quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Vidas. Histórias de vidas

2006 foi um ano de muitas reviravoltas para Regina Magalhães, uma administradora de empresas que foi surpreendida por infortúnios, realizou sonhos e soube dar uma nova perspectiva na sua vida.

Primeiro ela resolveu se casar, aos 38 anos; depois conseguiu um bom emprego em uma instituição financeira e, por último, sua mãe completava 75 anos. De uma hora para outra, porém, quase tudo ruiu, e com poucos meses de diferença: em julho daquele ano sua mãe faleceu inesperadamente e em setembro acabou demitida por “ser humana demais para trabalhar em um banco”, conforme ouviu de um diretor, isso há um mês do seu casamento, marcado para outubro.

Apesar das intempéries, o casamento foi realizado. E uma das grandes aliadas e incentivadoras para o sucesso das núpcias foi sua irmã, que se imbuiu do espírito de mãe de noiva, cuidando pessoalmente de cada detalhe.

– Uma forma que encontrei de agradecer minha irmã foi presenteá-la com algo especial. Então, inspirada pelas anotações, caixas de fotos e diários encontrados após a morte da minha mãe, percebi a importância de conhecer melhor minhas origens e senti o conforto e o carinho que o resgate daquelas memórias proporcionavam – contou Regina.

Nascia ali um projeto que, três anos mais tarde, viria a se confirmar em um negócio mais sólido: Biografias & Profecias, nova editora lançada ontem, em uma roda de conversas entre autores e empresários, na Casa das Rosas, em São Paulo, que eu pude acompanhar de perto.

Numa época em que se privilegiam cada vez mais as mídias eletrônicas, lançar uma empresa de livros impressos já é uma ousadia, imaginem então uma editora que não tem a pretensão de publicar best-sellers, mas sim histórias de vida! “Queremos que as pessoas – anônimas ou não – tenham a oportunidade de ter suas vivências registradas, eternizando suas memórias que podem causar transformações e inspirar novas histórias”, confirmou Regina.

Na roda de conversa estavam convidados pra lá de especiais, todos com uma relação de importância na trajetória pelo mundo editorial da administradora de empresas: Roberto Tranjan, diretor e educador da Cempre Educação nos Negócios, a quem primeiro Regina mostrou o projeto; Douglas Prats, primeiro cliente do projeto e sócio da Prósperi Lideres; Edvaldo Pereira Lima, co-fundador da Academia Brasileira de Jornalismo Literário e meu professor da pós em JL; Karen Worcman, diretora do Museu da Pessoa; e Ronaldo Perllato, médico antroposófico e coordenador da Escola Livre de Estudos Biográficos.

Um dos momentos marcantes do encontro, para mim, foi quando Regina definiu o que é Biografias & Profecias para ela. O logo da editora é representado pelo bonsai, pequena árvore que simboliza a crença nas relações humanas, que devem estar ao alcance para receber pequenos cuidados contínuos e ter suas raízes fortalecidas, produzindo folhas, frutos e flores que encantam pelo seu conteúdo e forma.

– Histórias de vida têm para mim o cheiro de terra molhada, a textura de uma folha aveludada e o gosto de infusão que cura. No topo de tudo está a árvore, que não para de crescer, é um processo contínuo – revelou Regina.

Enquanto ouvia aquelas pessoas falarem, narrarem suas experiências e proferirem seus conhecimentos em histórias de vida e suas diversas variantes como biografias, perfis e ensaios pessoais, como lembrou o professor Edvaldo, pensava na minha motivação para estar ali e para prosseguir na pós em JL.

Houve um tempo, nos primeiros meses do curso, que eu me questionava se devia ou não continuar, se tudo aquilo era válido para minha vida profissional e pessoal. Mas, com o decorrer do tempo e das aulas, finalmente a semente do JL começou a germinar em mim. É como se eu tivesse encontrado o meu caminho nessa fase meio nostálgica e repleta de saudades em que estou e senti, de alguma forma, que precisava fazer aquilo, porque somente conhecendo e compreendendo a história do outro eu poderia conhecer melhor a minha própria trajetória e, assim, curar feridas que ainda estão abertas.

Isso vai bem ao encontro daquilo que o médico Ronaldo Perllato falou na roda de conversa:
– O certo não é perguntar por que se faz isso ou aquilo, por que comigo, mas sim para quê se faz, para quê é comigo. Ao perguntar o por quê, você transfere para o outro o problema, enquanto questionando o para quê você se insere no problema. E acaba encontrando o seu caminho.

* Para saber mais sobre a editora, acesse: http://www.biografiaseprofecias.com.br/

3 comentários:

  1. Adorei cECILIA, estava com saudades do seu blog....a vida corre demais"!! mas hoje consegui passar aqui e ler seu post , como sempre mto bom!!
    Fico feliz que tenha se encontrado no JL!
    beijs

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  2. Cecília, que delícia ver seu texto. Me emocionei e sinto-me honrada.
    Abs
    Regina

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  3. Oi, Cecília! Hoje estou na maior correria, mas passei para te deixar um beijinho!

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