quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Um vampiro em minha vida

Adoro fazer testes, destes que aparecem na internet perguntando uma série de coisa para saber qual sua personalidade, que personagem de desenho animado você é, se sua idade real é igual a sua idade física e emocional, e por aí vai... essas bobagens todas que às vezes não servem para nada, a não ser para afagar o nosso ego, mostrando a nós o quanto somos maravilhosos, inteligentes, saudáveis...

Mas outro dia, dois testes, vistos no blog http://www.orelhadelivro.com.br/, me chamaram muita atenção pela simples razão de estarem ligados aos livros e a literatura. O primeiro, que serve para descobrir “Qual gênero literário é a sua cara?”, do blog da Estante –Virtual
http://www.estantevirtual.com.br/blogdaestante/2010/07/16/qual-genero-literario-e-a-sua-cara/ , é pura diversão. Eu fiz e tive como resposta “Romance e Poesias”. Acho até que se encaixou comigo, se bem que ando devendo um pouco mais à poesia nas minhas leituras.

O segundo, mais interessante, visa responder à pergunta “Que livro é você?”, do site Educar para Crescer - http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/testes/livro-nacional.shtml . Nem é preciso dizer que este mexeu mais comigo, afinal, quem não tem a curiosidade de saber que livro se parece consigo. Por isso, mais do que depressa resolvi fazer e, para minha surpresa o resultado foi O Vampiro de Curitiba, talvez o livro mais famoso do escritor curitibano Dalton Trevisan.

O curioso é que não li o livro e, um tanto decepcionada com o resultado acabei refazendo o teste. Mais uma vez o livro apareceu. Bom, decidi acatar, pelo menos naquele dia, porque tempos depois fiz novamente o teste e pela terceira vez saiu O Vampiro de Curitiba.

Tá, tudo bem, aceito. O jeito é ler o livro e tirar essa dúvida. De repente, é o livro da minha vida” – pensei.

Não, definitivamente não é o livro da minha vida, mas é bem legal. Gostei sobretudo do estilo do autor, que escreve não de uma forma convencional, às vezes trocando a ordem da frase, truncando palavras. É preciso ler com atenção, mas depois que você se conecta, acaba se encantando com a escrita, como neste pequeno trecho:

Aos trancos, arrastou-se o elevador ao segundo andar. Não fosse herói de caráter, esquecia o embrulho ali na porta e adeus, dona Alice. Gemeu baixinho – afinal, a primeira professora da gente, ensinara-o a ler, escrever o nome, as quatro operações – e apertou a campanhia.

São histórias curtas, com linguagem leve e concisa, que giram em torno de um personagem, Nelsinho, rapaz que perambula pela cidade, no caso Curitiba, em busca de amor e sexo. Dessa forma ele encontra viúvas, velhinhas, moças, prostitutas, não importa, em todas elas busca o consolo do qual precisa.

O bom do livro é essa coisa de urbanidade, que eu adoro, ainda mais em se tratando de Curitiba, cidade que conheci aos 15 anos e nunca mais esqueci. Se bem que no livro, a cidade aparece em seus aspectos frio e decaído, mas isso também faz parte das grandes metrópoles.

Tirada a prova dos nove acho que só tive a ganhar com essa leitura. E contabilizando os prós e os contras até que os testes tiveram algo a ver comigo, pelo menos assim me pareceram.

Um comentário:

  1. Eu gosto do livro. Principalmente por falar da minha amada Curitiba...
    Fiz o teste, aliás. Meu resultado foi a Antologia Poética, do Drummond... rs
    Saudade, Ciça!
    Um grande beijo!

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