quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Do you speak English?

Existem três coisas na vida que são como pedras no meu sapato, porque não consigo deslanchar.
E olha que não é por falta de tentativas. Bom, talvez eu devesse me aplicar mais, porque nadar, dirigir e saber inglês são para mim desafios constantes.

É verdade que de um deles praticamente desisti: nadar. Fiz um ano de curso e cheguei até a aprender, mas abandonei quando tive de ir para o fundo. O medo falou mais alto e aí me perguntei:
– Por que tenho de fazer isso se não gosto?
Então resolvi parar. Conclusão: hoje não tenho nem mais coragem de entrar na piscina.

Dirigir é outro drama. Tirei carta, tive carro, dirigi por um tempo quando morava em Indaiatuba, interior de São Paulo. Mas nunca me senti à vontade atrás de um volante. Dirigir me deixava muito tensa, era estressante demais, e olha que a cidade é bem pacata, nada do trânsito terrível de São Paulo. Mas assim mesmo decidi parar. Hoje, com a carta vencida, nem penso em dirigir, pelo menos por enquanto, não me faz falta.

Já o inglês é outra estória. Fui mais persistente, entrei inúmeras vezes em cursos, aprendi muito da língua, as regras gramaticais, tenho boa noção, consigo ler alguma coisa e tudo o mais, só que não avancei muito em conversação e listening. Falar para mim é um transtorno e compreender o que falam é pior ainda. Agora dei um tempo. Mas depois de ontem, acho que estou precisando urgentemente voltar às aulas. Não tenho a pretensão de falar fluentemente, mas pelo menos preciso melhorar o meu listening e a leitura de textos em inglês.

Estava eu na Saraiva Megastore do Shopping Pátio Paulista quando soube que haveria um bate-papo seguido de sessão de autógrafos com o quadrinista norteamericano Dash Shaw, autor da graphic novel “Umbigo Sem Fundo”, obra do selo Quadrinhos na Cia. Mas o melhor era que a apresentação seria mediada pelos fofíssimos gêmeos quadrinistas brasileiros, Fábio Moon e Gabriel Bá, que tive o prazer de conhecer na Flip deste ano, com direito a autógrafos em um livro deles que adquiri. Resolvi ficar na livraria para vê-los novamente.
Peguei o rádio com fone de ouvido para a tradução simultânea, já que o autor americano, é óbvio, não fala português. Procurei me instalar da maneira mais confortável possível nas cadeiras duras do reduzido espaço e esperei o início da apresentação. Só que pouco antes de começar a sessão, um rapaz chegou e disse:
– Os aparelhos estão com problemas, há alguém aqui que precisa de tradução?
Ninguém se manifestou e olha que na sala havia pelo menos 50 pessoas.
– Que bom, todos falam inglês! – admirou-se.
Aí ele olhou de relance pra mim e acho que o enorme ponto de interrogação perceptível no meu rosto revelou o meu desconforto, então não tive outro jeito senão dizer:
– Eu preciso.
Aí um outro rapaz acabou também confessando que precisava.
A solução foi colocar nós dois juntos e, sentada, na fileira logo atrás, a tradutora, que se ofereceu para nos auxiliar na compreensão das falas. Já imaginaram, que privilégio ter uma tradutora simultânea particular, só para você.
Privilégio que nada, um grande mico!
Mas pelo menos pude entender melhor o que eles falavam.

Quanto ao livro de Dash Shaw, apesar das 720 páginas (é o maior quadrinho já publicado no Brasil), é uma narrativa sobre relacionamentos humanos e trata da história da família Loony, cujos pais estão prestes a se separar após 40 anos de vida em comum, três filhos e alguns netos. Os desenhos são leves e a diagramação privilegia os traços, sem deixar a página pesada. Não adquiri o livro na hora (que pena, perdi o autógrafo), mas pelo pouco que folheei e vi, já foi suficiente para acrescentá-lo à minha lista de livros a comprar.
Well, it´s a good book.
But, first, I need to urgently return to the English lessons.

2 comentários:

  1. Adorei, meu blokeio é ingles tb...nadar até que da pro gasto..e dirigir ainda nao tirei carta rssrsr
    mas ingles perdi a cotna de qts vezes entrei e parei....até que leio..mas falar e ouvir é o bicho!rs

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