sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Contos de fadas e o objeto livro

Na minha infância não havia a fartura que existe hoje em oferta de livros infanto-juvenis. Então, é natural – só pra me justificar – que eu me volte, de tempos em tempos, para essa leitura, ainda mais nesta semana, a Semana da Criança. Assim, para fechar esse ciclo, quero destacar mais dois livros voltados ao público infantil que li recentemente, sendo um deles presente – que eu mesma me dei – no Dia das Crianças.

Histórias de contos de fadas me fascinam, elas me acompanham desde que eu era criança, mas sempre pautadas na versão Disney, da qual tinha uma bela coleção de livrinhos e discos. Por isso, quando vejo hoje versões originais e criativas das histórias, fico ávida para ler. Foi assim que cheguei a Little Lit, projeto de Art Spiegelman, ilustrador, cartunista e autor de histórias em quadrinhos americano, e de sua esposa Françoise Mouly, artista francesa e desenhista de histórias em quadrinhos.

O livro reuniu dezessete artistas de diferentes estilos para adaptar contos de fadas tradicionais em quadrinhos, cada um com sua linguagem gráfica própria em cores, letras, formato dos balões, textos e figuras. O resultado é uma obra rica e prazerosa de ler, remetendo-nos às histórias antigas e trazendo boas e agradáveis surpresas na adaptação.

Dentre as histórias estão “João e o pé de feijão”, “A bela adormecida”, “A filha do padeiro” e “O cavalo faminto”, entre outras. Destas, destaque para “O homem biscoito”, que me lembrou muito o personagem do filme Sherek, acho até mesmo que deve ter sido inspirado no clássico, e também para “O pescador e a princesa do mar”. Este último me fez voltar à minha infância.

Ao ler a história de Urashima Taro, o pescador japonês que salvou uma tartaruga maltratada por moleques, foi levado por esta ao reino das águas, onde se apaixonou pela princesa do mar e lá ficou por três anos, lembrei de um antigo comercial da Varig, do início da década de 1970 (é faz tempo!) que fazia alusão a essa história. E só agora é que percebi isso, já que na época não conhecia o conto japonês.

No comercial a história terminava um pouco diferente, claro! Afinal, era uma campanha empreendida pela companhia aérea para promover os primeiros voos diretos entre o Rio de Janeiro e Tóquio, mas a essência da história era a mesma. Gostei muito.



Little Lit inclui, ainda, um divertido jogo de tabuleiro com peças descartáveis: “A estrada maluca dos contos de fadas”, que dá vontade de espalhar pelo chão da sala e brincar como nos tempos de criança. Pena que o livro é da biblioteca e eu não pude fazer isso.

O outro livro, e que adquiri no Dia da Criança, trata-se de É um livro, de Lane Smith, escritor americano e ilustrador de livros infantis. O interessante dessa obra, que traz dois personagens principais – um burro e um macaco –, além do livro, é claro, é fazer um paralelo entre as novas tecnologias e o livro impresso.

O burro, que é adepto do computador e de todas as facilidades inerentes a ele, como internet, twitter, redes sociais, etc., indaga ao macaco sobre o objeto que ele está olhando com atenção, ou seja, o livro. E vai questionando como faz para usar, quais os recursos que têm, como é manipulado, para que serve, enfim... até sucumbir a ele.

4 comentários:

  1. Oi Cecilia, acho que no meu tempo não havia Lit Infantil, kkk
    Brincadeirinha... tenho muita recordação boa do livros infantis de minha infância. Porém quando tive meus filhos me realizei com a quantidade de livros que havia a disposição. Mas hoje, a quantidade de exemplares para estas crianças é infinita!!!Que bom!!!
    Eu não conhecia estes seus títulos, claro, mas devem ser muito bom.
    Beijos

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  2. É interessante como temos pontos em comum. Também leio livros infanto-juvenis e os adoro. Provavelmente por não li tanto quanto queria naquela época, e achei ótima a ideia de presente de dia da criança para nós mesmos. E fica aqui uma dica: "103 contos de fadas", de Angela Carter, coleção da Companhia das Letras. Beijão e bom domingo!

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  3. Ah, minha amiga, como é bom ler seus textos. Eles nos inspiram e nos fazem ter vontade de ler mais e sempre. E isso é uma coisa incrível! Um bem que você faz a cada um de seus leitores.
    A respeito dos livros infanto-juvenis... Ah, eu os adoro. E fiquei muito curiosa a respeito Little Lit. Parece incrível!
    Grande beijo!

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  4. Livros infanto-juvenis são realmente muito bons de serem lidos! Adoro parar para ler um deles. Com uma leitura simples e que flui de maneira bem rápida, nos deliciamos a cada página lida! :)
    Adorei o blog e já estou seguindo! ^^


    Beijinhos,
    www.primeiro-livro.com

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