terça-feira, 12 de março de 2013

Bibbi Bokken e sua biblioteca mágica


Se tem um lugar que me fascina esse lugar é a biblioteca. Públicas, privadas, pequenas, grandes, escolares, institucionais... não importa, é nesses espaços que encontro meu lugar de leitora. Gosto de livros e compro-os sempre que posso, mas não deixo de ir, pelo menos uma vez na semana, em alguma biblioteca, seja para olhar os livros nas estantes, seja para emprestá-los. É algo que faço desde criança e que não vou deixar de fazer nunca.

 
A culpa talvez seja de uma bibliotecária que conheci quando cursava o 2º grau, em Indaiatuba, interior de São Paulo. Trabalhando na biblioteca da escola, aquela bibliotecária orientava, como poucas, as leituras dos alunos. Suas indicações renderam magníficas viagens e ampliaram minha concepção do mundo. Aprendi, com ela, a amar ainda mais os livros e intensificar minhas leituras.
Acho que foi pensando nela que me encantei com a descoberta de A biblioteca mágica de Bibbi Bokken, livro infanto-juvenil de Jostein Gaarder (o autor do conhecido O mundo de Sofia) em parceria com Klaus Hagerup. Publicado em 2003, pela Companhia das Letras, a obra fala da história do livro, de bibliotecas e do amor à leitura.
A trama divide-se em duas partes: a primeira denominada “Epistolário”, e compõe-se das cartas trocadas entre dois primos, Nils, um garoto de 12 anos, cuja imaginação não tem limites, e Berit, uma menina com 13 anos, com uma visão mais centrada. Juntos, eles passaram férias em Fjærland, cidade no interior da Noruega, onde mora Berit.
Ao final das férias, Nils retorna para Oslo e, para manter contato com a prima, resolve comprar um livro de cartas para se corresponderem. Entre os assuntos, está Bibbi Bokken, uma misteriosa bibliotecária que se estabeleceu em Fjærland, e sua relação com a biblioteca mágica, que abriga livros que ainda serão publicados, além da classificação decimal de Melvil Dewey, sistema documentário que organiza os livros nas bibliotecas.
A segunda parte da historia chama-se “Biblioteca” e centra-se na chegada dos primos a tal biblioteca, o encontro com Bibbi e a descoberta dos mistérios por tras dessa relação. Essa parte traz ainda alguns detalhes técnicos sobre a confecção de livros.
Entre as correspondências de Berit a Nils, há uma citação que resume bem o significado da leitura e, por tabela, da escrita:
...Um autor chamado Tor Åge Bringsværd escreveu um poema curtinho que é muito bom:
“Quem mantém os dois pés no chão não sai do lugar.”
Acho que isso diz muito sobre escrever e também sobre ler. Quando leio um livro de que gosto, parece que o que estou lendo faz meus pensamentos saírem voando do livro. De certa forma, o livro não é feito apenas pelas palavras ou pelas figuras que estão no papel, mas também por tudo o que invento quando leio.
E como hoje é Dia do Bibliotecário vou terminar com uma passagem em que Bibbi Bokken fala de quem é e do que os livros representam para ela. Com essa personagem, deixo aqui minha homenagem a esse profissionais que têm a missão de orientar, auxiliar e incentivar nossas leituras:
– ... Eu sou bibliógrafa. Isso quer dizer que sou mais ou menos uma especialista em livros e bibliotecas. E é disso que eu vivo. Presto serviço aqui na Noruega e em muitos outros países, portanto viajo muito. Justamente por isso, a minha biblioteca precisa estar muito bem protegida. Às vezes vou para Roma... e outras vezes é Mário quem vem para a Noruega. Mas eu também me sinto muito bem na minha própria companhia – e na de todos os meus livros. Alguém disse uma vez: “Um bom livro é o melhor amigo”. Outra pessoa expressou isso de forma semelhante: “Quem escolhe bem os seus livros estará sempre na melhor das companhias. Neles nos encontramos com os caracteres mais ricos de espírito, mais sábios e mais nobres, que constituem o orgulho e a glória da humanidade.”





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