terça-feira, 20 de outubro de 2009

Cercada de livros


Sexta à noite e sábado passei o tempo fazendo aquilo que mais gosto de fazer: olhando, lendo, pensando (em), sonhando (com) e falando de livros. Também pudera, a aula do curso de JL era sobre Livro-reportagem e, claro, o assunto não poderia ter sido outro.

Pra começar, o professor fez uma rodada com os alunos para saber quais livros-reportagem cada um tinha lido e sugeriu que falássemos um pouco a respeito deles. Foi bem interessante, porque ao invés daqueles livros clássicos, mais conhecidos do gênero, como Rota 66, de Caco Barcellos, ou Chatô – O Rei do Brasil, de Fernando Morais (se bem que também foram lembrados), o pessoal mencionou uma bibliografia bastante diversificada, incomum e interessante.

Dentre os livros citados, os títulos que mais me chamaram a atenção foram Viúvas da terra: morte e impunidade nos rincões do Brasil e O nome da morte, ambos do jornalista Klester Cavalcanti. O primeiro, que lhe rendeu o prêmio Jabuti de 2005 na categoria livro-reportagem e biografia, narra as dificuldades das viúvas que tiveram seus maridos mortos pela violência do campo. Klester entrevistou mais de 70 pessoas durante cinco anos de pesquisa sobre o tema.
Já o segundo, é uma biografia do matador de aluguel Júlio Santana. Entre pesquisas e entrevistas, o jornalista passou sete anos trabalhando no livro.

As duas obras foram mencionadas pela Carol, jornalista curitibana recém-formada que, embora jovem, tem um respeitável currículo de livros lidos. Fico imaginando como ela conseguiu – e consegue – com tão pouca idade, acumular um repertório em literatura e de conhecimentos na área. Junto com Lilo, seu namorado, e também nosso colega na pós, ela fez um livro-reportagem para o TCC da graduação. O material foi recolhido na viagem de um mês que fizeram pelo interior do Estado do Paraná, onde descobriram cidades e personagens extraordinários. Fico na expectativa pela publicação do livro.

Mas teve uma outra obra que também me interessou, embora talvez nem seja um livro-reportagem, mas bem que poderia ser. A lembrança partiu da Rita, que admitiu nunca ter lido um livro-reportagem, por ser da área de Letras, mas daqueles que lera o que mais se aproximava disso era Machado de Assis: um gênio brasileiro, do jornalista Daniel Piza.

O livro, na verdade, é um biografia que traz uma nova abordagem da vida, da morte, da obra e, sobretudo, do cotidiano de Machado de Assis. O autor se insere na narrativa e a faz conforme no estilo machadiano.

Em outra parte da aula, o professor distribuiu livros-reportagens (TCCs de alunos, alguns já como obras publicados) para avaliarmos como os autores fizeram a abertura do livro. A mim coube o texto da jornalista Sueli de Souza, Histórias do Mercado, no qual ela fala sobre o Mercado Municipal de São Paulo, sua construção, arquitetura, ruas que o circundam, personagens e a vida que pulsa no seu interior. Achei-o tão interessante que até o pedi emprestado ao professor para lê-lo por completo.

Terminada a aula, corri para o Centro de Eventos São Luís, próximo da Paulista, onde estava acontecendo a 16ª Festa Comix, já que no domingo não poderia ir. Entre estandes das editoras, box com miniaturas de personagens de filmes, animações e HQs, aficcionados por quadrinhos e cosplayers de super-heróis, fiquei extasiada com a quantidade de títulos ofertados com descontos tentadores.
Para não sair em branco, comprei Os Leões de Bagdá, de Brian K. Vaughan (roteiro) e Niko Henrichon (arte), publicado pela Panini. A obra trata-se de uma grande metáfora. Quatro leões anseiam por liberdade, mas não têm capacidade de escapar do zoológico e só conseguem fazê-lo quando um bombardeio norte-americano ataca a cidade, no caso Bagdá, no Iraque. E em meio à devastação causada pela guerra, os animais descobrem que existe um alto preço a pagar pela liberdade. Foi inspirado em uma história real.

Agora me encontro rodeada de livros... É tão bom! Só preciso deixar a mente aberta e o coração puro para então me entregar de vez à leitura desses fascinantes livros.

4 comentários:

  1. Nossa, quando o assunto é leitura, eu já gosto...
    O João já comentou comigo sobre esse casal curitibano que faz pós com vcs... hehe
    Ler seu blog é quase como uma aula pra mim... Vc sabe que farei, ainda, a mesma pós que vc faz... Esse tipo de comentário é super útil pra mim.
    Ler é o tipo de coisa que faz bem pra alma, eu acho. Fico feliz por ter conhecido pessoas como vc...
    Beijos, querida!

    (P.S: Não consegui comentar sem ser com a conta do google. Esse blog antigo nem existe mais, tá? hehe)

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  2. Flor, tem um selinho pra vc lá no meu cantinho! Não sei se vc já ganhou, pq demorei um tempo pra postar, mas ele é seu! :)

    beijinhos!

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  3. Oi cecilia...legal seu blog!!!!
    ótimos textos...adorei...

    é, vamos ficar à espera do lançamento de livros da nossa turma, são váriossss.... e novos que virão...

    bj
    fachini

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  4. ficar cercada de amigos e livros,que coisa boa!!!

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