Sexta à noite e sábado passei o tempo fazendo aquilo que mais gosto de fazer: olhando, lendo, pensando (em), sonhando (com) e falando de livros. Também pudera, a aula do curso de JL era sobre Livro-reportagem e, claro, o assunto não poderia ter sido outro.
Pra começar, o professor fez uma rodada com os alunos para saber quais livros-reportagem cada um tinha lido e sugeriu que falássemos um pouco a respeito deles. Foi bem interessante, porque ao invés daqueles livros clássicos, mais conhecidos do gênero, como Rota 66, de Caco Barcellos, ou Chatô – O Rei do Brasil, de Fernando Morais (se bem que também foram lembrados), o pessoal mencionou uma bibliografia bastante diversificada, incomum e interessante.
Dentre os livros citados, os títulos que mais me chamaram a atenção foram Viúvas da terra: morte e impunidade nos rincões do Brasil e O nome da morte, ambos do jornalista Klester Cavalcanti. O primeiro, que lhe rendeu o prêmio Jabuti de 2005 na categoria livro-reportagem e biografia, narra as dificuldades das viúvas que tiveram seus maridos mortos pela violência do campo. Klester entrevistou mais de 70 pessoas durante cinco anos de pesquisa sobre o tema.
Já o segundo, é uma biografia do matador de aluguel Júlio Santana. Entre pesquisas e entrevistas, o jornalista passou sete anos trabalhando no livro.
As duas obras foram mencionadas pela Carol, jornalista curitibana recém-formada que, embora jovem, tem um respeitável currículo de livros lidos. Fico imaginando como ela conseguiu – e consegue – com tão pouca idade, acumular um repertório em literatura e de conhecimentos na área. Junto com Lilo, seu namorado, e também nosso colega na pós, ela fez um livro-reportagem para o TCC da graduação. O material foi recolhido na viagem de um mês que fizeram pelo interior do Estado do Paraná, onde descobriram cidades e personagens extraordinários. Fico na expectativa pela publicação do livro.
Mas teve uma outra obra que também me interessou, embora talvez nem seja um livro-reportagem, mas bem que poderia ser. A lembrança partiu da Rita, que admitiu nunca ter lido um livro-reportagem, por ser da área de Letras, mas daqueles que lera o que mais se aproximava disso era Machado de Assis: um gênio brasileiro, do jornalista Daniel Piza.
O livro, na verdade, é um biografia que traz uma nova abordagem da vida, da morte, da obra e, sobretudo, do cotidiano de Machado de Assis. O autor se insere na narrativa e a faz conforme no estilo machadiano.
Em outra parte da aula, o professor distribuiu livros-reportagens (TCCs de alunos, alguns já como obras publicados) para avaliarmos como os autores fizeram a abertura do livro. A mim coube o texto da jornalista Sueli de Souza, Histórias do Mercado, no qual ela fala sobre o Mercado Municipal de São Paulo, sua construção, arquitetura, ruas que o circundam, personagens e a vida que pulsa no seu interior. Achei-o tão interessante que até o pedi emprestado ao professor para lê-lo por completo.
Terminada a aula, corri para o Centro de Eventos São Luís, próximo da Paulista, onde estava acontecendo a 16ª Festa Comix, já que no domingo não poderia ir. Entre estandes das editoras, box com miniaturas de personagens de filmes, animações e HQs, aficcionados por quadrinhos e cosplayers de super-heróis, fiquei extasiada com a quantidade de títulos ofertados com descontos tentadores.
Para não sair em branco, comprei Os Leões de Bagdá, de Brian K. Vaughan (roteiro) e Niko Henrichon (arte), publicado pela Panini. A obra trata-se de uma grande metáfora. Quatro leões anseiam por liberdade, mas não têm capacidade de escapar do zoológico e só conseguem fazê-lo quando um bombardeio norte-americano ataca a cidade, no caso Bagdá, no Iraque. E em meio à devastação causada pela guerra, os animais descobrem que existe um alto preço a pagar pela liberdade. Foi inspirado em uma história real.
Agora me encontro rodeada de livros... É tão bom! Só preciso deixar a mente aberta e o coração puro para então me entregar de vez à leitura desses fascinantes livros.
Nossa, quando o assunto é leitura, eu já gosto...
ResponderExcluirO João já comentou comigo sobre esse casal curitibano que faz pós com vcs... hehe
Ler seu blog é quase como uma aula pra mim... Vc sabe que farei, ainda, a mesma pós que vc faz... Esse tipo de comentário é super útil pra mim.
Ler é o tipo de coisa que faz bem pra alma, eu acho. Fico feliz por ter conhecido pessoas como vc...
Beijos, querida!
(P.S: Não consegui comentar sem ser com a conta do google. Esse blog antigo nem existe mais, tá? hehe)
Flor, tem um selinho pra vc lá no meu cantinho! Não sei se vc já ganhou, pq demorei um tempo pra postar, mas ele é seu! :)
ResponderExcluirbeijinhos!
Oi cecilia...legal seu blog!!!!
ResponderExcluirótimos textos...adorei...
é, vamos ficar à espera do lançamento de livros da nossa turma, são váriossss.... e novos que virão...
bj
fachini
ficar cercada de amigos e livros,que coisa boa!!!
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