terça-feira, 13 de outubro de 2009

Em defesa dos animais


Quando eu era criança, um de meus passeios prediletos era ir a circos e me entreter com os espetáculos que eles promoviam. Ficava fascinada, por exemplo, com as acrobacias dos equilibristas, malabaristas e contorcionistas; morria de rir com as estripulias dos palhaços; e quase parava de respirar na apresentação do motociclista, que dava inúmeras piruetas no globo da morte.

O show dos mágicos era um acontecimento à parte, que me envolvia do início ao fim, fazendo meus olhos ficarem bem abertos para não perder nenhum detalhe. Esperava, assim, descobrir qual era o truque utilizado, mas é claro que nunca acertei.

O grande momento, no entanto, era a entrada dos animais no picadeiro, e a demonstração de obediência desses ao simples comando do domador. Além disso, era uma oportunidade rara de ver e conhecer mais de perto esses bichos.

Com o passar do tempo, porém, todo esse encantamento começou a ruir. Descobri os maus tratos a que eram submetidos os animais e fiquei bastante indignada. Sofri muito, pois pensava que ao prestigiar aqueles espetáculos eu, de certa forma, fora conivente com a situação, mesmo sem saber o que acontecia por detrás da lona.

O fascínio então acabou e só voltei a respirar mais aliviada com a criação de uma lei que impede a exibição de animais no circo.

Esta minha pequena história voltou à cena neste final de semana, ao vê-la repetida em um pequeno livro infanto-juvenil, intitulado O Valente Domador, lançado este ano pela Editora Scipione. E, é claro, não pude conter a emoção.

Com belíssimas ilustrações de Simone Matias, que por sinal é minha amiga, a obra é de autoria do educador César Obeid, que trabalha com literatura de cordel. Um pequeno currículo do autor, encontrado no final do livro, conta a experiência dele com circos, bastante semelhante com a minha. A identificação foi rápida e me apaixonei pelo livro.

A história gira em torno de um valente domador que, ao simples estalo do seu chicote, fazia macacos, leões, ursos e elefantes obedecerem suas ordens. Quando chegou a lei proibindo os maus tratos de animais no circo, ele ficou sem chão, e então teve de aprender uma nova forma de encarar a vida e os animais.

Nesta semana em que comemoramos o Dia das Crianças, o livro me pareceu bastante providencial. Uma leitura que vale a pena, seja você criança ou não.

2 comentários:

  1. SIM, O LIVRO É REALMNTE LINDO,MARAVILHOSO! A HISTORINHA E AS ILUSTRAÇÕES DE NOSSA QUERIDA AMIGA SIMONE! QUE AS PESSOAS RESPEITEM E AMEM OS BICHINHOS,ASSIM COMO A GENTE NÉ AMIGA?
    BEIJOS!!!

    ResponderExcluir
  2. Arrasou!!! Amei a indicação!

    Beijinhos!

    ResponderExcluir