sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Fascínio por listas


Fundamental forma de organização da informação, as listas fazem parte da nossa cultura e são utilizadas para ordenar as tarefas, atividades e a vida ao nosso redor. Para o escritor italiano, Umberto Eco, o ser humano tem obsessão pela classificação, utilizando-se, para tanto, da feitura de listas. Não é à toa que em uma de suas obras – A vertigem das listas (Ed. Record, 2010, 408 págs.), o assunto é particularmente esmiuçado, por meio da análise das diferentes formas de listagem criadas ao longo dos séculos.
 
Já em O Livro de Cabeceira, filme franco-britânico, de 1996, dirigido por Peter Greenaway, baseado no livro da escritora japonesa Sei Shōnagon, as listas servem para enumerar histórias da vida de Nagiko, a protagonista, bem como coisas que lhe agradam e, sobretudo seus amantes.
No meu caso, as listas fazem parte do meu cotidiano já há um bom tempo para ordenar coisas que quero fazer e comprar, viagens a planejar, aulas a cursar, presentes a dar, filmes a assistir, músicas para ouvir e, é claro, livros a ler. E neste item há algumas categorias que se subdividem em: lidos, a comprar, a emprestar, a pesquisar, a presentear e por aí vai...
Ultimamente – desde o final do ano passado pra ser mais exata – tenho me dedicado a elaborar a lista dos livros a ler neste ano, mas confesso que está difícil, pois estamos em fevereiro e ainda não cheguei a um consenso. Claro, isso não me impede de ler, e vou lendo, acrescentando um livro, tirando outro, deixando mais um pra depois, passando aquele outro na frente e assim por diante.
Nessa elaboração, já modifiquei milhares de vezes a minha lista e até cheguei a colocar cores diferentes nos títulos de livros de escritores brasileiros, portugueses, franceses, língua espanhola, alemães, japoneses, etc., de forma que eu leia autores de nacionalidades diferentes.
Além disso, como gosto muito de ir a bibliotecas e emprestar livros delas, embora tenha uma infinidade de títulos em casa me esperando, achei por bem destacar as obras que tenho de uma mesma cor, independente do país a que seus autores pertençam. Espero assim conseguir lê-los, intercalando-os com os que pego nas bibliotecas ou que os amigos emprestam.
Parece até coisa de maluco (quem sabem?) ou de quem não tem o que fazer, mas sinto um prazer enorme nessa tarefa, como se fosse uma terapia – seria ansiedade literária? Talvez. Acho que é por isso que a minha listagem não termine nunca. Sem falar que vou modificando-a ao meu bel prazer, sem me prender a uma norma rígida, guiando-me pelo momento e pelo interesse que um livro possa despertar naquele instante. Por falar nisso, lembrei-me de um título sugerido por um amigo... é acho que vou lá modificar minha lista, mais uma vez...

Um comentário:

  1. Reparei que está a ler o Bom Inferno de João Tordo, também já o li.
    De todos os prémios José Saramago, foi o que menos gostei.
    No entanto, não o considero um mau livro. É uma estória muito bem contada, talvez a estória mais bem contada de todos os prémios Saramago, mas julgo que lhe falta algum conteúdo.

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