O ano de 2012 começou quente e promete ser ainda melhor no decorrer do período, com uma série de comemorações literárias, centenários de grandes escritores, lançamentos e novas edições de obras consagradas e datas redondas de aniversários de importantes autores. Dentre estes, o escritor irlandês James Joyce, que completaria 130 anos neste 2 de fevereiro.
Engraçado, jovial e polêmico, Joyce é um dos principais protagonistas do chamado romance moderno, sobretudo depois da publicação de Ulysses, sua obra máxima, considerada por alguns como indecifrável e extensa, mas por outros como uma jóia rara. Seja como for, é inquestionável sua importância na literatura moderna.
A trama acompanha um dia na vida de Leopold Bloom no qual tudo acontece: nascimento, morte, alegria, traição, prazer, menstruação, sexo e mais. Já li e ouvi muitos prós e contras sobre Ulysses e não me sinto apta a opinar, mesmo porque ainda não me atrevi a ler a obra, aliás, nunca li nada de Joyce, infelizmente... Bom, quer dizer, até poucos dias quando decidi mudar essa situação e iniciar-me em sua escrita.
Nesse primeiro momento, resolvi começar pelo seu primeiro romance, Retrato do artista quando jovem, aqui numa edição da BestBolso. Trata-se de um livro semiautobiográfico, escrito por Joyce quando ele tinha 22 anos, e no qual conta a história de Stephen Dedalus, um jovem que pretende ser artista, mas, para isso, precisa vencer as convenções da época, centradas na Igreja Católica, na escola e na sociedade. A narrativa se dá por meio de monólogos interiores do próprio personagem, de forma que o leitor se vê dentro da mente dele.
O interessante do texto, segundo ouvi comentários de leitores da obra, é o trabalho lingüístico utilizado por Joyce e que vai evoluindo à medida que o personagem também amadurece.
Acho que este é um bom começo na obra de James Joyce que, além dos dois já citados, tem pelo menos mais dois de seus livros entre os mais aclamados: Dublinenses (contos) e Finnegans Wake (romance).
Quem sabe mais para frente eu não me aventure pelas páginas de Ulysses, ainda mais porque em abril deste ano a Peguim-Companhia das Letras lançará uma nova edição da obra, cuja capa foi apresentada hoje, por ocasião do aniversário de Joyce.
Este ano, inclusive, representa o primeiro desde a entrada da obra do escritor inglês em domínio público, o que significa que qualquer editora, interessada nos livros de Joyce, podem ter sua própria edição sem ter precisar recorrer à família do autor.
A nova edição de Ulysses tem tradução de Caetano Galindo, linguista, tradutor e músico, e coordenação editorial de Paulo Henriques Britto. Vale lembrar também que a obra completa este ano 90 anos de sua publicação. Como se vê, tudo vem a calhar.
Quem estou muita literatura como eu tem Joyce como um ícone, e por muito tempo alimentei o desejo de ler Ulysses, no entanto tive que me conformar com Retrato do artista quando jovem e Dublinenses. Acho que eu não desisti, apenas adiei esta leitura, acho que eu estou esperando amadurecer mais. Acho que falta coragem para enfrentá-lo.
ResponderExcluirbju
Oi =)
ResponderExcluirGosto bastante do seu blog, estou sempre por aqui, por isso escolhi vc pra receber um selo, espero que goste!
abraço =)
Eu pretendo ler Ulysses logo! E como você, também nunca li nada dele :D Parece meio incoerente começar logo por um tão "complexo" e "polêmico", mas eu sempre tive vontade de ler um livro tão longo e que retrata UM dia em uma vida. As edições em inglês são bem em conta, mas colegas meus que são fluentes na língua não "recomendam" tanto assim, então ainda não sei se lerei a versão traduzida ou na língua original. Sei que quero muito ler e claro que vai demorar uns mil anos mas...com certeza compartilharei com você!
ResponderExcluirBeijos!!!
Ps: vamos ver se até lá eu acabo não lendo essa de Penguin-Companhia das Letras, isso se o preço não for muito salgado.