Contar histórias é uma arte antiga, que existe desde os primórdios da humanidade, como forma de transmitir, de geração em geração, a cultura, os conhecimentos e os valores de uma comunidade, seja por meio de relatos míticos ou de contos ou ainda de lendas. Apesar do lastro antigo, essa arte nunca esteve tão atual, resistindo à modernidade e aos avanços tecnológicos, conquistando cada vez mais adeptos, entre crianças e adultos.
Ouvir histórias contadas proporciona reflexão e encantamento, além da possibilidade de criar laços, aflorar afetos, compartilhar experiências e emoções. Foi o que senti sábado passado, no Sesc Santana, onde o cordelista, repentista e educador, Cesar Obeid, dividindo o palco com a ilustradora de livros infantis – e minha amiga – Simone Mathias, contou histórias de seus dois livros - O Valente Domador, que fala sobre um domador de circo que não pode mais usar o seu chicote em feras selvagens, e O Cachorro do Menino, que narra a relação de um garoto e seu cão deficiente, além de outras narrativas infantis.
O cenário era perfeito para ouvir uma boa história ser contada: o belo e aconchegante deck do jardim da unidade. Ali, em meio ao verde e ao silêncio do local, Cesar utilizou-se da literatura de cordel, um tipo de poesia popular em que a história é contada por meio de versos de forma cadenciada e melodiosa, acompanhada de viola ou de cordas para formar figuras. Ele fez graça, interagiu com as crianças e adultos e divertiu a todos com suas historinhas rimadas voltadas à plateia.
Em uma dessas rimas, ele até fez uma dirigida a mim, a Michele e a Gil, duas amigas que estavam comigo na apresentação, fazendo referência a nossa profissão de jornalista – no caso eu e Michele – e o ofício de escritor(a) – para a Gil, que escreve contos.
Enquanto Cesar desfiava todo o seu repertório, Simone fazia ilustrações de animais e de personagens das histórias, mostrando seu traço alegre e colorido com giz de cera, canetinhas e lápis. Ao final, ao som da viola e das rimas de Cesar, ela desenhou animais solicitados pelas crianças. Estas, com muita imaginação, pediram escorpião, ornitorrinco, louva-a-deus, fazendo Simone se desdobrar e improvisar, com muita competência por sinal (apenas um parênteses: as crianças de hoje surpreendem mesmo, se fosse na minha infância, cachorros, gatos e coelhos seriam os animais solicitados).
Ao voltar para casa, ainda podia sentir em meus ouvidos a voz ritmada de Cesar e vislumbrar na minha mente as encantadoras ilustrações de Simone, que davam vida às histórias narradas. Contação também é uma forma de leitura; uma forma intensa e compartilhada. Naquele dia, não precisei ler mais nada.
nossa...estou me sentindo honrada em ser chamada de "escritora",que privilégio !! e ter amigos assim é uma riqueza!! foi tudo lindo,com as princesas Michele,Simone e Cecília e o príncipe Cesar,que chiquis!!
ResponderExcluirbeijos amiga! logo é o nosso livrinho que estará aqui no seu blog!!