sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Comemorações literárias em 2012

Sou muito ligada em datas comemorativas, alguns já devem ter notado, pois vez ou outra cito alguma no blog. No início do ano passado fiz um post falando sobre calendário literário, com destaque para aquelas datas – definidas e consagradas – do mundo da literatura. Se quiser conferir veja aqui http://leituraseobservacoes.blogspot.com/2011/01/calendario-literario.html

Neste ano, em razão da quantidade de centenários que serão comemorados, resolvi fazer uma pesquisa e saber quais outras datas importantes serão celebradas em 2012 no universo literário.

No post anterior, por exemplo, destaquei os 120 anos do nascimento de J. R. R. Tolkien, um dos mais notáveis escritores de livros de fantasia, autor de obras belíssimas como a trilogia O Senhor dos Anéis, O Hobbit e O Silmarillion.

Mas isto é apenas o começo, porque 2012 será marcado pelo centenário de dois dos mais brilhantes escritores brasileiros: Jorge Amado, em 10 de agosto, e Nelson Rodrigues, em 23 de agosto.

Os 100 anos de Jorge Amado já começaram a ser comemorados com o lançamento do filme Capitães da Areia, da cineasta e neta do escritor Cecília Amado, que foi adaptado da obra de mesmo nome. Há também uma nova montagem da peça Dona Flor e seus Dois Maridos e o lançamento de uma caixa, pela Companhia das Letras, com quatro livros das mulheres do escritor, entre outras programações.

Para Nelson Rodrigues, a expectativa é que a Nova Fronteira, que edita sua obra, publique releituras de suas peças e realize lançamentos de edições populares e de outros textos do autor.

Fevereiro é um mês quente: o dia 2 será marcado pelos 130 anos do nascimento de James Joyce, romancista, contista e poeta irlandês, autor de obras memoráveis, como Ulisses, que conta um dia na vida do agente de publicidade Leopold Bloom. O livro, inclusive, ganhará uma tradução nova no Brasil, feita por Caetano Galindo, publicada pela Penguin-Companhia das Letras.

Já no dia 7 de fevereiro será comemorado o bicentenário do nascimento de Charles Dickens, o mais popular romancista inglês da era vitoriana, autor de Oliver Twist e David Copperfield, entre outras obras.

No Brasil o mês de fevereiro terá como destaque os 90 anos da Semana de Arte Moderna, que aconteceu nos dias 13, 15 e 17 do ano de 1922, e que trouxe uma renovação de linguagem, ruptura com o passado e criação do modernismo. Nomes como Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Menotti Del Picchia e Guilherme de Almeida, entre outros, foram os precursores dessa tendência. A empreitada será lembrada no livro 1922, a Semana, do jornalista Marcos Augusto Gonçalves, publicada pela Companhia das Letras.

Outras datas a serem lembradas este ano são os 100 anos da morte do escritor irlandês Bram Stocker (20 de abril), o conhecido autor de Drácula; os 100 do nascimento do escritor Lúcio Cardoso (14 de agosto), autor de Crônica da Casa Assassinada; os 90 anos do nascimento do escritor português José Saramago (16 de novembro), autor de A Viagem do Elefante, um dos melhores livros que li no ano passado e dispensa comentários; os 90 anos da morte do escritor francês Marcel Proust (18 de novembro), autor de Em Busca do Tempo Perdido; e os 50 anos da morte da escritora e jornalista brasileira Patrícia R. Galvão (12 de dezembro), a Pagu, também grande nome da Semana de Arte Moderna e uma mulher a frente do seu tempo.

Mas de todas as datas, sem dúvida, uma das mais aguardadas e que deverá ser muito festejada é os 110 anos do nascimento do poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade, em 31 de outubro. Drummond, aliás, é o homenageado deste ano da 10ª edição da Flip – Festa Literária Internacional de Paraty, que acontecerá de 6 a 10 de julho.

Os livros de Drummond também ganharão nova edição, assinada pela Companhia das Letras, editora que tem o direito de publicar sua obra poética há um ano. A primeira a chegar às livrarias será A Rosa do Povo. Outros títulos deverão ser lançados ainda este ano.

Talvez tenha esquecido uma ou outra data, mas acredito ter reunido as principais, pelo menos as que me batem mais fundo. Em todo caso, no decorrer do ano vamos descobrindo – e comemorando.

Um comentário:

  1. De Jorge Amado adorei os Capitães da Areia, foi um dos melhores livros que li, mas não tão bom quanto O Memorial do Convento de Saramago, para mim o melhor que li até hoje.

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