sexta-feira, 13 de maio de 2011

“Ler os clássicos é melhor do que não os ler”

A afirmativa acima foi feita por Ítalo Calvino, escritor italiano, que encontrou na frase a melhor razão para responder a pergunta Por que ler os clássicos? Não, por acaso, título de uma de suas obras que trata especificamente deste assunto.

Clássicos são obras consideradas exemplares em qualquer lista de cânones (conjunto de regras) ocidentais ou ainda pela opinião pessoal de um leitor. Para mim são livros eternos, para serem lidos em qualquer época, difíceis de esquecer, que contém linguagem apurada e estilos próprios para tratar das questões da vida e da alma humana.

Sempre que posso, incluo os clássicos nas minhas leituras, mas, por mais que me esforce, sempre tem aquele que fica pacientemente à minha espera nas estantes das bibliotecas. É o caso de Guerra e Paz, do escritor russo Léon Tolstói, obra inigualável da qual ouvi e li comentários favoráveis, cuja narrativa acontece de 1805 a 1813, durante a campanha de Napoleão na Áustria, a invasão da Rússia e a retirada das tropas francesas. É uma mescla de romance, epopeia militar e filosofia.

Lembrei-me do livro por causa de uma enquete publicada no Blog da Companhia das Letras que pergunta Qual clássico você sempre quis ler? ( veja aqui http://bit.ly/jw23P1 ).

A questão pode ser respondida até às 23h59 do dia 17 de maio. Após o prazo, dois comentários serão sorteados e seus autores poderão ganhar um dos clássicos que a Peguin-Companhia lançou recentemente: Do contrato social, de Jean-Jacques Rousseau, ou A menina do capuz vermelho e outras histórias de dar medo, de Angela Carter.

Ao fazer o meu comentário na enquete do Blog da Companhia pensei logo em Guerra e Paz, e minha justificativa não podia ter sido outra. A importância da obra, sua qualidade literária e a história fascinante seriam os motivos óbvios para querer ler, mas o tamanho do livro – 924 páginas! – é, para mim, o maior obstáculo para não ter lido ainda. Sou uma leitora vagarosa e temo demorar tempo demais mergulhada nessa leitura, em detrimento de outras. E, mesmo que a leitura flua naturalmente, um clássico é um clássico, não dá para ler de uma tacada só. Assim, vou adiando o meu desejo.

Depois que deixei meu comentário gravado, pensei em outro clássico que gostaria muito de ler: Os Sertões, do escritor brasileiro Euclides da Cunha. E até hoje me pergunto porque não o fiz, já que o livro não é tão volumoso assim e, além do mais, tive uma fase bem regionalista – que ainda gosto – e poderia, muito bem, ter lido essa obra, como tantas outras que estão esperando sua vez de serem devoradas.

São coisas da vida..., mas ainda bem que podemos reparar essas falhas, priorizando nossas leituras, não perdendo tempo e concentrando-se naquilo que realmente importa. Afinal, como aponta Calvino: "os clássicos são livros que, quanto mais pensamos conhecer por ouvir dizer, quando são lidos de fato mais se revelam novos, inesperados, inéditos”.


* A capa que ilustra este post é de uma adaptação publicada pela Companhia das Letras. Não é o texto original.

3 comentários:

  1. Belíssimo texto. Estou com o mesmo dilema que você na leitura de Crime e Castigo.
    Adorei seu texto.
    Gustavo MB

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  2. Ai Cecília, também estou com Guerra e Paz na pilha da "espera". E sempre digo que será o próximo. Isso há uns quatro anos.... rsrs
    Mas adoro clássicos, é a minha literatura de ficção favorita. Beijos e boa semana.

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  3. Grande Calvino! Mas que livro chato é esse dele, viu!rs Li boa parte recentemente...

    Ah, e essa capa que você usou para ilustrar o post é de uma boa adaptação do Guerra e Paz, não do texto original.

    Bjs

    Rodrigo Casarin
    www.cantodoslivros.wordpress.com

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