Em uma sociedade
cada vez mais consumista e cercada de todas as facilidades que a vida moderna
proporciona, é preciso destacar as iniciativas voltadas para a gentileza e o
trabalho comunitário. É o que fazem, por exemplo, os voluntários, pessoas
abnegadas que, por iniciativa própria, prestam serviços à comunidade ou
organizações institucionais e não governamentais, dispondo do seu tempo para
levar auxílio e conforto aos necessitados.
E é exatamente este
o foco do livro Faces da ajuda
humanitária: a saga de voluntários da Cruz Vermelha, da jornalista Sibele
Oliveira, que será lançado nesta quinta-feira, dia 28 de maio, a partir das
18h30, na Livraria da Vila do Shopping Pátio Higienópolis, em São Paulo.
Publicado pela Chiado Editora, o livro traz perfis de dez voluntários da
entidade que dedicam parte de suas vidas a assistir vítimas de conflitos
armados, catástrofes naturais e outros desastres.
Este é o primeiro
livro publicado pela jornalista, que tive o prazer de ler, em primeira mão,
quando ela o estava escrevendo. Conheci Sibele em 2009, nas aulas de
Pós-graduação em Jornalismo Literário, da Associação Brasileira de Jornalismo
Literário – ABJL, e de lá para cá, acompanhei seu processo de escrita e sua
vontade de levar ao conhecimento da sociedade o trabalho do voluntariado.
Dentre os perfis
traçados no livro, está o da psicóloga Melissa Couto, que auxiliou parentes e
amigos dos 242 jovens mortos no incêndio da boate Kiss, que aconteceu em 2013,
em Santa Maria (RS), bem como ajudou os sobreviventes a conviverem com o
trauma.
Outra história é de
David Sanza, cuja vivência em diversos ofícios contribuiu para fazer
procedimentos médicos em lugares onde não havia profissionais. Em um desses
locais, ele chegou a improvisar um hospital para prestar auxílio aos feridos e,
em outro, comandou uma unidade do Corpo de Bombeiros no meio de um conflito
entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), o governo
colombiano e as comunidades indígenas da região.
O livro traz ainda a
trajetória de Jean-Henry Dunant, o comerciante que mobilizou políticos,
acadêmicos, militares, reis, rainhas e seus súditos para criar a Cruz Vermelha,
ao lado de outras quatro pessoas. Pela criação, Dunant foi um dos agraciados
com o Prêmio Nobel da Paz, em 1901.
Além de Dunant, Sibele
destacou o trabalho de Maria Rennotte, fundadora da filial paulistana da
entidade, uma mulher que se notabilizou por não se conformar com as
desigualdades e injustiças do final do século 19.
Faces da ajuda humanitária: a saga de voluntários da
Cruz Vermelha é um livro inspirador,
cuja leitura flui e transforma.
Acompanhe a seguir, uma breve entrevista com Sibele Oliveira sobre as
motivações do livro e seus projetos futuros na literatura.
Blog - Seu livro de estreia é uma reportagem sobre o
fundador da Cruz Vermelha e as experiências de alguns voluntários da entidade.
Por que optou por esse gênero de narrativa para sua primeira publicação?
Sibele Oliveira
- Como leitora, sempre me interessei por narrativas de transformação. O tipo de
história que nos faz ver a vida com outros olhos. E o que esses voluntários
fazem é um belo exemplo disso. Por isso quis escrever sobre eles. A minha
intenção era conhecer o dia a dia deles, descobrir o que os move a estar em
lugares que muitos não gostam nem de olhar. É outro mundo. Um mundo que valeu
muito a pena conhecer.
O que te tocou na história da Cruz Vermelha e dos
voluntários para você escrever sobre eles?
A história da Cruz
Vermelha é fascinante. Desde a sua criação, é uma história movida por sonhos. E
isso me inspira. Quanto aos voluntários, eu os admiro porque enquanto o mundo
está cheio de pessoas voltadas apenas para os próprios interesses, eles têm prazer
em se dedicar a quem nem conhecem.
Como foi seu processo de escrita até a publicação do
livro?
Fui apresentada a
alguns voluntários por uma funcionária da Cruz Vermelha de São Paulo e escrevi
os perfis deles. Quando pensei que tinha concluído o livro, conheci outros
voluntários e senti que não podia deixá-los de fora. Por fim, resolvi contar
também a história do fundador da Cruz Vermelha, um homem muito humano que com o
seu sonho construiu um império humanitário.
Quais são seus projetos na escrita? Livro-reportagem
ou ficção? Ou ambos?
Penso em escrever um
livro de ficção. É uma ideia antiga que ainda não pude colocar no papel. Mas
confesso que tenho uma predileção por histórias reais. Em minha opinião, são
mais impactantes. Tenho o projeto de escrever outros dois livros nos moldes
deste primeiro.
Mais informações
acesse a página do livro no Facebook: www.facebook.com/ajudahumanitaria
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Bjs