A cultura
portuguesa anda cruzando meu caminho, mas não é de hoje, bem sei. Ela sempre me
interessou, sobretudo no que se refere ao idioma, e isso talvez explique o
porquê de eu ter me aplicado tanto nas aulas de Português na época do colégio.
Mas é que ultimamente ela vem me invadindo de tal maneira que a vontade de
saber mais está me sufocando.
Não é à toa
que vez por outra me pego sonhando com Portugal, em me aventurar por suas
terras em uma viagem que pretendo ser mais que turística, na verdade cultural e
literária. E nesse devaneio todo vou descobrindo escritores da “terrinha” que
vão me acenando e enlouquecendo com suas obras.
Camilo Castelo
Branco e Eça de Queirós conheci no colégio; José Saramago e Antonio Lobo
Antunes vieram depois e me encantaram com seus romances e histórias pessoais. A
partir deles outros, da safra contemporânea, foram chegando, impulsionados
sobretudo pela Flip – Festa Literária
Internacional de Paraty, entre eles José Luís Peixoto, Inês Pedrosa, valter
hugo mãe e Maria Dulce Cardoso. E, mais recentemente, fui apresentada a João
Tordo e Miguel Sousa Tavares, cujas obras ainda preciso conferir. Infelizmente,
a velocidade com que os descubro não é a mesma com que os leio.
Claro, e
ainda tem Gonçalo Tavares, que venho paquerando há um bom tempo e que tive o
prazer de ver e ouvir no projeto Sempre
um Papo, do Sesc Vila Mariana. Nascido em Luanda, Angola, Gonçalo tinha
dois anos quando foi para Portugal, país onde se encontram suas referências
culturais e, apesar de jovem, ostenta uma obra com mais de 20 livros
publicados.
Observador e
reflexivo, que o deixam com uma aura de filósofo, Gonçalo falou sobre “Moral,
tecnologia e linguagem”, lembrando da importância da concentração na leitura de
um livro, em contraposição aos eletrônicos, carregados de links e hiperlinks,
que disparam para todos os lados, dispersando a leitura. “O livro obriga-nos a ser mais lentos, é algo
que requer isolamento, silêncio e imobilidade, fundamentais para assimilar o
conteúdo”, afirma.
Gonçalo
recebeu os mais importantes Prêmios em Língua Portuguesa: O Portugal Telecom
2007, o Prêmio José Saramago 2005 e o Prêmio LER/Millennium BCP 2004 com o
romance Jerusalém; o Prêmio Branquinho
da Fonseca da Fundação Calouste Gulbenkian e do Jornal Expresso, com o livro O Senhor Valéry; o Prêmio Revelação de Poesia
da Associação Portuguesa de Escritores com Investigações.Novalis
e o Grande Prêmio de Conto da Associação Portuguesa de Escritores “Camilo Castelo
Branco” com água, cão, cavalo, cabeça.
Seu livro
mais recente – Uma viagem à Índia – trata-se
de uma epopeia portuguesa do século 21. Narra a história de um homem que faz
uma viagem existencial à Índia, para aprender e esquecer, encontrar a sabedoria
enquanto foge, fugir enquanto aprende. A conferir, mas antes vou ler Um homem: Klaus Klump, o primeiro
romance de Gonçalo da série “O Reino”. Acho que é um bom começo.
Oi Cecilia, eu também tenho uma admiração enorme por Portugal. Tive o prazer de conhecer alguns detalhes sobre este país quando fiz, na época da faculdade, uma especialização em Literatura Portuguesa e me chocou saber o quanto aquele povo sofreu.A Cultura e a História desse país é riquíssima e acaba refletindo diretamente na Literatura. Sou apaixonada pelos escritores portugueses de todos os tempos e vai ser um prazer ler este livro. Obrigada pela dica de leitura.
ResponderExcluirBeijos
Oi Mônica,bom receber visita sua no blog e ainda mais um comentário. Fico feliz de você ter apreciado o post e a dica de leitura. Os escritores portugueses têm me cativado muito ultimamente e a curiosidade pela história da Literatura Portuguesa e de Portugal estão, realmente, na minha mira. Beijos.
ResponderExcluirOlá Cecilia,
ResponderExcluirGonçalo M. Tavares e Ántónio Lobo Antunes são, quanto a mim, os dois melhores autores vivos. Aprender a Rezar na Era da técnica foi o melhor livro que li de G.M.T.