Estou sempre pensando, sonhando, escrevendo e falando sobre bibliotecas. Não sei ao certo quando aprendi a amar uma biblioteca, mas o fato é que desde que me conheço por gente eu sou assim, vivo atrás de bibliotecas. E depois que um amigo me falou – já comentei aqui – que o seu filho, no futuro, não frequentará bibliotecas, me deixando indignada, a paixão aumentou ainda mais e me sinto cada vez mais integrada e ligada com as bibliotecas.
Como bem lembrou o historiador Robert Darnton, na Flip 2010, “biblioteca não é um armazém de livros, mas o local onde os textos e as pessoas se encontram”. Por isso, hoje elas são dinâmicas, modernas e continuam a missão de transmitir o conhecimento.
Assim, não foi à toa que na Bienal Internacional do Livro, que aconteceu em agosto em São Paulo, fiquei encantada quando me deparei com uma Biblioteca Móvel, confortavelmente estacionada no Pavilhão da Bienal, em meio aos estandes e montagens da grande feira literária. Quando o avistei, mais do que depressa quis subir para o ônibus e conhecer esse belo trabalho.
Não há aquela fileira de bancos como existe nos ônibus comuns, no veículo-biblioteca foi adaptado, com prateleiras para acomodar os livros, convidando os passageiros à leitura. Para tanto, há um banco estofado e comprido, em cada lado, do ônibus para que o leitor possa se sentar e ler com mais conforto e tempo. O meio do ônibus é livre, para circulação. Há ainda telão, computadores, impressora, TV, vídeo, DVD e sistema de som.
O acervo conta com 1.500 títulos, entre livros de ficção, romances, didáticos e infantil. Não é por acaso que seus frequentadores mais assíduos são crianças, guiados por monitores que encontram-se disponíveis para prestar informações e orientações.
A Biblioteca Móvel Itapemirim estava aportada na Bienal, nas duas semanas em que a feira se realizou, mas viaja por todo o Brasil, incentivando a leitura e disseminando a informação. A cada mês, a biblioteca fica acampada em três localidades diferentes, sendo uma semana em cada local. Ao aportar em um lugar, é armado um toldo para atendimento externo e mesas e cadeiras são dispostas do lado de fora para quem desejar ler ao ar livre.
Outras atividades são desenvolvidas além da leitura, como oficinas lúdicas, teatro de fantoches, contação de histórias, encontro com autores, exposições, palestras, concursos, apresentações musicais, entre outras.
Esse projeto, criado e desenvolvido pela professora Walda Antunes, conta com quatros anos de existência, tendo percorrido 200 localidades, em 19 estados do Brasil. O projeto tem parceria da Maurício de Souza Produções, sendo que seus personagens também viajam com a biblioteca para conquistar ainda mais leitores.
São iniciativas dessa natureza que me fazem crer que as bibliotecas estão mais vivas do que nunca, se reestruturando, se adaptando, se modernizando , se reinventando para promover o incentivo à leitura e a disseminação do conhecimento.
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