segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A vida que imita a literatura


Na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, da saga literária Harry Potter, existe uma sala sob medida para aqueles que precisam ter suas necessidades atendidas, com urgência. É a Sala Precisa, localizada no sétimo andar do Castelo, que aparece apenas quando alguém necessita de algo, como esconder objetos ou esconder-se, ir ao banheiro, ter um local para estudar e treinar ou ainda curar-se de enfermidades, entre outras coisas.

Conhecida ainda como a Sala Vem e Vai, o lugar só aparece quando necessário, uma vez que sua entrada é escondida. Para ter acesso a ela, a pessoa deve passar três vezes na frente da tapeçaria retratando a insensata tentativa de Barnabás, o Amalucado, ensinar balé aos trasgos, pensando fortemente naquilo que necessita.

Na série, o lugar já se transformou em um aposento cheio de penicos, quando Dumbledore precisava ir ao banheiro; um quarto com uma cama para elfos-domésticos e antídotos para bebedeira, para onde Dobby levou Winky bêbada; um armário de vassouras para os gêmeos Fred e Jorge; uma sala onde se guarda objetos proibidos; e em um esconderijo para os membros da Armada de Dumbledore, criada por Harry e seus amigos.

A Sala Precisa pode ser uma criação da literatura, imaginada por J. K. Rowling para a história de Harry Potter, mas ela encontrou um similar na vida real quando o grupo que compreende o Laboratório de Humanidades (LabHum), – uma atividade extracurricular e também uma disciplina na pós-graduação oferecida pelo do Centro de História e Filosofia das Ciências da Saúde (CeHFi) da Unifesp – desalojado dos espaços que antes ocupavam para discutir Literatura, encontrou “magicamente” um lugar que necessitava para seus encontros semanais.

A notícia chegou-me por e-mail por estar cadastrada no mailing do grupo, uma vez que cheguei a frequentar as reuniões por um curto espaço de tempo. De acordo com o coordenador do Laboratório, professor Dante Marcello Claramonte Gallian, a “Sala Precisa” estava bem embaixo dos seus narizes: “foi o mago Valdir Reginato quem me mostrou, por detrás das cortinas vermelhas que separam o museu histórico da sala EPM-Xingu: a sala de exposições temporárias do museu do qual sou diretor”.

Assim, com cadeiras emprestadas de início, aconteceu a primeira reunião no novo local, formando dessa forma a “Brigada de Dantledore”, uma referência ao grupo que se encontrava na Sala Precisa do livro, adaptando-o ao nome do coordenador do LabHum.

O universo literário é mesmo pródigo em apontar caminhos e possibilidades verdadeiras. A vida real, por sua vez, toma direções que se revelam inacreditáveis, eu diria mágicas, saídas de uma boa e deliciosa fantasia.

Para saber mais sobre o Laboratório de Humanidades, acesse http://labhum.blogspot.com/

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