Dez anos atrás, quando fazia pesquisas e leituras para a monografia da pós em Jornalismo Internacional, centrada em Palestina – uma nação ocupada e Palestina – na faixa de Gaza, as reportagens em quadrinhos de Joe Sacco, acabei esbarrando, é claro, em Will Eisner, um dos mais importantes artistas em HQs.
Considerado como a principal influência para que as HQs deixassem de serem vistas como leitura para crianças, Eisner popularizou o termo graphic novels, ou novelas gráficas. Na verdade, romances gráficos que contam uma longa história por meio de arte sequencial – banda desenhada ou quadrinhos.
Da sua extensa – e belíssima – obra, iniciei-me por New York – The Big City, publicada em 2000 pela Martins Fontes. Nela, uma cidade inteira é desvendada sob ângulos insuspeitados, com uma suavidade de traços e detalhes de encher os olhos. Depois dela, conheci outras graphic novels do artista como Um contrato com Deus, A força da vida e Avenida Dropsie, entre outras, além da série de tiras The Spirit, codinome de Denny Colt, um homem tido como morto, mas que vivia secretamente – e anonimamente – como um lutador no mundo do crime.
Boa parte desse seu trabalho revi recentemente, com fascínio, na exposição O Espírito Vivo de Will Eisner, que está em cartaz no Centro Cultural São Paulo até o próximo dia 18 de dezembro. A mostra foi apresentada, primeiramente, no Rio de Janeiro, durante o RioComicon. Ao todo são 106 obras originais, que cobrem toda a carreira de Eisner, além de pinturas, ilustrações inéditas, materiais de trabalho e, uma jóia rara: a estátua forjada em bronze do personagem Spirit, parceria entre Eisner e o escultor Peter Poplaski. A exibição da peça é inédita, sendo o Brasil o país escolhido para mostrá-la em primeira-mão.
Para quem é fã, o programa é imprescindível. Para os que ainda não conhecem o artista, é uma excelente oportunidade para saber mais sobre o mestre e sua valiosa obra.
Serviço:
Centro Cultural São Paulo
Rua Vergueiro, 1000 (Estação Vergueiro do metrô)
Até 18/12/2011
Horário: Sexta, das 10h às 20h; sábado e domingo, das 10h às 18h.
Grátis.
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