Há dez anos passei por um período bastante delicado na vida. Era o início do ano de 2002, quando me vi desempregada, depois de oito anos trabalhando na mesma agência. Para completar, poucos meses depois tive de passar por um sério tratamento de saúde, ao ser diagnosticada com câncer de mama.
O cenário não era nada bom, mas a vida precisava ser tocada e, apesar do período difícil, felizmente ele terminou bem, porque exatamente um ano depois já estava recuperada e de emprego novo.
Quando lembro daqueles dias, recordo-me das artimanhas que fazia para o tempo passar e não deixar a peteca cair. Estas consistiam em anotar planos, ideias, listas de livros e filmes a ler e ver, passeios a fazer, cursos a frequentar, enfim, um arsenal de projetos que me ajudavam a olhar para o futuro.
Foi nessa época que me caiu às mãos O Hobbit, o livro de fantasia de J. R. R. Tolkien, publicado pela primeira vez em 1937 e que conta a história de Bilbo Bolseiro, um pacato hobbit que, instigado pelo mago Gandalf, sai em uma aventura junto com 13 anões para recuperar o tesouro destes, roubado por um dragão chamado Smaug.
A história antecede a saga O Senhor dos Anéis, de Tolkien, cuja narrativa concentra-se na destruição de Um Anel, que fora encontrado por Bilbo ainda em O Hobbit, e que permaneceu com ele por muitos anos.
Na aventura de O Hobbit, Bilbo junto com os 15 anões, cujo líder é Torin, atravessam as Montanhas Sombrias, são perseguidos por orcs, passam pela Floresta das Trevas, encontram elfos, vêem a Cidade do Lago e finalmente chegam à Montanha Solitária, onde o dragão dorme. Lá, Bilbo terá de enfrentar seu maior desafio para resgatar o tesouro.
Ler essa maravilhosa aventura fez-me esquecer, na época, as agruras do tratamento e os percalços pelos quais passava. Sentia-me dentro da história e fiquei encantada com as descrições, os perigos, a coragem e a persistência dos personagens, sobretudo de Bilbo e de Torin.
O autor, J. R. R. Tolkien (John Ronald Reuel Tokien), foi um escritor notável e, se vivo, completaria no dia 3 de janeiro 120 anos. Nasceu na África do Sul, mas passou a viver na Inglaterra, terra natal de seus pais, aos três anos de idade, sendo, portanto, considerado um escritor inglês. Foi professor universitário, poeta e filólogo e, apaixonado por línguas, criou diversas, que foram perpetuadas, sobretudo em suas fantásticas obras. Tinha grande conhecimento dos mitos germânico-nórdicos, dos quais extraiu inspiração para suas histórias e personagens.
O Hobbit, que terá uma adaptação para o cinema nas mãos do diretor Peter Jackson, o mesmo que dirigiu a trilogia O Senhor dos Anéis, e deverá estrear ainda este ano, é mesmo uma delícia. E ganhou uma resenha bem bacana da Priscila Wood em seu blog The Killing Words (http://thekillingwords.blogspot.com/2011/12/hobbit.html#comment-form). Vale a pena conferir. Aliás, é uma excelente dica para começar bem 2012.
Bem, em primeiro lugar: que hooooooonra ser citada no seu blog, fiquei emocionada!! hahaha!! Acho que essa resenha que fiz foi a mais difícil da minha vida, um puta peso falar de Tolkien, haha! De qualquer forma, obrigada mesmo! :D
ResponderExcluirAgora vamos ao post: você é muito guerreira, parabéns!!! Tantas pessoas lidam de maneiras tão diferentes com as adversidades e surpresas da vida...é realmente incrível. Quando eu falo que a leitura salva a minha vida a cada dia, é porque é verdadeiro. Através dela a gente consegue tanta coisa, que fica até difícil explicar. E sensacional um livro tão lindo e especial ter marcado esse período da sua vida: ele se torna mais lindo e especial ainda!! Maior prova de que a leitura pode ser nossa amiga mesmo nas horas mais difíceis, né?! E depois que essas horas "passam", a leitura fica e torna-se parte integrante de nós mesmos...sensacional!
Enfim, "O Hobbit" é uma belíssima indicação mesmo, não importa a idade, nem nada!!
Um grande beijo e estou ansiosa para ver o Bilbo Bolseiro & cia. nos cinemas! :D
Puxa Cecília...esse seu post me fez relembrar também algumas fases difícies da minha vida!!Especialmente o ano de 2002 que vivi a primeira grande crise no meu primeiro casamento. Foi uma fase tão difícil, que eu posso dizer que experimentei um tipo de "morte interior". Mas com minha fé em Deus e com uma mãe maravilhosa que tenho...SUPEREI TUDO!!!!Adoro seu blog e vivo catando dicas de livros aqui!!!Grande abraço e feliz 2012 para ti.
ResponderExcluir