Mais um ano que se encerra e,
pela segunda vez consecutiva, participo da Retrospectiva
Literária, promovida pela Angélica Roz, do blog Pensamento Tangencial ( http://pensamentotangencial.blogspot.com
), uma blogagem coletiva que reúne mais de 100 blogs todo o ano.
2012 foi um ano de leituras
intensas, profícuas, inesquecíveis, em que superei a média de livros lidos nos
últimos anos \o/, com destaque, mais uma vez, à produção nacional. Bom, vamos
aos tópicos da retrospectiva:
Expedições
urbenauta – São Paulo, uma aventura radical, de Eduardo Emílio Fenianos.
Em 1999, o jornalista e
fotógrafo Fenianos percorreu a cidade de São Paulo durante 120 dias. Assim,
desbravou os extremos da metrópole. Uma aventura e tanto, de conhecimento e
emoção.
O
terror que me deixou sem dormir:
Na
colônia penal, de
Franz Kafka.
Trata-se de uma novela que
narra a história de um explorador que é convidado a assistir a uma execução em
uma colônia penal francesa. É uma história impactante e absurda, com um final
aterrorizante.
O
suspense mais eletrizante:
Assassinato
no Expresso Oriente,
de Agatha Christie.
Não li muita coisa do gênero
neste ano, mas o romance da rainha do crime tem sempre lugar de destaque nas
leituras de suspense. Foi como voltar ao fim da minha adolescência, quando
comecei a ler os livros de Agatha.
O
romance que me fez suspirar:
Bonsai,
de Alejandro Zambra.
Já com uma boa bagagem
literária, o escritor passou a ser mais conhecido no Brasil com este romance,
curto, conciso, preciso. Os personagens, Júlio e Emília,apaixonados por
literatura, se amam em meio a livros e sofrem os revezes da vida. Lindo!
A
saga que me conquistou:
As
correções, de
Jonathan Franzen.
Ao contrário de Bonsai, o livro de Franzen é um
“livraço” de 584 páginas. Mas é tão bom quanto o romance de Zambra. A narrativa
trata dos conflitos de geração, religiosos e de costumes da família americana,
os Lambert, na última década do século XX. Uma verdadeira saga, lida em dois
momentos distintos.
O
clássico que me marcou:
1984, de George Orwell.
O livro me marcou tanto que
foi uma releitura, agora sob novo olhar, e acho que até mais proveitosa e
impactante do que da primeira vez. Trata-se de uma obra-prima que retrata um
mundo fictício em seu possível futuro sombrio sob o regime totalitário e
repressivo. Indispensável.
Ensaio
sobre a cegueira, de
José Saramago.
Sabe aquele livro que você
não quer largar, mas ao mesmo tempo não quer terminar? É Ensaio sobre a cegueira, a história de uma comunidade inteira
acometida pela cegueira branca, com exceção de uma mulher, a mulher do médico:
“a responsabilidade de ter olhos quando outros os perderam”. Ponto de partida
para inúmeras reflexões. Saramago é sempre bom.
O
livro que me fez rir:
O
guia do mochileiro das galáxias, de
Douglas Adams.
Parte de uma saga que inclui
ainda mais quatro livros, o Guia tem
tiradas rápidas e por vezes geniais. Entretenimento e diversão garantida nessa
viagem pelas galáxias com seres humanos e alienígenas.
O
livro que me fez chorar:
As
boas mulheres da China, de
Xinran.
O livro traz histórias de
mulheres, de diferentes idades e condições sociais, que foram entrevistadas por
Xinran entre 1989 e 1997. A ideia era mostrar e tentar compreender a condição
feminina na China moderna. Em uma dessas histórias, uma menina, abusada pelo
pai, tinha como animal de estimação uma mosca. Triste, emocionante.
O
livro de fantasia que me encantou:
A
invenção de Hugo Cabret, de
Brian Selznick.
Depois de assistir ao filme,
fui ler o livro e, para minha surpresa, a fidelidade à obra era visível. Além
da história bem contada, as ilustrações em grafite de Selznick são belíssimas,
dando um up a mais à fantasia.
O
livro que me decepcionou:
Os
assassinatos da rua Morgue, de
Edgar Allan Poe.
Faz tempo que queria ler este
livro, já tinha lido muitos comentários a respeito, talvez, por isso, a expectativa
era grande. Fiquei decepcionada com a história, cuja solução me pareceu pronta
demais. Pode ser pelo fato de ser um conto, tudo ficou claro rapidamente, sem o
tempo necessário para o mistério que antecede a resolução.
Homem
lento, de J. M
Coetzee.
Não que eu duvidasse de
Coetzee, afinal, já tinha lido Desonra e
amei. Mas como não sabia nada a respeito do livro, fiquei com um pé atrás. Com uma
fluidez que lhe é característica, Coetzee me surpreendeu com essa história que,
devo confessar, foi difícil sair dela de tanto que me entreguei à sua leitura.
A
frase que não saiu da minha cabeça:
“...se
é que há esperança, a esperança está nos proletas”, de 1984.
George Orwell sabia bem o que
tinha em mente quando construiu essa frase.
O
(a) personagem do ano:
Bartleby, de Bartleby, o escriturário, de Herman Melville.
Bartleby
é um escriturário
contratado de um escritório de advocacia, mas depois de alguns dias
desempenhando sua função com afinco, começa a refutar suas tarefas com um firme
“prefiro não fazer”, ficando cada vez mais apático e sem ação. Estranho e perturbador.
O
casal perfeito:
Blimunda
sete-luas e Baltasar sete-sóis.
Personagens de Memorial do convento, de José Saramago,
o casal me encantou com sua história de amor e sintonia, bastando apenas uma
troca de olhares para que se entendessem. Muito lindo!
O
(a) autor (a) revelação:
Francisco Azevedo, de O arroz de Palma.
É uma categoria difícil,
porque o autor não é necessariamente uma revelação, já que tem uma longa
estrada na literatura, mas para mim foi, pois não o conhecia. Com a história de família de O arroz de Palma, ele conquistou um
lugar de destaque entre os escritores da minha preferência.
O
melhor livro nacional:
Capitães
da areia, de Jorge
Amado.
No centenário do escritor
baiano, esta foi uma leitura mais do que prazerosa. Lido pela primeira vez, o
livro me proporcionou encantamento, diversão, emoção, reflexão. Amei a história
dos meninos (incluindo aqui uma garota) abandonados e a luta deles pela
sobrevivência nas ruas da Bahia.
Só quero fazer um parênteses
para outro livro nacional que gostei muito: O
filho da mãe, de Bernardo Carvalho. A história se passa em Grózni (capital
da república separatista), São Petersburgo, Moscou e Vladivostok, e ainda entre
Belém do Pará (Brasil) e Suriname. São histórias que se cruzem e que mostram,
aos poucos, a figura das mães em tempo de guerra e o destino de seus filhos.
Muito bom.
O
melhor livro infantil:
As
aventuras de Firmina Dalva e seus amigos, de Érika Freire.
Gosto de incluir nas minhas
leituras livros infantis, e dos que li este da jornalista Érika Freire, com
ilustrações de Nice Lopes me encantou. É um livro que fala sobre amizades,
tendo como protagonistas a gatinha Firmina Dalva, o cão Afonso Tadeu e o
canário Zezinho. Uma delícia!
A
melhor HQ:
Inclui este tópico por conta
porque gosto de HQs e sempre procuro incluí-las nas minhas leituras, independente
da discussão se quadrinhos são literatura ou não. Esta HQ traz seis histórias, que
se misturam entre crônicas e contos.
O
melhor livro que li em 2012:
Ensaio
sobre a cegueira, de
José Saramago.
O livro que mexeu comigo, que
me perturbou, que me fez refletir, que me emocionou, que me encantou, só podia
ser esse mesmo.
Li
em 2012...
54 livros, bem mais do que no
ano passado.
A
minha meta literária para 2013 é:
Dar continuidade às minhas
leituras, independente da quantidade de livros lidos ou não. Incluir mais HQs e
poesia, ler os livros que comprei e que estão se acumulando, fazer releituras,
porque são necessárias, e prosseguir na participação dos clubes de leitura: Traçando Livros e da Casa das Rosas. Acho que está de bom
tamanho.
E para não perder o costume,
relaciono abaixo os dez livros que mais gostei em 2012, se bem que este ano foi
difícil escolher... Então vamos a eles, sem ordem, apenas a relação:
Os
dez
•
Ensaio sobre a cegueira,
de José Saramago
•
Expedições urbenauta,
de Eduardo Emílio Fenianos
•
O senhor das moscas,
de William Golding
•
Bonsai, de Alejandro Zambra
•
Bartleby, o escriturário,
de Herman Melville
•
O arroz de Palma, de
Francisco Azevedo
•
O homem lento, de J.
M. Coetzee
•
As correções, de
Jonathan Franzen
•
Capitães da areia, de
Jorge Amado
• As boas mulheres da China, de Xinran
Bônus
para
•
Memorial do convento,
de José Saramago
•
O filho da mãe, de
Bernardo Carvalho
•
Travessuras da menina má,
de Mario Vargas Llosa
E que venham mais leituras em
2013. Feliz Ano Novo a todos!
Eu fiz um post bem parecido lá no meu blog! E você leu 20 livros mais do que eu hein sua danada!!! Eu tenho fases que fico semanas sem conseguir ler, sem concentração. e outras fases que devoro um livro atrás do outro.
ResponderExcluirEnfim, o importante é gostar de ler, ler por obrigaçåo não dá né? Feliz ano novo e ótimas leituras pra você em 2013!
Olá não conheço a maioria dos livros que você citou, não tenho vontade de ler Ensaios pra uma cegueira achei o filme ruim entendi o filme e a analise dele mas se fosse comigo ia ser diferente serio eu sou a unica pessoa que enxergo nunca ia agir daquela maneira nunca mesmo, quero ler mochileiros da galaxia
ResponderExcluirbjos
Não li vários dos livros citados. Mas há um que você refere que eu adorei: o filho da mãe, de Bernardo Carvalho. Já tinha lido Mongólia e o So se põe em São Paulo. Mas O filho da mãe é marcante, deixou-me arrepiada.
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