terça-feira, 3 de agosto de 2010

Quinta-feira na livraria


Adoro livrarias. Sempre que passo por uma não resisto, quero pelo menos dar uma passadinha e olhar os títulos à amostra. Quando tenho mais tempo, me dou ao luxo de circular, pegar livros, folhear, ler... É uma delícia.
Era uma quinta-feira, à noite. Estava na Livraria da Vila, aguardando um evento começar, então decidi percorrer as prateleiras e conferir as novidades das estantes. Parei na seção infanto-juvenil e um lindo livro me chamou a atenção: Sábado na Livraria, de autoria de Sylvie Neeman, ilustrado por Olivier Tallec, com 32 páginas. Não resisti. Sentei em uma cadeira e comecei a ler.
De leitura agradável, a história gira em torno de uma menina que encontra, sempre aos sábádos, um senhor já de idade avançada, em uma livraria. Ambos sentam para ler. Ela quadrinhos; ele um livro de guerra.
Ela então passa a observá-lo e fica intrigada com a lentidão com que ele lê e com seu passo vagoroso. É o novo em confronto com o velho, do imediatismo da juventude com a paciência da velhice. É também uma história de amizade, da amizade que brota dos livros, da paixão por livrarias, deste lugar peculiar que é um convite à leitura, uma leitura feita sem pressa, prolongada, estendida, constante.
Foi com grande prazer que li essa singela história e lembrei-me que recentemente assisti a um filme de animação que tratava também da amizade entre uma menina e um senhor, embora este não tão velho assim. O título? Mary e Max – Uma amizade diferente, do diretor australiano Adam Elliot. Trata-se de um filme feito com massinha de modelar, praticamente todo narrado, com pouquíssimas falas e que traz temas delicados, como desemprego, obesidade, suicídio, solidão. E, por isso mesmo, não indicado para crianças. É uma animação para adultos.
O filme conta a história de Mary e Max por meio de cartas, que os dois escrevem, correspondendo-se por duas décadas, depois de descobrirem afinidades como chocolates e um programa infantil. É lindo. É triste. É emocionante. Vale a pena.
Embora o livro descrito e o filme desenrolarem-se diferentemente, consegui ver um paralelo entre eles, na amizade entre duas gerações diferentes, no interesse que ela pode despertar, e na profunda humanidade que seus desfechos encerram.

Um comentário:

  1. Oi, Cecilia
    Muito obrigada pelo comentário que deixou no meu blog, fiquei muito feliz...
    Adorei a história desse livro, deu vontade de ler. Já ouvi falar do filme, qualquer dia assisto. Bjs

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