quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Os livros que não li


Ler um livro é sempre um prazer, uma viagem pelos recantos mais escondidos da nossa imaginação, uma grande descoberta de novas emoções... Mas também pode ser um tremendo desafio, uma "baita" dor de cabeça e uma enorme frustração, sobretudo se a leitura não flui como gostaríamos.

Não costumo abandonar os livros que começo a ler, ainda mais se eles me foram sugeridos por alguém, se sei da sua importância ou se o meu interesse por eles foi aguçado por alguma crítica literária. No entanto, lembro de alguns que não consegui passar das 30 páginas iniciais.

O mais recente deles foi Radical Chique e o Novo Jornalismo, de Tom Wolfe, livro que reúne alguns dos seus principais artigos e reportagens publicados nas décadas de 1960 e de 1970. E uma das leituras indicadas no curso de Jornalismo Literário.

A bem da verdade, eu deveria ter insistido mais na leitura, porque me limitei apenas na primeira parte do livro, na qual Wolfe narra as origens e o impacto da chegada da sua geração nas redações americanas, que passou a empregar técnicas da literatura para fazer reportagens mais completas, da vida real.
Era interessante, mas a leitura não avançava. E digo que deveria ter sido mais perseverante porque a segunda parte do livro apresenta três textos clássicos do gênero, escritos por Wolfe, jornalista e escritor conhecido por utilizar onomatopéias e mudanças quanto ao narrador durante o texto. Mas não houve jeito e então pensei:
– Puxa, estou aqui, empatada com este livro, quando na verdade poderia ocupar este tempo lendo o que realmente gosto e quero.

Abandonei a leitura, não sem culpa, mas só fiquei mais tranquila quando soube que mais três colegas do curso de JL também não conseguiram ir adiante. Todas falaram a mesma coisa: a leitura não fluía e acabaram deixando, como eu, o livro sem terminar.

Este episódio me fez lembrar de outros livros que comecei e parei de ler, como O Nome da Rosa, de Umberto Eco, que não passei das dez páginas iniciais. E olha que também nem vi o filme, apesar de muitas pessoas terem me dito ser bem interessante. Acho que não me fisgou.

Outro livro foi Os Cus de Judas, de Antonio Lobo Antunes. Este avancei um pouco mais, mas talvez pela linguagem ser o português de Portugal, achei-o cansativo e difícil, embora quando me debruçava pra valer sentia o texto como uma verdadeira obra de arte. É uma pena. Conheci Lobo Antunes na Flip deste ano e fiquei fascinada com sua figura, sua maneira de se expressar, sua visão do mundo da literatura. Sempre é tempo, existem outros livros dele que tentarei ler mais para frente.

Ah, e por fim, lembro de O Castelo, de Franz Kafka, que li mais da metade, mas acabei abandonando-o, dada a complexidade da narrativa, pelo menos para mim. Talvez aquele não tenha sido o momento certo para lê-lo, o que significa que posso tentar novamente, quem sabe...

Seja como for, não somos obrigados a ler tudo o que existe e que nos sugerem, nem daria, a vida é muito curta para isso. E, sendo assim, quero ler realmente aquilo que me interessa, não importa o que digam os críticos. Mas, pensando bem, talvez um dia, depois que eu ler boa parte do que quero, eu volte meus olhos para aqueles livros que não terminei. Não sei... sempre haverá o que ler e, pelo visto, aqueles livros permanecerão fechados, encerrados nas prateleiras das estantes das bibliotecas, esquecidos e terminantemente não lidos por mim.

2 comentários:

  1. eu li o Nome da Rosa do Umberto Eco...e adorei! mas para abandonar tem que ser muito chato,daqueles com descrições imensas,narração lenta...desisti da leitura do Pantaleão e as visitadoras, do Mario Vargas Llosa,achei chato e enm me interessei em ler outros títulos do autor.Mas é isso aí tem livros e livros e nada é perfeito,nem eles!

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  2. Eu NUNCA desisti de um livro, acredita? Sempre leio até o final, mesmo que esteja odiando! Beijinhos e bom final de semana.

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