Neil Gaiman, criador de Sandman, ter um livro dele autografado e receber seus cumprimentos afetuosos é algo que não tem comparação, isso depois de quatro longas horas na fila para vê-lo de perto. Considero esse, o meu ponto alto daquela Flip – e acho até que de todas as edições das quais participei –,além, é claro, das muitas amizades que fiz, algumas das quais preservo até hoje.

Por essa boa estreia, em 2009 resolvi repetir a dose. Mais calejada e sem as surpresas de marinheira de primeira viagem, a Flip daquele ano não deixou a desejar e de ter seu encanto. Afinal, o reencontro com amigos da edição anterior e o encontro com novos companheiros de festa, já eram motivos suficientes para tornar a participação muito especial.
Mas ainda teve mais, claro, com as presenças de Gay Talese, o mestre do jornalismo literário; Chico Buarque, que dispensa comentários, com direito até uma passada de mão... (pelo seu ombro!); Fábio Moon e Gabriel Bá, os premiados quadrinistas brasileiros; e, o melhor de tudo, a mesa inesquecível com o escritor português António Lobo Antunes que, ao lado de Humberto Werneck, deu um show à parte, divertindo e encantando a plateia.
Já em 2010 foi a vez de me deslumbrar com Isabel Allende, a escritora chilena, autora de livros como A casa dos espíritos; Salman Rushdie, o escritor indiano, que trouxe seu filho Mica, para lançar o livro Luka e o fogo da vida, inspirado nele; Robert Crumb, o quadrinista underground; Azar Nafisi, a escritor iraniana, autora de Lendo Lolita em Teerã; enfim, um time de primeira, completado pela presença de escritores brasileiros como o poeta Ferreira Gullar e o saudoso Moacyr Scliar.
No ano seguinte por pouco não fui à Flip, pois as minhas férias precisaram ser adiadas, mas ainda assim dei um jeitinho de ir, pelo menos no final de semana. Afinal, era tempo mais do suficiente para ver, conseguir o autógrafo e ainda tirar uma foto ao lado de Joe Sacco, o jornalista e quadrinista maltês, que faz reportagens em quadrinhos, como Palestina.  E, da mesma forma, do escritor brasileiro João Ubaldo Ribeiro.
Para 2012, as minhas expectativas são muitas, pois o homenageado desta edição, que é a 10ª é o poeta Carlos Drummond de Andrade. Além disso, estou ansiosa para ver, ouvir e tentar chegar perto para o autógrafo de Jonathan Franzen, autor de livros como As correções, que estou lendo; Jennifer Egan, a autora do premiado A visita cruel do tempo; Alejandro Zambra, jovem escritor chileno de Bonsai; Enrique Vila-Matas, escritor espanhol, cujo livro Bartleby e companhia, li recentemente; e Rubens Figueiredo, autor brasileiro, que escreveu títulos como O passageiro do fim do dia.
Com certeza, são mais emoções por vir e boas, muito boas lembranças para guardar.

4 comentários:

  1. Ainda vou contar minhas Flip´s também :)
    Feliz com sua visita, comentário, inspiração e incentivo.
    Aproveite bastante por nós duas esse ano, ano que vem, quem sabe nos encontramos por lá ;]

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  2. Quem sabe na 6º nos vemos:
    http://blogdtina.blogspot.com.br/2012/07/dia-04-de-julho-eu-fiz-um-post-sobre.html#comment-form

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    1. Na sua 6º e minha 1ª e primeira de muitas meninas que estão animadas com a ida em 2013.
      Queríamos dicas de estadia, compra de entradas e outras cositas mas.
      Meu e-mail é: tinabaucouto@gmail.com
      Obrigada desde já :)

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  3. Tina, agradeço sua visita ao meu blog, por comentar e seguir. Sim, logo a Flip 2013 estará aí, espero que seja a minha 6ª e a sua primeira. Nos encontraremos por lá. E pode deixar que passarei pelo seu blog e te escrevo para falar mais sobre a Flip. Bjs.

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