sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Amado Jorge

Há algum tempo, quando ainda não havia lido nada de Jorge Amado, mas apenas assistido adaptações para novelas e minisséries de TV, um amigo disse-me que ler os livros do escritor é se transportar para uma Bahia mística e sensual, em que é possível, até mesmo, sentir os cheiros e os sabores do local.

De fato, tempos depois, ao adentrar no universo literário de Amado, fiquei fascinada com sua escrita mágica, às vezes poética, carregada de sensualidade e do regionalismo característico baiano. Marcas fundamentais nos romances do escritor, cujo centenário de nascimento comemoramos em 2012.
A primeira investida – e que mais me marcou – foi Tieta do Agreste, a história da pastora de cabras e namoradeira, que apanhava do pai quando menina, expulsa da cidade por causa dos romances eróticos que vivia, mas que retorna a Santana do Agreste triunfante, rica e poderosa.

Nessa nova vida, Tieta ajuda a família que, agradecida, pensa que ela enriqueceu em razão de um casamento com um comentador no sul do país. Aos poucos vamos descobrindo a verdade por trás do sucesso, caindo por terra toda a redenção que Tieta buscava encontrar no lugar onde fora escorraçada.

Ao redor de Tieta desfilam outros personagens interessantes, sobretudo Perpétua, sua irmã mais velha, responsável pela sua expulsão. Pudica e reprimida, Perpétua dá um show à parte, mas ela também guarda os seus segredos e mistérios que mais tarde vão ser revelados.
A adaptação para novela na TV atingiu grande sucesso, mas como toda adaptação traz algumas diferenças com relação à obra original, mas nada que comprometa o enredo.
Como é característica na obra de Jorge Amado, as mulheres ganham destaque especial, sem falar nos típicos representantes baianos, coronéis, pobres diabos, damas e mulheres da vida, pessoas simples e poderosas que compõem um painel bem delineado da sociedade baiana.
Os livros de Jorge Amado foram traduzidos em vários países, em diversos idiomas, sendo superado, apenas, em número de vendas, por Paulo Coelho. Em 1994, a obra de Amado foi reconhecida com o Prêmio Camões.
Lembrando agora de tudo isso, acho que estou precisando retomar os livros de Jorge Amado para fazer novas leituras, porque um mundo mágico e fascinante me aguarda naquelas páginas.

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