Janeiro está terminando e agora que me dei conta que ainda não escrevi sobre a minha primeira leitura deste ano. Na verdade, eu já deveria ter falado dela, mas outros posts se fizeram mais urgentes e acabei deixando para escrever depois.
Escolhi para iniciar o ano uma leitura mais leve, depois de ter terminado 2010 com A Trégua, de Mario Benedetti, um livro mais denso, embora muito prazeroso. Então optei por Um leão chamado Christian, de Anthony Bourke & John Rendall, que eu deseja ler há um bom tempo. Como o ganhei no Natal, a oportunidade finalmente surgiu.
Confesso que tive um impacto grande no início da leitura, porque A Trégua, o livro anterior que li, é um romance mais apurado, em termos de linguagem, então senti a diferença. Mas com o decorrer da leitura e o relato emocionante dos autores, essa primeira impressão foi passando, dando lugar a uma sensação gostosa e interessada que só uma boa leitura pode proporcionar.
Conhecia um pouco da história quando vi, há três anos, aproximadamente, um vídeo na internet sobre o reencontro do leão adotado por dois rapazes ainda filhote, em seu habitat natural quando já era adulto. Foi lindo ver que o leão, depois de um ano longe dos seus antigos donos, ainda os reconhecia. Por isso, a leitura do livro, assim que soube da existência, tornou-se urgente para mim.
Louca por animais, eu precisava ler o livro e conhecer um pouco mais da história por trás daquele vídeo que tanto me emocionara. E o livro não decepcionou, claro, chorei várias vezes, mas isso sempre acontece quando uma história me toca.
Além de conhecer a história do leão e seus dois amigos, nos anos de 1970, pude saber um pouco mais sobre esse animal, como se comporta, o que gosta e sua capacidade de conviver com humanos, além do trabalho desenvolvido por George Adamson, um conservacionista britânico que fez a adaptação de Christian na África.
Ricamente ilustrado com imagens de Christian desde que era um filhote até sua reintegração à natureza, o livro conta como os rapazes encontraram o leão na Harrods, uma famosa loja de departamentos localizada em Londres, na Inglaterra, e resolveram comprá-lo e criá-lo como um animal doméstico. O que a princípio parecia um desatino, mostrou-se um processo bastante natural.
"... Talvez fôssemos como substitutos: e, sem a indiferença comum à maioria dos felinos, ele queria ficar perto de nós. Os leões não são desdenhosos como os gatos e são mais parecidos com os cachorros no quesito sociabilidade. Os leões simplesmente sabem que são os maiores e assumem sua superioridade."
O que facilitou muito foi o respeito aos limites e o amor dedicado pelos rapazes ao leão, como na passagem:
"Os leões dão avisos muito claros e diretos de seu descontentamento. Seria burrice desconsiderar sua força, seus dentes e suas garras. Apenas uma vez, durante os meses em que Christian viveu na Sophistocat, ficamos com muito medo dele. Ele encontrou um cinto de pele que caíra de um casaco e o levou correndo para o porão. Fomos atrás dele para recuperar o cinto. Ele o mastigava e chupava com deleite. Sabíamos que aquilo seria algo que ele não largaria com facilidade. Tentamos arrancá-lo, mas ele baixou as orelhas e rugiu um aviso feroz. Estava irreconhecível, um animal selvagem. Sem dúvida teria nos atacado se tivéssemos tentado tirar o cinto dele novamente. Queríamos deixá-lo, mas em vez disso nos distanciamos alguns metros vagaorsamente, conversando um com o outro, como se nada tivesse acontecido e tivéssemos nos esquecido do cinto. Sabíamos que não devíamos transmitir-lhe nosso pavor. Isso poderia tê-lo encorajado a repetir o comportamento se tivesse sentido o efeito que causara."
Com esses cuidados e cientes de que quando ficasse maior Christian não poderia mais conviver com eles, os rapazes se preocupavam com seu futuro. Não queriam que ele acabasse num zoológico ou num circo qualquer. Desejavam vê-lo livre, em seu lugar de origem. A persistência e a sorte os acompanharam, conheceram as pessoas certas, e Christian pode ser reintegrado ao seu habitat. Um belo exemplo de amor e respeito para com os animais.
Escolhi para iniciar o ano uma leitura mais leve, depois de ter terminado 2010 com A Trégua, de Mario Benedetti, um livro mais denso, embora muito prazeroso. Então optei por Um leão chamado Christian, de Anthony Bourke & John Rendall, que eu deseja ler há um bom tempo. Como o ganhei no Natal, a oportunidade finalmente surgiu.
Confesso que tive um impacto grande no início da leitura, porque A Trégua, o livro anterior que li, é um romance mais apurado, em termos de linguagem, então senti a diferença. Mas com o decorrer da leitura e o relato emocionante dos autores, essa primeira impressão foi passando, dando lugar a uma sensação gostosa e interessada que só uma boa leitura pode proporcionar.
Conhecia um pouco da história quando vi, há três anos, aproximadamente, um vídeo na internet sobre o reencontro do leão adotado por dois rapazes ainda filhote, em seu habitat natural quando já era adulto. Foi lindo ver que o leão, depois de um ano longe dos seus antigos donos, ainda os reconhecia. Por isso, a leitura do livro, assim que soube da existência, tornou-se urgente para mim.
Louca por animais, eu precisava ler o livro e conhecer um pouco mais da história por trás daquele vídeo que tanto me emocionara. E o livro não decepcionou, claro, chorei várias vezes, mas isso sempre acontece quando uma história me toca.
Além de conhecer a história do leão e seus dois amigos, nos anos de 1970, pude saber um pouco mais sobre esse animal, como se comporta, o que gosta e sua capacidade de conviver com humanos, além do trabalho desenvolvido por George Adamson, um conservacionista britânico que fez a adaptação de Christian na África.
Ricamente ilustrado com imagens de Christian desde que era um filhote até sua reintegração à natureza, o livro conta como os rapazes encontraram o leão na Harrods, uma famosa loja de departamentos localizada em Londres, na Inglaterra, e resolveram comprá-lo e criá-lo como um animal doméstico. O que a princípio parecia um desatino, mostrou-se um processo bastante natural.
"... Talvez fôssemos como substitutos: e, sem a indiferença comum à maioria dos felinos, ele queria ficar perto de nós. Os leões não são desdenhosos como os gatos e são mais parecidos com os cachorros no quesito sociabilidade. Os leões simplesmente sabem que são os maiores e assumem sua superioridade."
O que facilitou muito foi o respeito aos limites e o amor dedicado pelos rapazes ao leão, como na passagem:
"Os leões dão avisos muito claros e diretos de seu descontentamento. Seria burrice desconsiderar sua força, seus dentes e suas garras. Apenas uma vez, durante os meses em que Christian viveu na Sophistocat, ficamos com muito medo dele. Ele encontrou um cinto de pele que caíra de um casaco e o levou correndo para o porão. Fomos atrás dele para recuperar o cinto. Ele o mastigava e chupava com deleite. Sabíamos que aquilo seria algo que ele não largaria com facilidade. Tentamos arrancá-lo, mas ele baixou as orelhas e rugiu um aviso feroz. Estava irreconhecível, um animal selvagem. Sem dúvida teria nos atacado se tivéssemos tentado tirar o cinto dele novamente. Queríamos deixá-lo, mas em vez disso nos distanciamos alguns metros vagaorsamente, conversando um com o outro, como se nada tivesse acontecido e tivéssemos nos esquecido do cinto. Sabíamos que não devíamos transmitir-lhe nosso pavor. Isso poderia tê-lo encorajado a repetir o comportamento se tivesse sentido o efeito que causara."
Com esses cuidados e cientes de que quando ficasse maior Christian não poderia mais conviver com eles, os rapazes se preocupavam com seu futuro. Não queriam que ele acabasse num zoológico ou num circo qualquer. Desejavam vê-lo livre, em seu lugar de origem. A persistência e a sorte os acompanharam, conheceram as pessoas certas, e Christian pode ser reintegrado ao seu habitat. Um belo exemplo de amor e respeito para com os animais.
Oi, Cecilia
ResponderExcluirUma graca esse livro, ne? Tambem me emocionei em varias partes..bjs