quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Na mira dos portugueses

A cultura portuguesa anda cruzando meu caminho, mas não é de hoje, bem sei. Ela sempre me interessou, sobretudo no que se refere ao idioma, e isso talvez explique o porquê de eu ter me aplicado tanto nas aulas de Português na época do colégio. Mas é que ultimamente ela vem me invadindo de tal maneira que a vontade de saber mais está me sufocando.
 
Não é à toa que vez por outra me pego sonhando com Portugal, em me aventurar por suas terras em uma viagem que pretendo ser mais que turística, na verdade cultural e literária. E nesse devaneio todo vou descobrindo escritores da “terrinha” que vão me acenando e enlouquecendo com suas obras.
Camilo Castelo Branco e Eça de Queirós conheci no colégio; José Saramago e Antonio Lobo Antunes vieram depois e me encantaram com seus romances e histórias pessoais. A partir deles outros, da safra contemporânea, foram chegando, impulsionados sobretudo pela Flip – Festa Literária Internacional de Paraty, entre eles José Luís Peixoto, Inês Pedrosa, valter hugo mãe e Maria Dulce Cardoso. E, mais recentemente, fui apresentada a João Tordo e Miguel Sousa Tavares, cujas obras ainda preciso conferir. Infelizmente, a velocidade com que os descubro não é a mesma com que os leio.
Claro, e ainda tem Gonçalo Tavares, que venho paquerando há um bom tempo e que tive o prazer de ver e ouvir no projeto Sempre um Papo, do Sesc Vila Mariana. Nascido em Luanda, Angola, Gonçalo tinha dois anos quando foi para Portugal, país onde se encontram suas referências culturais e, apesar de jovem, ostenta uma obra com mais de 20 livros publicados.
Observador e reflexivo, que o deixam com uma aura de filósofo, Gonçalo falou sobre “Moral, tecnologia e linguagem”, lembrando da importância da concentração na leitura de um livro, em contraposição aos eletrônicos, carregados de links e hiperlinks, que disparam para todos os lados, dispersando a leitura.  “O livro obriga-nos a ser mais lentos, é algo que requer isolamento, silêncio e imobilidade, fundamentais para assimilar o conteúdo”, afirma.
Gonçalo recebeu os mais importantes Prêmios em Língua Portuguesa: O Portugal Telecom 2007, o Prêmio José Saramago 2005 e o Prêmio LER/Millennium BCP 2004 com o romance Jerusalém; o Prêmio Branquinho da Fonseca da Fundação Calouste Gulbenkian e do Jornal Expresso, com o livro O Senhor Valéry; o Prêmio Revelação de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores com Investigações.Novalis e o Grande Prêmio de Conto da Associação Portuguesa de Escritores “Camilo Castelo Branco” com água, cão, cavalo, cabeça.
 
Seu livro mais recente – Uma viagem à Índia – trata-se de uma epopeia portuguesa do século 21. Narra a história de um homem que faz uma viagem existencial à Índia, para aprender e esquecer, encontrar a sabedoria enquanto foge, fugir enquanto aprende. A conferir, mas antes vou ler Um homem: Klaus Klump, o primeiro romance de Gonçalo da série “O Reino”. Acho que é um bom começo.

3 comentários:

  1. Oi Cecilia, eu também tenho uma admiração enorme por Portugal. Tive o prazer de conhecer alguns detalhes sobre este país quando fiz, na época da faculdade, uma especialização em Literatura Portuguesa e me chocou saber o quanto aquele povo sofreu.A Cultura e a História desse país é riquíssima e acaba refletindo diretamente na Literatura. Sou apaixonada pelos escritores portugueses de todos os tempos e vai ser um prazer ler este livro. Obrigada pela dica de leitura.
    Beijos

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  2. Oi Mônica,bom receber visita sua no blog e ainda mais um comentário. Fico feliz de você ter apreciado o post e a dica de leitura. Os escritores portugueses têm me cativado muito ultimamente e a curiosidade pela história da Literatura Portuguesa e de Portugal estão, realmente, na minha mira. Beijos.

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  3. Olá Cecilia,

    Gonçalo M. Tavares e Ántónio Lobo Antunes são, quanto a mim, os dois melhores autores vivos. Aprender a Rezar na Era da técnica foi o melhor livro que li de G.M.T.

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