quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Na banca de jornal

Eu ando um tanto nostálgica ultimamente. E, até, já comentei aqui da saudade que sinto de ouvir notícias, na frequência AM, do radinho de pilha. Mas outro dia, outra recordação me bateu forte, fazendo lembrar de um antigo hábito que há muito deixei de realizar: ler as manchetes jornalísticas na banca de jornal.

Parece uma coisa tola, sem sentido num mundo em que a internet é a bola da vez. Sim, posso fazer isso acessando os sites dos jornais no computador ou ainda ligando a TV para assistir ao noticiário matinal, mas confesso que não é a mesma coisa. Falta, por exemplo, o calor humano nesses veículos midiáticos. O mesmo calor que você sente quando está olhando uma publicação em uma banca e percebe uma pessoa ao lado fazendo a mesma coisa. Em dado momento é possível até notar suas expressões frente a uma notícia, quando muito sua opinião sobre o assunto em destaque.

Gosto de circular por bancas de jornal desde criança, época em que meu pai levava minha irmã e eu, sempre aos domingos, para comprar revistas, jornais, pequenos livros, gibis nesses pontos de venda. Era uma grande festa, coroada com a leitura prazerosa ao retornar para casa.

Cresci, os interesses foram se diversificando, mas a rotina das bancas de jornais continuou, ampliando-se quase que diariamente, mas dessa vez mais centrada nas manchetes de jornais e nas revistas de informação. No caminho para o trabalho, por exemplo, cada banca encontrada era um novo motivo para eu parar e olhar as publicações, com atenção e interesse redobrados.

Mas o tempo foi passando e percebi, ultimamente, que esse hábito diminuiu, não sei ao certo o porquê, talvez seja a tal da internet, que te oferece um leque grande de possibilidades, com um sem número de atrativos, rápido e eficaz, mas que ao mesmo tempo restringe, limita e tira todo aquele prazer do convívio com outras pessoas, ainda que anônimas e desconhecidas. Esse mundo dinâmico, mediado por aparatos virtuais, acaba por trazer uma visão “borrada” da realidade, porque não testemunhada, porque não compartilhada.

Por tudo isso, acho que estou precisando mesmo retomar velhos hábitos, voltar meus olhos para as bancas de jornal, fazer minhas paradas matinais por esses espaços, explorar as publicações existentes, antigas e novas, prestar mais atenção ao mundo à minha volta. Ah, e também ouvir mais AM no rádio. Porque a informação só é completa quando dividida e, de certa forma, vivenciada.

3 comentários:

  1. ah...também adoro as bancas !! adoro ver as capas de revista,principalmente as de fofoca e de novela! é...não são muito cultss né? mas são divertidas!!

    beijos!!

    ResponderExcluir
  2. Sabe que eu fazia isso até um tempo atrás? Parei depois que mudei de emprego, e, neste que estou, não há banca muito perto. No outro, era do lado e todos os dias, antes de entrar para a redação, eu parava na banca. É muito gostoso. Acho que mesmo diante de todo esse aparato tecnológico, nada substitui o calor humano. Você tem toda razão.
    Ah, quanto ao filme do Jabor, não desista de assistir. Quando for, depois fale sobre o que achou. Vai ser muito bacana!

    ResponderExcluir
  3. Oi,Cecília.Obrigada por ter visitado meu bloguinho.E,quando você animar vá ao Ibirapuera e dê uma pedalada sim,é muito bom.Como moro em BH,não tenho um parque tão legal assim ao meu alcance.Temos bons parques e praças aqui,lugares lindos,mas...o Ibirapuera,pelo que já ouví dizer é único.
    Nooosa...que nostalgia ao ler esse post.Adoro bancas de jornais...tem tanta coisa pra gente dar uma olhada,folhear,sentir outras pessoas por perto,muito bom.Concordo que a internet nos afasta de muitas coisas,ou nos prende muito a ela,mas confesso que sou apaixonada por internet.É um mundo maravilhoso bem ali ao seu alcance,mas bem frágil também,pois basta um simples ¨pic¨na energia elétrica,mum dia chuvoso,para ficarmos totalmente impotentes.Daí,se a energia demorar a se reestabelecer,a gente pode dar uma voltinha pelas bancas da cidade.
    Um abraço.

    ResponderExcluir