Minha terra tem palmares
Onde gorgeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como o de lá
Minha terra tem mais rosas
Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo
Era a segunda vez que eu ouvia o poema Lóide Brasileiro (canto de regresso à pátria), de Oswald de Andrade. Era a segunda vez que eu me emocionava com a sua leitura. Estava pela segunda vez na Praça da Língua, no Museu da Língua Portuguesa, um espaço amplo, lúdico, inebriante, que consegue levar às pessoas toda a riqueza da nossa língua-mãe. Ali, poemas e frases podem ser apreciados – e por que não degustados? – nas vozes de atores brasileiros.
Mas visitar o Museu naquele sábado foi, para mim, uma experiência única. No local há sempre o que se ver, o que se ouvir, o que se ler, o que se aprender, o que se descobrir e vivenciar pelas suas salas, corredores e andares. Por isso me senti como uma novata em meio à multidão.
Desta vez, porém, a visita trouxe um significado a mais para mim, pois além de experimentar as impressões de visitante, também pude compartilhar e observar as sensações de outros participantes.
Desta vez, porém, a visita trouxe um significado a mais para mim, pois além de experimentar as impressões de visitante, também pude compartilhar e observar as sensações de outros participantes.
Foi preciso ter olhos duplos, ouvidos duplos e sentidos duplos – e bastante aguçados. Olhar para aquelas pessoas e tentar extrair, das suas expressões, as emoções e sensações exatas foi uma tarefa e tanto, que me trouxe boas surpresas, como a do garoto João Victor, “com c” (como ele mesmo fazia questão de repetir). Feliz da vida, ele dizia a mim e às minhas colegas de curso ser esta a segunda vez que visitava o Museu, trazendo agora seu amigo Igor para conhecê-lo também.
Apesar da quantidade de coisas a ver, fizemos uma visita rápida, pois tínhamos de retornar ao curso mais tarde para escrever a experiência para a aula de Pauta e Produção em Jornalismo Literário.
As nossas observações, porém, começaram muito antes de entrarmos no Museu. Na Estação da Luz, por entre transeuntes, passageiros e funcionários, demos um giro pelo local, olhando e observando as pessoas. colhendo diálogos furtivos aqui e acolá, até que um ponto me chamou a atenção, como um flash na minha memória: em uma das saídas, já fora da Estação, vislumbrei a esquina da Avenida Cásper Líbero. Ali, me lembro, havia um ponto de ônibus.
– Estive aqui quando criança com meus pais e minha irmã – pensei.
– Esperávamos uma condução. Mas não me recordo para onde, talvez para casa, mas isso não vem ao caso, agora.
O que importa é a recordação, o suficiente para fazer a emoção se apossar de mim, subindo aos olhos que por pouco não desataram em lágrimas.
São lembranças de menina, lembranças da família.
que lindo!
ResponderExcluirtambém sempre me encanto quando vou ao Museu da Língua Portuguesa...e nós já fomos lá né amiga? e ainda bem que é aqui em Sampa e podemos ir sempre lá para matar as saudades!!
beijos!!!
O sentimento é a cola bonder que nos gruda à vida!
ResponderExcluirAbraços, prima!!!
Ai, que lindo!!! Eu, que, infelizmente, nunca fui ao museu, quase consigo imaginar a aura de tudo depois de uma descrição como essa...
ResponderExcluirE vc nem faz ideia de como sonho em ter também aula de Pauta e Produção em Jornalismo Literário... rs
Beijocas, Ciça querida!
Passando pra deixar um beijinho!!!
ResponderExcluirBeijos!