Recentemente
descobri uma proposta interessante de um site na internet ligado à literatura.
Trata-se da Igreja do Livro Transformador,
uma ideia concebida pelo escritor Luiz Ruffato, autor de Eles eram muito cavalos, que ganhou os prêmios APCA (Associação
Paulista de Críticos de Arte) e Machado de Assis da Fundação Biblioteca
Nacional, em 2001, entre outros títulos.
No início a
ideia era apenas uma brincadeira de Ruffato, mas acabou tomando um formato
maior em que leitores, de todas as regiões do Brasil, dão seus depoimentos, por
meio de vídeos, sobre os livros que marcaram e transformaram suas vidas.
Para
participar do projeto, cujos depoimentos estão postados no site da “Igreja” - aqui
-, basta gravar um vídeo falando sobre o livro que modificou sua vida,
acrescentando título, nome do autor, seu nome e a cidade onde mora.
Depois dessa
descoberta, que achei bastante original e interessante, fiquei pensando nos
livros que mais mexeram comigo, seja porque amei, porque chegaram em um momento
importante ou porque modificaram minha maneira de ser. Sim, é importante classificar
assim, apesar de todos eles ocuparem uma boa parte do meu coração.
Dificilmente
deixo de gostar de um livro que leio, posso contar nos dedos quais foram o que
não fizeram minha cabeça, mas prefiro falar dos que conquistaram minha simpatia
e meu afeto. Destes, claro, sem dúvida nenhuma está Fogo Morto, de José Lins do Rego, o livro que me fez amar a
literatura, que me abriu as portas do ser leitora. Dessa forma, posso
considerá-lo também como o livro que transformou a minha vida, já que me tornou
uma leitora mais assídua.
Mas não
posso deixar também de mencionar outros que amei, como O pequeno príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry; Cem anos de solidão, de Gabriel Garcia
Marques; A revolução dos bichos, de
Geroge Orwell; Os irmãos Karamazóv, de
Dostoiévski; e Ribamar, de José
Castello.
Já na
categoria os livros que transformaram a minha vida, além de Fogo Morto, eu colocaria também Palestina, a reportagem em quadrinhos de
Joe Sacco, que abriu minha mente para as HQs e o quanto elas podem ser eficientes
na disseminação de informações, no caso do jornalismo em quadrinhos.
Ah, e ainda Harry Potter, a saga do bruxinho criado
por J. K. Rowling. A série que me encantou pela engenhosidade da autora em
criar uma narrativa que mistura elementos da mitologia, da magia e da fantasia,
com um enredo marcado pela beleza da amizade e do companheirismo.
E claro,
destaco também O filho eterno, de
Cristovão Tezza, como um livro que modificou a minha maneira de perceber uma
leitura como um todo. Além da história comovente, contada sem pudores e
recriminações, a linguagem utilizada por Tezza, sua escrita primorosa, seu
estilo marcante foram para mim uma aula de como escrever bem.
Mas há
também os livros que chegaram em momentos especiais, momentos estes em que
passei por contratempos, e que me auxiliaram a suportar a carga desses tempos
tempestuosos. Não poderiam ser outros, senão ficção e fantasia, que ajudam a
enfrentar a realidade nem sempre cor de rosa.
É o caso de O hobbit, de J. R. R. Tolkien, que li
quando descobri um câncer de mama. Com a leitura pude esquecer as agruras da
doença e do tratamento, e sonhar com outros mundos, com um futuro, senão melhor,
ao menos um futuro.
Incluo,
ainda, nessa categoria, Harry Potter e as
relíquias da morte, que me ajudou a segurar a barra da morte da minha mãe,
em outubro de 2007. O livro viria a ser publicado pouco tempo depois, e sua
leitura fez-me suportar a tristeza da ausência materna.
Claro,
muitos outros livros deixaram marcas em mim, porque cada leitura tem sua
história, não menos atraente e bela quanto as demais. Mas são esses que se
sobressaíram na alegria ou na tristeza, na dúvida ou na certeza, na angústia ou
na esperança, mas sempre como companheiros perfeitos para os momentos cruciais da
vida.
Olá! Gostei muito deste post. Há um tempo atrás, fiz uma lista dos livros que mais me marcaram também, a pedido de um amigo. Há livros que nunca esquecemos. São o livro certo na hora certa, quando vivemos uma grande tristeza ou uma enorme alegria. Ou porque mudaram a nossa maneira de ver o mundo!
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