Não li
muitos livros de Agatha Christie, apenas quatro, mas um deles, O caso dos dez negrinhos, é um dos meus
favoritos, assim me aventurar pelas histórias da escritora é mesmo uma volta no
tempo. Isso porque, embora possamos ler seus livros – e outros até – em
qualquer fase da vida, acredito que muitos se iniciam com Agatha na
adolescência, quando temos o tempo todo do mundo para ler, com intensidade, boa
parte da sua extensa obra.
Sou um tanto
inconstante, porém, gosto de variar os gêneros, talvez por isso não fique muito
tempo com um autor ou um estilo. Quando era mais jovem até o fazia, mas agora
essa diversidade se faz mais urgente para mim, assim vou intercalando minhas
leituras, mas sempre de olho em um ou outro autor que gosto mais para poder
retomar mais à frente.
Com Agatha,
no entanto, essa retomada demorou a chegar, despertando em mim a vontade de ler
mais livros seus, aqueles que ainda não li e só ouvir falar. Um livro sempre
puxa outro, dessa forma, já acrescentei mais cinco à minha lista, todos da
escritora.
Culpa de Assassinato no Expresso do Oriente,
história que traz, mais uma vez, o personagem mais famoso da rainha do crime:
Hercule Poirot, o detetive belga, protagonista da maioria dos livros de Agatha
Christie, cuja fama rivaliza com a de Sherlock Holmes, o detetive criado pelo
escritor britânico sir Arthur Conan Doyle.
Na trama,
depois de ter solucionado mais um caso, Poirot embarca no Expresso do Oriente
que, ao contrário do que acontece naquela época do ano, está repleto de passageiros.
A certa altura da viagem, um dos passageiros é assassinado, quase no mesmo
instante em que trem fica parado na ferrovia por causa da tempestade de neve.
A pedido do
diretor da companhia Wagons Lit, que também é seu amigo, Poirot assume o caso e
passa a interrogar todos os passageiros. Em meio às investigações, ele descobre
que a vítima era um criminoso que participara do famoso caso Armstrong, que
envolvia o sequestro e a morte de uma menina, levando à morte da mãe e ao
suicídio do pai.
Aos poucos
ficamos sabendo que todos os passageiros, de certa forma, estavam ligados à
família Armstrong e, portanto, poderiam ter cometido o crime. O circo está
armado e, por vezes, tendemos a suspeitar de um ou de outro personagem, mas
logo mudamos de opinião, apontando um novo suspeito.
É
interessante ressaltar que entre os passageiros há uma mescla de nacionalidades
e tipos diferentes entre si, fazendo aflorar preconceitos e impingindo estigmas
a uma ou outra etnia. Entre estas, a de que os italianos são esquentados e
capazes de manejar facas; a de que os ingleses são frios, mas refinados; e a de
que os americanos são permissivos.
Até o final da
trama foi difícil saber, ao certo, quem cometeu o crime, pelo menos para mim,
que não sou “expert” em desvendar mistérios. Dessa forma, embarquei facilmente
na história e cheguei até a suspeitar do próprio diretor da companhia e de um
médico que também ajudava Poirot nas investigações, pois todos os passageiros
tinham um álibi convincente. O desfecho, contudo, é impressionante e vale cada
linha do livro. E o melhor, faz o leitor desejar mais do mesmo, ou seja, ser
aventurar pelos mais de 80 livros da escritora. Tarefa nada difícil.
Você tem toda razão, quando descobri Agatha Christie (na minha adolescência) me encantei e acabei exagerando. Emendei cerca de treze e acabei enjoando. Fiquei anos sem ler nada dela só voltando recentemente. Atualmente, faço como você, mesclo estilos diversos de leitura.
ResponderExcluirDica: Os Cinco Porquinhos foi dos melhores que li da Rainha do Crime.